CAPÍTULO XXXIV

562 62 34
                                    


CARLOS

LEVEI UM bom tempo para me recuperar da perda do meu pai. Passei um tempo vivendo no automático. A presença da Nina me ajudou bastante. Terminei a faculdade, me formei e foi muito triste para mim a formatura, já que o meu maior desejo era que o meu pai estivesse presente quando eu fosse pegar o canudo.

Gabriel passou a me ligar mais vezes. Clara passou a me visitar mais vezes também. Eu estava tentando organizar minha vida profissional. Amava trabalhar como designer de games, mas agora eu precisava colocar também em prática o meu segundo diploma... arquitetura. Estava comandando a empresa do meu pai à distância e mantendo o meu trabalho. Mas estava bem complicado, pensei em mudar a sede da empresa do meu pai para a cidade em que eu estava morando, mas seria muito ruim para os funcionários dele. Então, eu estava tendo que me virar pra conseguir comandar a empresa do papai e trabalhar como designer.

Uns dois meses após a morte do meu pai, um funcionário chamado Golias, me envia um e-mail em que um cliente pede um projeto para a empresa. Eu teria que fazer o projeto da obra de um estacionamento subterrâneo de um novo supermercado que iria abrir na cidade. Não era nada demais, o problema era o local. O Tadeu é engenheiro e trabalhava com o meu pai, claro que ele poderia me ajudar, mas era complicado ficar horas em chamada de vídeo para atender ao pedido do cliente. Então, ele me mandou tudo em relação ao terreno e eu comecei a fazer o projeto. Numa noite de quarta-feira, eu estava bloqueado numa parte do projeto em que eu precisaria do Tadeu ou outro engenheiro. Mas, ele estava viajando, então lembrei da Samantha, ela tinha faculdade de engenharia também e liguei pra ela pedindo ajuda.

Então o mocinho tá atrapalhado num projeto simples de estacionamento? - me disse ela ao telefone.

― Pois é. Tá complicado pra mim. Tô com outro projeto, mas do meu trabalho.

Eu vou dar uma passadinha no seu apartamento e te dou uma mão.

Com meia hora, Samantha tocou a campainha, abri a porta e ela entrou.

Eram 19:15, mostrei o que já havia feito do projeto e ela começou a me ajudar no que eu estava atrapalhado.

Com duas horas, o projeto foi finalmente finalizado.

― Obrigado, Samantha. Você me tirou da escuridão.

― Nada. Você... acho que estava com muita coisa na cabeça que não viu o óbvio. Precisa descansar, rapaz.

― Verdade, tô precisando de férias!

― Faça isso - ela se ajeitou no sofá ― Não te falei, né? Vou embora do país semana que vem.

― Sério? Trabalho?

― Casamento. Meu noivo mora no Canadá e só estávamos aguardando minha formatura. Agora, caso e vou morar lá.

― Já tem algo em vista? - falei me levantando ― Me refiro a trabalho.

― Sim. Ele tem uma empresa de arquitetura e vamos trabalhar juntos.

― Olha... legal! Fico feliz por você. Agora, senhora engenheira/ arquiteta - ela sorri ―, vai me cobrar quanto pela ajuda?

― Hummm - ela colocou a mão no queixo e ficou com cara de pensativa ― que tal um beijo?

― Um beijo? Por que quer um beijo meu? Você não é noiva?

― Sou. E quero um beijo seu já faz bastante tempo - ela levantou e caminhou até mim. Chegou bem perto e ficou me encarando com aqueles olhos verdes dela.

― Samantha somos amigos...

― Shiii - ela colocou o dedo nos meus lábios me fazendo ficar quieto. E logo já estava me beijando.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora