CAPITULO V

669 66 36
                                    


CARLOS

O TEMPO foi passando, e acabei quase virando um morador fixo da mansão, já que por dois finais de semana eu acabava dormindo e ficando lá. Uma noite durante a semana, eu cheguei super tarde do trabalho, tomei uma chuveirada e me joguei na cama. Não comi nada, de tão exausto que estava. Acordei com a campainha insistente tocando, olhei as horas no celular e vi que eram 3:17 da madrugada.

— Já vai! - gritei em direção a porta e comecei a vestir algo. Normalmente eu só dormia vestido quando estava na mansão, por conta da Nina, mas em minha casa, eu dormia a vontade — Quem é o apressado? Calma! Vai tirar a mãe da forca?

Abri a porta e vi a Dri extremamente nervosa e o Eduardo chegando no corredor com a Nina no colo, chorando muito alto.

— Dri? O que houve?

— Desculpe pela hora, Carlos, mas não sabíamos mais o que fazer. Nada tá funcionando e ela não para de chorar - olho para o Eduardo que chega até a porta com Nina aos prantos — Ela pediu para te ver... Eu até tentei te ligar, mas você não atendeu.

— Eu apaguei. Cheguei tarde. Entrem.

Nina continuava chorando e soluçando, mesmo de olhos fechados.

— Outro pesadelo?

— Sim - responde Eduardo — Filha, olha o tio Ca... - Nina vira o rostinho vermelho, inchado e todo molhado de tanto chorar para me olhar.

— Princesa... Vem cá - pedi para o Eduardo me dar ela. Ele a passou para o meu colo, eu encaixei as perninhas dela por minha cintura, ela encostou a cabeça no meu ombro e passou os bracinhos em torno do meu pescoço — Vai ficar tudo bem, princesinha, não chora, eu tô aqui - comecei a ninar ela e sussurrar a canção Carinhoso para ela, bem devagar e baixinho no ouvidinho dela. Fiquei balançando ela e caminhando com ela no colo. Ela ainda chorava, mas sem barulhos fortes.

Me sentei no sofá e ela escorregou no meu colo, resolvi colocar ela no colo de forma que ela deitasse a cabeça no meu peito. Fiquei acariciando seu rostinho, fazendo cafuné em sua cabeça e continuei a sussurrar a canção... Adriana estava sentada no outro lado do sofá e o Eduardo numa poltrona... Eu estava tão morto que o cafuné funcionou mais pra mim do que para ela, e acabei adormecendo.

No outro dia cedo, acordo e vejo Nina dormindo encostada no meu peito, com o rostinho sereno.

Olhei o relógio e vi que estava super atrasado para o trabalho.

— Meu Deus, e agora? - peguei Nina no colo com a intenção de colocar ela na cama, mas quando cheguei ao meu quarto, vi que o Eduardo e a Dri estavam dormindo em minha cama.

— Dri? Dri? Acorda...

— Oi, Carlos - ela respondeu com uma voz sonolenta.

Coloquei Nina entre eles, abri meu armário e peguei minha roupa. Entrei correndo no banheiro e não tomei uma ducha, só troquei de roupa, já estava atrasado demais. Quando saí do banheiro, já vestido, fui até a cama novamente.

— Dri? Dri?

— Hummm.

— Olha eu tô muito atrasado, quando vocês acordarem e forem para casa, tranca tudo e levem a minha chave, eu pego lá.

— Tá.

Me aproximei da Nina, dei um beijinho em sua testa e saí correndo de lá, em direção à rua.

No fim da tarde daquele dia, liguei avisando que chegaria por volta das 21 horas, queria saber se teria problema de eu chegar tarde lá.

— Tudo bem - disse Dri.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora