CAPÍTULO XIX

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CARLOS

NINA TINHA voltado a namorar aquele moleque suicida, o que para mim e para o pai dela, não foi nada agradável.

Passou-se um pouco mais de tempo, e em uma noite de segunda-feira, eu fui até a mansão, pois a Dri me ligou pedindo minha presença, na verdade me intimando.

— Boa noite! - disse a todos os presentes, que se resumiam a Dri, Eduardo, Bruno, Gui e Nina.

— Boa noite - quase todos me responderam, menos minha princesa, como também não pulou no meu colo. Aquilo era estranho.

— Sente-se, Carlos - pediu Dri.

— O que tá ocorrendo? - perguntei sentando-me numa poltrona de frente para o casal mor e ao lado de minha princesinha.

— Temos que saber se você vai levar alguém à festa de debutante da Nina.

— Eu não quero mais essa bosta de festa! - disse Nina, com voz irritada e cabeça baixa.

— Como não, Nina? Estamos organizando esse baile há meses - disse Dri.

— Mas eu desisti, não quero mais!

— Tem que haver algum motivo, amor - tentou Adriana, falando suave com a filha —, você queria tanto isso. Estávamos escolhendo tudo, até o vestido, já vimos e encomendamos.

— Desfaz! Eu não vou a esse baile idiota! - ela levantou-se e foi para o jardim.

— Deixa que eu falo com ela - disse.

Saí da casa e fui para o jardim, Nina estava sentada num balanço que havia em uma árvore na lateral do jardim, se balançando suave.

— Amor... - me aproximei e abaixei, sentando-me no gramado à sua frente — O que houve, princesa?

— Nada!

— Nina, eu sei quando algo não tá certo contigo. Fala pra mim, princesa, o que houve? Você queria tanto essa festa.

— Não quero mais! - segurei em seus tornozelos para que ela ficasse parada e para que olhasse pra mim. Ela levantou os olhos, cruzando seu olhar com o meu e lágrimas começaram a descer por seu rosto.

— Amor, é claro que houve algo. Se não quer falar, tudo bem. Vem aqui - estendi minha mão, pedindo a sua, ela segurou minha mão e eu a puxei para o meu colo.

Ela sentou-se no meu colo e começou a chorar.

— Oh, princesa... Não chora, assim você deixa meu coração pequenininho - comecei a limpar o seu rosto com os meus polegares — Me diz como eu posso te ajudar?

— Só me abraça, tio Ca.

— Abraço, meu amor - a abracei apertado. E após algum tempo, ela resolveu se abrir.

— Foi o Lucas!

— O que esse moleque suicida fez?

— Me traiu - aquilo me deu um nó na garganta, mas eu tentei ficar calmo. Era sua primeira desilusão amorosa.

— Você soube?

— Eu vi. Ele e a Michele, aos beijos.

— Quem é Michele?

— Isso importa, tio Ca?

— Não.

— É uma vagabunda amiga da irmã dele.

— Nina, olha a boca! E você viu onde?

— Hoje, ele disse que não ia ao colégio, na hora do lanche fui numa lanchonete fora do colégio e vi eles dois se beijando. Eu fui tirar satisfação com ele...

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora