CAPÍTULO LXXXV

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CARLOS

NOSSA FESTA de casamento estava maravilhosa. Em determinado momento, eu fui dançar com a Dri.

Estendi a mão para ela, que segurou e fomos para o salão.

— Já que o sogrão tá dançando com a minha esposa, vou dançar essa canção com você, sogrinha.

— Carlos, para de me chamar de sogrinha ou minha filha nunca mais vai falar comigo.

Olhei para ela com cara de interrogação e ela resolveu explicar.

— Tiro o brinquedinho dela e o prazer de vocês na lua de mel, se é que você me entende.

— Sim, senhora.

— Nada de senhora, Carlos! Só Dri, como você sempre me chamou.

— Agora falando sério, Dri... obrigado!

— Pelo quê?

— Por muitas coisas, a primeira delas é por ser minha amiga. A segunda, por me chamar para ser o padrinho dela, se não fosse isso, acho que nada disso estaria acontecendo agora.

Ela sorriu.

— Eu que agradeço por você ser o cara que você é.

— Terceira coisa, obrigado por sempre nos apoiar e estar ao nosso lado. A Nina me contou como você foi maravilhosa. E a mais importante de todas... obrigado por colocar a Nina e o amor na minha vida.

— Carlinhos...

— Carlinhos, Adriana? Vou te chamar de sogrinha...

— Tá... Carlos, como você mesmo disse, somos amigos. Eu sempre te amei. Sempre! Você é como um irmão que eu nunca tive. Eu sei que magoei você há uns anos atrás, mas era para ser assim.

— Eu concordo. Só que na época eu jamais imaginaria isso.

— O Eduardo sempre disse que a Nina parecia que deveria ter sido sua filha, mas hoje eu penso que não... ela realmente foi feita para ser sua, mas não filha.

— Eu amo a Nina. O que sinto por ela, não tem nada a ver com o que senti por você, nem por ninguém.

— Porque você não me amava, Carlos. O amor é algo correspondido, se não está sendo correspondido, não é amor. O que você sente por minha filha, sim. Pois você a ama e ela te corresponde na mesma intensidade.

— Você tem razão. Obrigado por confiar em mim.

— Como não confiaria? Confio minha vida a você, não percebeu? - olhei para ela que apontou com a cabeça para a Nina — Minha vidinha, dividida em três partes e uma delas é sua. Obrigada por ser o homem que é, por ser o amigo que é, por ter sido o melhor padrinho que ela poderia ter, por ser gentil, carinhoso, por cuidar, respeitar e amar aquela parte de mim e do Eduardo. Obrigada por ser assim tão doce, Carlos.

Eu olhei para minha mulher dançando com o pai e com a cabeça encostada no peito dele, sorri para ela e a fiz saber, mais uma vez, que eu a amava.

— Eu vou cuidar e amar ela, para sempre! Te prometo.

— Eu sei, meu doce amigo - ela limpou o meu rosto — Não chora...

— Eu disse a Nina que eu sou a mulher dessa relação, sou muito mole e mais sensível que ela.

— Nina se parece muito com o Eduardo, muito mais que o Bruno ou o Samuel. Têm uma casca grossa, mas são uns bobos no fundo.

— Não tão fundo assim - dei um beijo na bochecha dela e ela me deu outro e nossa dança terminou.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora