CAPÍTULO LVIII

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NINA

EU NÃO estava acreditando no que o imbecil do meu namorado estava fazendo. Quando o tio Ca foi embora, eu voltei para dentro e estava a Larissa cuidado do Johnny e o meu pai me olhou com cara de poucos amigos.

— Johnny, no meu quarto agora!

Passei por todos e subi a escada, com ele vindo logo atrás. Quando adentrei ao meu quarto e ele também, eu fechei a porta e o empurrei para que se sentasse na cama.

— Olha querida...

— Pode parar - o interrompi — Que merda foi aquela?

— Nina... eu fiquei com ciúmes.

— Você acha que eu sou burra?

— Não, amor - ele levantou e veio tentar me abraçar.

— SENTA! Olha aqui, eu ouvi muito bem você insinuando que eu e o tio Ca transavamos. Você sabe muito bem que isso nunca aconteceu!

— Nina... eu não gostei do jeito que você é com ele.

— E desde quando você tem que gostar? Você não tem que gostar. Você tem que aceitar que existem pessoas em minha vida mais importantes que você.

— Eu sou o último da sua lista, não é? - ele abaixou a cabeça e parecia triste.

— Johnny... entenda uma coisa, minha relação com ele, só diz respeito a nós dois. Nem os meus pais se metem nisso.

— Você tem que convir que nenhum namorado iria gostar de ver o que vi.

— Você disse certo... namorado. É só isso que você é meu. Ele é importante pra mim, e eu não estava fazendo nada demais.

— Como não? Você estava sentada de pernas abertas no colo dele...

— Não me faça escolher... nunca! Você entendeu? Jamais vou escolher um namorado no lugar do tio Ca. Jamais!

— O que você quer que eu pense com isso?

— Pense o que quiser, mas entenda que, o que eu tenho com você, eu já tive com outros. Você é meu namorado hoje, não sabemos amanhã... o tio Ca é importante pra mim e ele tá na minha vida desde sempre. Eu nunca, nunca vou deixar ele sair da minha vida, entendeu? Namorado pode se tornar um marido, como pode se tornar um ex, já o tio Ca, será sempre o meu... padrinho. Isso nunca vai mudar.

— Desculpe, não fazia ideia de quanto você o amava.

— Amo!

— Eu sempre vi você chorando por causa dele. E você nunca me disse o que aconteceu. Achei que... ele tinha abusado de você ou te machucado.

— O que houve para me fazer chorar por causa dele, não foi culpa dele, foi minha. Eu devia um pedido de perdão a ele. O tio Ca sempre foi um homem correto, ele é a melhor pessoa do mundo e eu magoei ele, mesmo sabendo que... partindo de mim, doeria muito mais. As lágrimas eram de arrependimento, medo e saudade. Então Johnny, nunca mais faça isso ou algo parecido. Ou você me perde, entendeu?

— Entendi. Me desculpe.

— Você deveria se desculpar com ele.

— Se você falar com ele, eu... peço desculpas se você deixar.

— Ótimo.

— Todos me disseram que ele não é de perder a cabeça. Eu realmente acho que exagerei.

Ele levantou, me deu um abraço e um beijo e saiu do quarto. Logo em seguida, entrou a minha mãe.

— Podemos conversar?

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora