Capítulo 62

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Paco fazia a ronda diária do lado de fora do galpão, a fim de notar se alguém passava ali, o que era extremamente raro. Com uma arma em mãos, ele ouviu algo entre as árvores e resolveu atirar, o que ele não sabia era que Christopher já estava ali, observando tudo, mas o tiro não passou nem perto dele.

Christopher observou Pablo e Muriel saindo do local velho e sujo e conversando com Paco, seu punho se fechou na mesma hora e seus dentes trincaram, ele está com raiva, mas sem arma ou ajuda da polícia, não poderia fazer nada.

De dentro do galpão, Dulce chorava em silêncio, com medo do que estava por vir, sentia sua morte próxima e só conseguia pensar naqueles que amava. Além disso, a dor física se fazia muito presente, seus punhos estavam doloridos e ensanguentados por tentar sair dali, e seus calcanhares, da mesma forma.

Poucos minutos se passaram até que a polícia chegasse até o local, com Poncho e Anahí, e em extremo silêncio, como Christopher havia pedido.

- Finalmente vocês chegaram, eles estão em três, Pablo, Muriel e Paco, e estão armados.

- Eu vou acabar com cada um deles. - Anahí disse em um sussurro e Christopher agradeceu mentalmente por ela não dar mais um de seus gritos, ele a amava, mas conhecia a amiga e sabia que muitas vezes ela não se controlava.

- Nós vamos entrar e vocês fiquem aqui. - um dos policiais disse à Christopher, que apenas assentiu. Internamente, ele sabia que não iria conseguir se segurar por muito tempo, e por um momento, Poncho o olhou, parecendo ler sua mente.

A polícia se aproximou sorrateiramente e invadiu o galpão, uma troca de tiros começou no mesmo instante. Christopher sentiu seu corpo gelar com a possibilidade de algo machucar Dulce. Já do lado de dentro, sob ordens de Pablo, Muriel, afrouxou as correntes que a prendiam e Dulce já pode se sentir um pouco mais livre, mas não por muito tempo, já que logo uma arma estava em sua cabeça, e o longo braço de Muriel estava em seu pescoço.

Christopher correu para dentro do galpão, junto com Poncho, Anahí chorava descontroladamente, mas também correu para encontrar a amiga. A polícia tentou intervir, mas sem sucesso, Christopher estava desesperado, não conseguia escutar ninguém, e quando seus olhos encontraram o de Dulce, o medo percorreu por seu corpo, já que Muriel estava a mantendo presa. Ele observou o corpo da amada, Dulce estava frágil, machucada, com um olhar amedrontado, sem seu brilho normal, ele só queria abraça-la e cuidar dela.

Anahí chorava baixinho atrás dele, agarrada a Poncho, o medo também a dominava, sua irmã de coração estava passando por algo que não deveria passar nunca, e aquilo partia seu coração.

O barulho de tiro havia cessado, Pablo e Paco haviam sido atingidos e sangravam consideravelmente, ambis estavam dentro de uma das ambulâncias, onde seriam levados para um hospital, e depois, direto para a cadeia. Christopher, por outro lado, estava desesperado com a situação em que Dulce se encontrava. Vários policias estavam com armas apontadas para elas, o que só piorava o emocional de todos ali presente, até que ele tentou conversar com ela.

- Muri, por quê está fazendo isso? Solte a Dulce, ela não te fez nada. - Christopher começou a se aproximar enquanto falava, suas mãos tremiam, assim como sua voz, mas só a ruiva a sua frente o importava.

- Essa vagabunda está no nosso caminho, Ucker. Estou me livrando dela, assim viveremos juntos, felizes e em paz.

- Do que está falando?

- É o nosso destino, Christopher, permanecemos juntos, só nós dois, como sempre foi. - Dulce arregalou os olhos e fitou os de Christopher, que retribuiu na mesma hora, era quase como se eles estivessem conversando.

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