Capítulo 17

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Dulce Maria

- Oi, o que faz aqui? - Christopher me olhou sério e aquilo quase me assustou, em outras situações eu fugiria, mas isso eu enfrentaria.

- Precisamos conversar.

- Vem, vamos entrar. - ele passou por mim e abriu a porta da sua casa. Ela era organizada, com tudo em seu devido lugar, e claro, tinha a cara de Christopher. A decoração puxada para as cores mais escuras como preto e cinza, e algo que me chamou muita atenção: três guitarras penduradas na parede e um violão que ficava em um suporte, esse no chão, ao alcance de todos. - Vou só jogar uma água no corpo e já venho, eu estava correndo e estou suado, mas fique a vontade.

- Tudo bem, vai lá.

Enquanto Christopher tomava seu banho, continuei a observar tudo. Ali não havia porta retratos, ou nada que o ligasse a família, preferi não perguntar agora mas com certeza futuramente, não iria me esquecer disso. Fiquei repassando tudo que tinha que falar à ele nesse tempo, sentei em seu sofá e suspirei, essa não seria uma conversa fácil entre nós, e eu não sabia se tinha tomado a decisão certa em vir aqui justamente agora.

Christopher Uckermann

Eu só queria fugir, para qualquer lugar. Sei que Dulce e eu precisávamos conversar, mas não sei se estava preparado para isso. Entrar no banho foi a alternativa mais rápida que pode pensar para adiar por mais um tempinho isso, afinal de contas, ela merecia uma explicação, eu havia dito para ela que tudo ficaria bem, e eu fugi.

Saí do banho, me troquei rapidamente e fui de encontro a ela. Meu coração estava a mil por hora, eu não sabia o por que de me sentir assim, mas a ansiedade estava batendo forte em mim.

- Quer alguma coisa? - perguntei a ela assim que nossos olhares se encontraram.

- Não, obrigada. - assenti e sentei ao seu lado.

Nos olhamos mais uma vez e parecíamos dois adolescentes que tinham aprontado é sido pegos, a tensão que havia pairado no ar era quase palpável, vi Dulce respirar fundo e virar seu corpo para ficar de frente comigo.

- Christopher, o que aconteceu? Você me disse para não ficar preocupada e você desapareceu... eu não entendi, de verdade! - respirei fundo procurando forças por um momento.

- Eu sei, eu só...surtei.

- Mas por que?

- Você me atrai, Dulce. Que merda! Eu já disse isso para você, sei que criamos uma amizade bonita, eu gosto de estar do seu lado e te ajudar em tudo, mas eu surtei. Não soube o que fazer, então sim, eu desapareci.

- Chris...

- Não, Dulce. - pressionei os olhos e levei minhas mãos em meu rosto. - Me desculpa, só não consegui lidar. Acho que eu estava sobrecarregado por outras coisas também.

- Tudo bem, e me desculpe ter te beijado, eu não queria que as coisas ficassem assim, eu me senti atraída naquele momento.

- Não tem problema, até que não foi de todo ruim e eu sei que sou gostoso. - eu disse em tom de deboche, fazendo-a rir e revirar os olhos.

- Já voltou a ser o idiota de sempre.

- Ele sempre estará aqui. Amigos?

- Amigos. - a puxei para um abraço forte e inalei o cheiro que vinha dos seus cabelos, era doce, assim como ela.

- Senti sua falta. - Ela admitiu enquanto ainda estávamos naquele abraço confortável.

- Eu também senti a sua, Dul. Espero que tenha continuado se exercitando. - Ela se separou do nosso abraço e me olhou, como se fosse uma criança que tinha feito algo de errado. - Dulce Maria, o que foi?

- Eu continuo fazendo yoga mas voltei a comer besteiras. - a olhei com decepção na mesma hora. - Não me olhe assim, eu perdi meu melhor amigo por duas semanas.

- Melhor amigo, é?

- Você e Annie são definitivamente meus melhores amigos.

- Me sinto lisonjeado apesar de que isso não mude nada, Dulce Maria, não tente me enrolar.

- Que droga, vou ter que te comprar de outra maneira. - Dulce deu um sorriso malicioso e ela pareceu ver que me envergonhou, provavelmente fiquei vermelha na mesma hora.

- Bom, eu sei de vários jeitos, basta você querer.

- Cala a boca, Uckermann! - ela disse revirando os olhos e rindo. Dulce se levantou e voltou a olhar para mim. - Bom, eu vou indo.

- Espera, vai fazer algo agora?

- Tenho um compromisso com minha mãe e Anahí, só queria me resolver com você mesmo.

- Tudo bem então...

- Mas, topo a yoga amanhã de manhã. Sinto falta dos nossos exercícios matinais. - sorri largamente para ela na mesma hora.

- Me avise quando acordar que irei lá, ta bom? Não precisamos levantar cedo amanhã para isso.

- Aviso sim! Agora preciso ir, Chris. - fomos caminhando até a porta em um silêncio confortável, era quase como se a tensão passasse.

- Até amanhã, Dul. - Fui pego de surpresa novamente quando Dulce me abraçou e descansou a cabeça em meu peito. Retribui na mesma hora, apertando-a ainda mais.

- Fico feliz que tenhamos nos resolvido, isso estava acabando comigo.

- Comigo também, ruiva. Acredite. - Dulce sorriu fraco e se desvencilhou de mim.

- Até amanhã, Chris.

Observei Dulce caminhar até sua casa e logo sumir do meu campo de visão. Entrei e me joguei no sofá, ter conversado com ela aliviou todo meu estresse, com certeza causado por isso. Me sentia leve novamente e pronto para outra. Dulce e eu éramos amigos novamente, hoje era sábado, eu não ficaria sozinho nessa casa.

Chamei Christian para irmos à uma balada e ele topou na hora, então logo fui me arrumar e sair. Hoje eu pretendia voltar para casa acompanhado.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora