CAPITULO VI

694 66 91
                                    


CARLOS

EU NÃO namorava ninguém e não queria. Creio que me apaixonar não estava em meus planos. Afinal, a única vez em que isso ocorreu, eu me ferrei bonito de verde e amarelo. Dizendo isso, na época eu só ficava, era uma única noite e nunca mais. Não queria me apegar e nem que alguém se apegasse a mim. Na noite do meu aniversário de trinta anos, acabei fazendo merda e para defender a Jéssica de um babaca, eu acabei beijando ela. Se o beijo foi bom? Ótimo, mas foi um erro.

Como eu disse, eu só ficava com mulheres que queriam prazer e não compromisso e Jéssica não era o tipo, ao menos era o que eu pensava. No início, eu fiz aquilo, pois pensei em defender ela, já que por ela ter perdido a mãe fazia pouco tempo, me senti meio que obrigado a estar perto e cuidar dela. Expliquei isso a ela e vida que seguiu.

Um belo dia, era meu fim de semana com minha princesinha e eu estava na mansão, Dri resolveu ir ao supermercado comprar umas coisinhas e a Nina pediu para ir junto e me chamou para acompanhar as duas. Como eu estava lá para ficar com ela, claro que eu iria com ela até para jogar milho pros patos na lagoa da praça.

Estávamos na parte de frios e congelados e Nina estava escolhendo sorvetes para levar pra casa. Eu comecei a olhar alguns queijos e pensei em comprar pra mim.

— Noite de queijos e vinho? - me perguntou uma ruiva se aproximando de mim.

— Na verdade não. Vinho e queijos não servem para comer sozinho.

— Pode me convidar se quiser companhia - eu não era otário, a mulher estava me comendo com os olhos e queria que eu fizesse o mesmo, só que não com os olhos, claro.

— Infelizmente, não posso levar convidados em minha casa. Família complicada... - menti porque não levava mulher alguma na minha casa. Afinal, vai que eu ficasse com alguma doida que depois quisesse pegar no meu pé. O certo era que quanto menos informações, melhor.

Sempre que eu saía com alguma mulher, levava para algum motel. Nada de ir para minha casa, nada de troca de números de telefone e nada de ir para a casa delas. Eu não mentia pra elas, dizia exatamente o que eu queria e como eu queria. Não faltava mulher na minha cama, mesmo eu não me apegando a nenhuma delas e sem nenhuma chance de repeteco.

— Posso oferecer minha casa para fazermos a noite de queijos e vinho...

— Tio Ca! Você pode pegar aquele sorvete lá em cima pra mim?

— Claro, princesa!

— Sua sobrinha?

— Sou a princesa dele! E você é quem? - eu comecei a rir da petulância da Nina com a desconhecida.

— Olha princesinha...

— Só ele pode me chamar assim! Eu não te conheço - ela se virou pra mim — Tio Ca, você conhece ela do trabalho?

— Não princesa... ela é a ... - olhei pra moça esperando que ela me dissesse o seu nome.

— Prazer, Rafaela...

Quando estendi minha mão para cumprimentar a moça, Nina segurou minha mão e me puxou pra baixo para falar no meu ouvido.

— Tio Ca, você nem conhece ela... Dona Carmem não te disse que não se pode falar com estranhos? Ela pode querer te fazer mal.

Não me aguentei com a inocência da minha pequenininha.

— Crianças... - ela disse.

— Mamãe... a moça tá querendo fazer mal pro Tio Ca - Adriana chegou perto e eu ria bastante das bobagens que a Nina falava.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora