CAPITULO XXVI

576 59 37
                                    


CARLOS

FIQUEI CONVERSANDO com o meu pai até tarde. Ele me falou da empresa de engenharia dele, do cansaço dele e de como as coisas iam.

— Pai, deveria se aposentar.

— E quem toma conta da empresa? Só tenho você e a Clarinha. Ela, como médica, nunca chegou perto do escritório da empresa para nada. Você não tem formação em engenharia ou arquitetura, mas saberia como administrar, me ajudou lá por anos, sabe como funciona.

— Vou ver uma forma de como ajudar.

— Agora, Carlos... eu queria lhe parabenizar meu filho.

— Pelo quê?

— Pelo homem que você se tornou. Vejo que será um ótimo pai. O jeito que você é com essa menina... e sua irmã me diz o quanto você é um ótimo tio. É uma pena que você ainda não resolveu me dar netos e uma nora.

— Pai, não vamos falar disso... - desconversei, lhe dei boa noite e fui dormir.

No outro dia pela manhã, sou acordado por uma peruquinha com pernas pulando na cama.

— Bom dia!

— Bom dia, princesa! Que alegria toda é essa?

— Nada, só acordei feliz. Não percebe, tio Ca... essa tá sendo a nossa primeira viagem juntos. Não vejo a hora de poder viajar com você para longe...

— Longe tipo... europa?

— Longe tipo Japão... Austrália, Ilha de Páscoa ou Marte... Luaaaa - ela deitou ao meu lado e segurou minha mão — Dona Carmem me ensinou a fazer uma coisa pra você hoje pela manhã.

— Você acordou tão cedo por que princesa? Só vamos sair após o meio-dia.

— Eu disse... tô feliz! Mal consegui dormir - ela me deu um beijo na bochecha toda sorridente e segurou minha mão — Vem, tio Ca. Se você tomar logo café, podemos visitar ainda algum local antes do meio-dia.

— Princesa, eu preciso fazer minhas higienes antes.

— Então anda logo! Vou te esperar na cozinha.

Fui ao banheiro fazer minhas higienes e logo em seguida segui para a cozinha. Havia uma bela mesa de café da manhã e a Cora já estava lá.

— Olá, Cora! - ela era funcionária da minha mãe, fazia anos. Nunca a tratamos como empregada. Ela já estava aposentada, mas não queria deixar nossa casa e continuava indo todos os dias como se ainda trabalhasse para os meus pais. E o meu pai continuava pagando a ela. Dizia que, ao menos, fazia companhia para minha mãe.

— Menino Carlos! - a abracei.

— Não que minha mãe não faça um belo café da manhã, mas uma mesa como essa tinha que ter suas mãozinhas envolvidas.

— Sempre um doce esse menino! - ela segurou minhas bochechas e deu um beijo nelas.

Sentamos todos e tomamos café com todas as maravilhas que estavam na mesa, incluindo o iogurte que minha mãe fazia e eu adorava.

Terminamos o café e depois levei Nina para conhecer um pouco da pequena cidade. Levei ela num lago que tinha lá, que ficava um pouco mais próximo da saída da cidade.

— Poxa, tio Ca, vamos voltar aqui um dia, né? Eu quero ainda tomar banho nesse lago.

— Falha minha, pequena.

Voltamos para o almoço e pouco depois, nos despedimos de meus pais e partimos rumo à casa de praia. Chegamos às 16:20 e já estavam todos lá. Tiramos nossas malas do carro e entramos.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora