CAPÍTULO XLVIII

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NINA

QUANDO DESEMBARQUEI no aeroporto de Nova Iorque, o JFK, Larissa me aguardava, assim como a tia Jéssica.

― Oi, tia Jéssica!

― Nina, meu Deus, como você tá enorme - ela veio até mim e me abraçou.

― Oi, amiga! - Larissa estava toda sorridente e feliz.

O marido da tia Jéssica, o Peter, estava lá, me cumprimentou e pegou o carrinho com minhas malas e fomos em direção ao estacionamento.

Larissa estava toda empolgada, falando do apartamento, da faculdade e de muitas coisas, mas eu estava longe... muito longe. Meus pensamentos estavam em um homem maravilhoso de olhos azuis.

― Nina... Nina... - senti a mão da Larissa me sacudindo ― Ei, terra para Nina. Onde você tá, garota?

― Como estão todos lá, Nina? - perguntou tia Jéssica.

― Bem.

― E como reagiu o Carlos? Ele aceitou numa boa? Porque vocês são como unha e carne...

Pronto, não precisou de mais nada, entrei num choro profundo e nada que passava pela janela ou o que eles falavam pra mim, me fez parar. Chorei sem parar, até estar instalada no meu quarto novo.

O apartamento era mobiliado, claro que tinha o básico, ainda faltavam algumas coisas.

― Com o tempo, você dará o seu toque pessoal. Afinal, o Eduardo comprou o apartamento pra você, ele é seu. Você vai colocar do seu jeitinho - me disse o Peter, tentando ser simpático.

― Tá bom.

― Amiga, tem uma visão linda daqui, mesmo não sendo num bairro chique.

― Não vim por conta de um bairro chique, vim para estudar.

― Isso mesmo, Nina - disse o Peter ― Se precisar, já sabe, qualquer coisa mesmo, liga!

― Bom, amanhã eu passo aqui para te buscar, te levo você na faculdade, pra você ver tudo, depois vamos buscar o seu carro. E... vou cuidar de abrir uma conta bancária pra você. Seu pai me pediu pra cuidar de você e ver o que seria preciso pra você ficar bem instalada - falou tia Jéssica.

― Tá.

O Peter colocou minhas malas no meu quarto e depois que a tia Jéssica se despediu de mim, eu fui para o quarto, deitei na cama e chorei. Foi a única coisa que eu fiz o resto da noite, não preguei o olho e pensei no tio Ca o tempo inteiro.

No outro dia, Larissa chega na porta do quarto, abre e entra, deitando na cama e olhando minhas malas abertas no chão.

― Quer ajuda pra arrumar as coisas?

― Eu vou arrumar com calma.

Levantei, fui ao banheiro, tomei banho e vesti uma roupa e, fiquei aguardando a tia Jéssica chegar.

― Você não vai tomar café? Eu comprei umas coisas... mas deixei pra fazer uma compra grande quando você chegasse.

― Não tô com fome.

Tia Jéssica chegou com o Peter e fomos. Primeiro fomos à faculdade, eu já falava inglês, mas não era nada maravilhoso, já que a língua materna era a que eu mais usava. Mas agora teria que me virar. Depois da faculdade, com tudo acertado, fomos para uma loja de celulares, habilitei uma nova linha e a vontade foi enorme de ligar para o tio Ca e contar tudo sobre a faculdade. Mas eu não poderia. Da loja fomos ao banco.

― Nina, o seu pai pediu pra eu fazer o depósito todo mês da sua mesada. Fica mais prático, afinal, ele mandar dinheiro de lá pra cá seria idiotice.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora