CAPÍTULO XLIV

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NINA

QUANDO O tio Ca voltou para a mansão à noite, parecia outra pessoa. Estava lá aquele sorriso maravilhoso que ele sempre teve. Assim, após o jantar ele nos comunicou que o apartamento dele já estava ótimo para voltar a viver nele. Quando ele foi dormir, eu fui até o quarto dele e me sentei em sua cama, enquanto ele estava no banheiro terminando o seu banho.

― Foi boa a negociação com a vaca?

― Foi, amor. Graças a Deus e ao seu pai, ela vai me deixar em paz.

― Que bom, tio Ca.

― E você, como foi o seu dia? - ele perguntou voltando do banheiro.

― Muito bom, acho que realmente nasci para a administração.

― Ótimo! Que bom que você faz algo que gosta.

Ele deitou-se e ligou a tv. Me levantei e caminhei para a porta.

― Boa noite, tio Ca!

― Já vai dormir?

― Você quer dormir e eu vou deixar você em paz pra isso.

― Não quer cafuné?

― Eu sempre quero, mas tenho que parar com essa minha cara de pau.

― Vem aqui, minha princesinha, amanhã eu volto pra casa diretamente do meu trabalho e só vou te ver na sexta. Não quer mesmo aproveitar o cafuné?

― Já que você insiste...

Ele sorriu e me chamou com a mão. Fechei a porta e voltei pra cama, me sentando nela e deitando logo em seguida.

― Chega mais pertinho, amor. Deita aqui do meu ladinho.

Fiz o que ele me pediu e ele me puxou para o seu peito, colocou seus dedos em meus cabelos, beijou os mesmos e fez carinho em meu rosto com o dorso de sua outra mão.

― Princesa, ainda vale se eu mudar a resposta pro seu jogo de perguntas e respostas?

― E o que você quer mudar?

― Algo que eu não disse, pois eu tinha medo e vergonha. E com certeza faria você ficar curiosa e me perguntar algo que eu não iria responder ou não conseguiria.

― E o que seria?

― Meu pior beijo...

― Não precisa dizer... eu já imagino. Hoje eu sei.

― Pois é... meu pior tudo foi com ela.

― Isso quer dizer... que você gostou do beijo do Gabriel?

― Já disse que ele foi um abusado. Não me ligou, nem elogiou se eu beijava bem - ele começou a rir.

― Então se ele beija bem... acho que vou pedir meu beijo a ele.

― Beijar ele pra quê? - ele me fez olhar pra ele.

― Ué... curiosidade de saber como é o beijo de um homem mais velho.

― Achei que você já sabia.

― Como assim? - é claro que eu sabia, mas queria que ele lembrasse também.

― Eu... eu... - ele respirou fundo e falou baixinho ― eu beijei você. Que eu saiba, eu sou um homem muito mais velho que você.

― Você é velho? Jura? Meu Deus... - comecei a rir.

― Pilantra! - ele riu também.

― Príncipe lindo!

― Malandrinha.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora