Capítulo 60

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Anahí

Já faziam algumas horas que eu estava nessa tremenda agonia, fica sem notícias da Dulce era a morte para mim, e eu não conseguia descansar enquanto minha amiga não estivesse aqui comigo.

O trabalho da polícia está sendo lento demais. Christopher e eu fomos até a delegacia para prestar o depoimento formal e pudemos ver (sem querer) as imagens da câmera de segurança do shopping. Pablo. Aquele filho da puta tinha pego ela, e eu jurei ali mesmo que não ia sossegar enquanto não o visse atrás das grades. Christopher já estava mais impaciente do que eu, se ele pegasse Pablo, sei que não se contentaria apenas com um soco.

Eu já estava em casa fazia uns 20 minutos, Christopher tinha me deixado aqui, dizendo que precisava ficar um pouco sozinho, e de certa forma, eu entendia ele, só não achava que ele estava falando a verdade. Saí dos meus pensamentos quando Poncho entrou em casa com sacolas de comida na mão, ele deixou em cima da mesa e logo se sentou ao meu lado.

- Oi, meu amor. Como foi na delegacia?

- Foi o Pablo, Poncho. O Pablo levou ela. - comecei a sentir uma forte dor no estômago e uma pontada na cabeça, fechei meus olhos e recostei a cabeça nele, que me abraçou de imediato.

- Desgraçado. Vamos achar ela, Annie, não se preocupe.

- Eu estou com tanta saudade da minha menina, Poncho, não vou aguentar viver se acontecer alguma coisa com ela. - Eu disse em um choro desesperado, até porque, era assim que eu me sentia.

- Calma, meu amor, a Dulce é forte, ela vai ficar bem, logo vamos encontra-lá.

- Eu só preciso dela aqui, salva, com a gente. Eu vou fazer questão de mandar o Pablo para cadeia e apodrecer lá.

- Mais do que justo! Agora se acalma, vem aqui, vamos comer, você não se alimenta faz muito tempo. - ele se levantou e me puxou pela mão, eu não sentia fome, mas ele estava certo.

Minha cabeça não parava nem por um segundo, era praticamente impossível, eu só vagava por onde Dulce estava, se havia comido, se tinham a machucado, qualquer coisa. Logo, ouvi o som estridente do toque do meu celular, o nome de Christopher se iluminou na tela e meu coração apertou, respirei fundo e atendi na esperança de ser uma notícia boa.

Christopher Uckermann

Deixei Anahí em sua casa e comecei a dirigir sem rumo, algo não estava certo e eu sentia que Pablo não estava sozinho nessa. Ver o que ele tinha feito com minha pequena tinha me destruído, Dulce se debatia, tentando tirar aquela pressão de seu rosto, foi agonizante.

Resolvi parar em um mercado para comprar uma água, fazia tempo que eu não parava, mas sinceramente, eu não conseguia pensar em mais nada. Desci e entrei a fim de ir o mais rápido possível, eu tinha essa urgência, só não sabia de onde ela vinha.

Entrei e fui direto ao ponto, peguei o que precisava, mas algo me fez parar, ou melhor, uma voz, vindo do outro corredor. Consegui espiar sem ser percebido, e vi que era Muriel, falando no telefone, parei ali e escutei a conversa, parecia errado, mas eu não me importava com nada mais.

"Eu já estou voltando"

"Ok, se acalma, eu estou comprando o que você pediu"

"Pablo, eu já entendi, e cala a boca dessa vagabunda, ela não para de gritar"

"Sim, daqui a pouco eu chego aí, vou desligar, tchau."

Pablo. Muriel. Estavam juntos. Fazendo isso com a minha mulher. Meu Deus. Senti meus olhos queimarem em lágrimas, um aperto no peito me dominou de imediato, mas pelo menos eu tinha uma luz no fim do túnel, já saberia o que fazer.

Esperei ela pagar sua compra, larguei tudo que eu tinha pego, e assim que ela saiu, resolvi segui-la. Alcancei meu celular e liguei para Anahí, ela precisava saber disso.

- Annie, a Muriel. A Muriel ajudou Pablo.

- Do que você está falando, Chris?

- Eu parei em um mercado e a ouvi, ela estava falando no telefone com ele, Anahí, ela chamou minha mulher de vagabunda, eu nunca senti tanto ódio e raiva em toda minha vida.

- Eu vou acabar com a raça dessa vadia. - ela disse em um grito.

- Annie, estou seguindo o carro dela, vou te mandar minha localização em tempo real, liga para polícia mas pede silêncio.

- Me mande agora mesmo, estamos indo te encontrar.

- Rápido! - desliguei o telefone sem ao menos deixá-la responder e já tratei de mandar a localização para Annie e Poncho, eu iria achar minha mulher a qualquer custo.

Muriel dirigia rápido, e por sorte, eu tinha trocado de carro naquela semana, então ela não me reconheceria, além do movimento que tinha nas ruas e avenidas, daria para disfarçar.

Percebi que ela estava indo para a saída da cidade e mais uma vez, meu coração apertou, só conseguia rezar por Dulce, que ela estivesse bem e sem ferimentos, ela não merecia essa tortura, ela era boa demais para ser ferida desse jeito, só esperava também que aquilo não afetasse tanto seu psicológico ou a faria querer se afastar de mim, eu morreria se isso acontecesse de novo.

Desacelerei quando percebi que ela entraria em uma estrada de terra isolada, não queria que ser visto, mas não podia perdê-la de vista. Após alguns segundos adentrei a estreita estrada e percebi que só tinha um caminho, meu celular já não tinha tanto sinal, mas ainda tinha esperança de Anahí me encontrar. Fui indo devagar até avistar, de longe, um depósito relativamente grande, e o carro de Muriel parado ali, era hora.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora