CAPÍTULO XXXIII

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NINA

EU RIA mesmo não querendo. O Tio Ca com o Gabriel, não tinha como não rir. Vi o tio Ca xingar pouquíssimas vezes, coisa de contar nos dedos, mas com o Gabriel perto, isso ocorria sempre.

Assim que o Gabriel foi até a dona Carmem ver se havia comida para o tio Ca, ele ficou abraçado comigo, tão agarrado... que além de ficar com pena dele, fiquei muito feliz. Eu amava esse tipo de contato com ele, estar pertinho, receber e fazer carinho.

Ele continuava chorando muito e falava que não queria perder mais ninguém.

Gabriel voltou com uma sopinha e chegou perto para oferecer.

― Vamos, amor da minha vida, vamos comer?

― Não tô com fome!

― Você comeu alguma coisa hoje, Carlinhos?

― Carlinhos é seu cu! Não fode Gabriel! Você sabe que eu odeio que me chamem assim, você seria a última pessoa a me chamar desse jeito - logo em seguida ele lembrou que eu estava ali ― Perdão princesa. Gabriel me tira do sério com essas merdas que ele fala.

― Tudo bem, tio Ca.

― Você comeu ou não ?

― Não!

― Porra, olhos azuis, você bebe o bar todo e ainda não se alimenta? Tá querendo morrer?

― E se for...?

― Vai me deixar sozinha, tio Ca? - falei manhoso, pois sabia que não era aquilo que ele queria. Só falou, pois estava chateado e triste.

― Não amor... nunca! - ele voltou sua atenção pra mim.

― Então come alguma coisa, por mim - voltei a falar manhoso.

― Oh, manhosa... - ele deu um sorrisinho.

Gabriel sorriu e me passou o prato.

― O que eu ganho se eu comer algumas colheres? - ele perguntou sorrindo pra mim.

― Eu te dou um beijo na boca! - disse Gabriel e eu comecei a rir, pois sabia que o tio Ca iria surtar.

― Beija meu pau!

― Beijo! Dá ele aqui... o pequeno Kaká! Apresenta ele pro tio Gabi - tio Ca partiu pra cima do Gabriel.

― Como vocês podem ser amigos e viverem em pé de guerra desse jeito? - perguntou Clara entrando no quarto.

― Esse filho da... mãe, que fica me irritando - disse tio Ca com voz alta.

Ele resolveu comer e logo em seguida, deitou na cama dele. Todos saíram, mas eu fiquei.

― Tá frio, princesa, pega um casaquinho pra você!

― Não tá frio, tio Ca.

― Posso te fazer cafuné, pequena? Até eu dormir...

― Claro!

― Vem aqui... - ele abriu os braços me convidando para deitar. Óbvio que eu não seria idiota de perder a chance de tá com ele.

Deitei nos braços dele para ele fazer cafuné, mas quando ele me abraçou, senti que seus braços estavam quentes e levei a mão à testa dele.

― Tio Ca, você está com febre, por isso está com frio - ele ficou me olhando ― Clara! - chamei ela pra vir e falei pra ela sobre a minha suspeita. Ela foi até sua maleta, pegou um termômetro e mediu a temperatura dele.

― Realmente, você tá febril Carlos. Deve ter sido a chuva que você deve ter tomado e não foi pouca.

Ela deu um comprimido a ele, mandou ele se cobrir e ficar quieto. Fui para a sala ficar com o Gabriel, a dona Carmem e a Clara.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora