CAPÍTULO XXXIX

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CARLOS

FOI MUITO difícil disfarçar para todos, inclusive para mim por todos esses anos, a dor que eu sentia. Acho até que me saí muito bem.

O Eduardo inventou para a Adriana que eu ficaria na mansão por uns dias, para além dele me dar umas dicas sobre administração, eu poder dedetizar o apartamento. No início da noite, naquele dia, Eduardo e eu fomos ao meu apartamento para que eu fizesse uma mala, Nina quis ir junto, mas o pai não deixou. Assim, ela me disse que precisava de umas coisas que estavam lá.

Fomos no seu carro e quando chegamos ao meu prédio, ele ficou nele, já que eu não poderia usar o meu, pois menti dizendo que ele estava no conserto. Subi e quando estava destrancando a porta, senti aquele odor pavoroso que me deixava com todos os sentidos em alerta. Me virei e vi Fernanda atrás de minhas costas, encostada na parede do apartamento vizinho.

― Ora, ora, ora... Carlinhos, você finalmente voltou pra casa.

― Como você... como...

― O seu Valério é um senhorzinho, muito simpático. E também você tem ótimos vizinhos.

― Como você subiu?

― Acreditam em tudo hoje em dia...

― O que você quer? - já me encostei na parede ao lado de minha porta, meu corpo tremia e eu não queria que ela percebesse.

― Vejo que sua boxeadora, não está contigo! Melhor assim, sobra mais de você pra mim.

― Por que você é cismada comigo? Você sabe que eu não quero você!

― Gosto do seu jeitinho doce... que mesmo após muitos anos, nada mudou. Você diz que não me quer... mas não é isso o que eu vejo. Você se oferece pra mim quando eu chego perto.

Ela aproximou aquela mão nojenta de mim, me fazendo virar o rosto. Começou a acariciar o meu pescoço, meu peito e foi descendo... Abriu minha calça, eu queria gritar e não conseguia, ela tirou o meu pênis para fora e começou a massageá-lo ali, no meio do corredor.

― O que é isso? - Eduardo chegou, fazendo a Fernanda me deixar e passar por ele apressada indo em direção à escada.

Eu fiquei ali... parado, sem nenhuma reação. Eduardo me levou para dentro, me fez tomar água, mandou eu me recompor. Quando consegui ficar mais calmo fiz minha mala, peguei as coisas da Nina e saímos de lá.

Quando voltei pra mansão, não quis comer, fui para a suíte em que ficava e me deitei. Nina foi até lá, tentou me animar, mas eu não conseguia dar atenção a ela.

Fiquei olhando o teto, buscando o sono.

" Vou precisar voltar no apartamento para pegar um ficheiro com dados, que droga!"

Estou abrindo a porta do apartamento, entro e encosto a porta. " Vai ser rápido, onde deixei aquela pasta?" Lembrei que tinha sido no quarto e fui para lá. Apanhei numa gaveta dentro do armário e quando me levantei, me deparo com a Fernanda parada na porta do meu quarto.

― O que você tá fazendo aqui?

― Oi, Carlinhos.

Ela caminhou até mim, que larguei a pasta no chão. Me encostei no armário, ela chegou mais perto e passou a mão em meu pescoço me puxando para um beijo. Meu coração acelerava, minhas mãos tremiam, ela me virou e me jogou na cama, subindo em cima de mim. Abriu a minha calça e começou a me tocar.

― Por favor... não... não.

― Shiiiii... fica quietinho Carlinhos, vai ser rápido...

― Não... por favor... - eu já estava para chorar.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora