CAPÍTULO XXVII

548 64 40
                                    


EDUARDO

FICAMOS TODOS conversando na sala, menos o Carlos, ele foi para o lado de fora da casa e como minha filha vivia grudada nele, foi logo atrás. Pouco depois, a Jéssica retornou para dentro e eu não tinha percebido que ela saiu.

— Não tinha visto que estava lá fora... - disse a ela.

— Fui conversar um pouco com o Carlos.

— Ele parece meio distante hoje...

— Pode ser por conta da virada do ano.

Caminhei até a janela que dava visão para a piscina e vi ele e minha filha abraçados.

— Vigiando o Carlos? - perguntou Chapeuzinho.

— Ele e a Nina estão sentados abraçados.

— Achei que você já havia se acostumado com a relação dos dois. A Nina morre de amores pelo padrinho dela e ele a trata melhor que qualquer um.

— Esses dois... são muito grudados.

— Carlos é do tipo muito prestativo e atencioso, e como ele gosta muito da Nina, mesmo ele estando, aparentemente querendo ficar sozinho, ele não a afasta quando ela se aproxima.

— Pensei que com o tempo esses dois não estariam tão grudados assim. Afinal, Nina já teve namorado, tá crescendo cada dia mais... tá quase uma mulher feita. Achei que a essa altura, a relação deles seria mais como a da Jéssica com ela.

— Eu também achei que isso iria acontecer, mas sinceramente, é bom não terem se afastado.

— Por que?

— A Nina é muito agarrada no Carlos, se eles se afastassem, nossa filha sofreria, com certeza.

— Ela daqui a pouco, vai gostar de outro rapaz. Tá ficando uma mulher, mesmo me assustando muito, sei que em breve ela vai começar com papo de relação sexual, casamento, filhos... ai meu Deus - passei a mão pela cabeça — Não creio que ela vá levar o padrinho a reboque!

— Tô começando a duvidar disso.

— Como assim, Adriana?

— Ela me disse que vai morar com o Carlos.

— Ela sempre disse isso...

— Mas dessa vez é diferente Eduardo.

— Diferente como?

— Disse que quando fizer dezoito, vai morar com ele. Até perguntei o que ele falou sobre isso. Ela disse que não falou com ele ainda, mas nas palavras dela, "ele vai aceitar de boas". E eu perguntei, e se ele casar? Ela disse que só deixa ele casar se a esposa aceitar ela junto, caso contrário, ela não deixa o casamento acontecer.

— Nina tá doida! Adriana, isso ainda é um pensamento infantil. Nunca daria certo!

— Você não conhece nossa filha. Se ela cismar que o Carlos não se case, ela não vai mesmo deixar ele casar.

Naquele instante os dois adentram à casa de mãos dadas. Logo ele soltou a mão dela, e ela se sentou.

— Boa noite, família. Eu tô morto e vou me deitar - disse o Carlos.

— Tio Ca.

— Eu!

— Não vai rolar cafuné hoje? - perguntou a minha filha na maior cara de pau.

— Vem, pilantrinha. Vou colocar você na cama primeiro, depois eu vou dormir.

— Tá! - ela subiu correndo a escada e ficou aguardando o Carlos subir.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora