Capítulo 73

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Dulce Maria

Alguns meses depois

Minha vida com Christopher não poderia estar melhor, eu realmente tirei a sorte grande quando o encontrei, e não mudaria nada em nossa história, passamos por tudo aquilo que é necessário, e acredite ou não, foi preciso para que pudéssemos amadurecer.

Durante esse tempo, demais entrada aos papéis de adoção para Sophie, o que estava me deixando nervosa e ansiosa pela demora, mas mesmo assim, todos os dias nós fazíamos um esforço para ir visitá-la, e aos finais de semana, às vezes, conseguíamos permissão para levá-la para passear. Era pouco mas todo tempo que eu passava com a minha filha era precioso.

Anahí já está quase na reta final de sua gravidez, ela e Poncho brigam dia e noite como cão e gato, mas o amor é tão presente entre os dois que as brigas ficam pequenas perto disso. Eles haviam se mudado para uma casa grande, com piscina e um quintal enorme, onde Manu e Dani poderiam brincar a vontade. Sim, Annie está grávida de gêmeos, dois menininhos, ela descobriu pouco tempo depois do julgamento após passar muito mal e ter que ir para o hospital.

Eu continuava minhas sessões de terapia com a Dra. Camila, tentei parar mas ela não me deu alta completamente, então, apenas diminuímos as sessões por duas vezes ao mês e posso garantir que me sinto muito bem assim, minha vida está leve ultimamente.

No trabalho tudo corre bem, o desenvolvimento de algumas pesquisas estavam avançados, o que me dava muito orgulho da minha equipe, já que agora, eu havia sido promovida à chefe do laboratório.

Hoje era um sábado e estávamos de bobeira em casa, apenas nós dois. Iríamos ao orfanato mais tarde, pegar Sophie, para passar o fim de semana com a gente e comprar mais algumas coisas para seu quartinho, que já estava quase pronto. Nós realmente amávamos ela, fazíamos de tudo para vê-la feliz e sabíamos que, apesar da demora, logo ela viria para nós.

De repente, o telefone de Christopher começou a tocar insistentemente, e senti que ele havia ficado tenso ao meu lado. Se levantou e foi atender na varanda, do lado de fora. Minutos mais tarde, ele voltou e se sentou ao meu lado, com uma expressão indecifrável em seu rosto.

- Chris, o que foi? O que aconteceu?

- Pablo está morto. - meu Deus, eu não podia acreditar naquilo. Me parecia tão errado mas eu me sentia muito aliviada em receber essa notícia, talvez assim eu perceba o que todos falam e realmente entre na minha cabeça que eu não tenho culpa. Engoli seco depois de um tempo em silêncio e me virei para Christopher.

- Como aconteceu?

- Uns detentos descobriram o que ele havia feito, não levaram numa boa os crimes sexuais, o espancaram até a morte, ele chegou no hospital sem vida. - ele me olhou receoso parecendo esperar qualquer reação minha, mas nem eu mesma conseguia nesse momento. - Dul, você está bem?

- É errado eu estar? Uma pessoa morreu, sabe? Mas não me sinto triste ou com aquele aperto no peito, me sinto aliviada. - Christopher sorriu de canto e me puxou para seu colo, beijando o topo da minha cabeça e acariciando meu braço.

- Lógico que não, meu amor. Você passou por momentos de terror nas mãos daquele filho da puta, ele teve o fim que mereceu. - levantei a cabeça para olha-lo e dei um beijo demorado em seus lábios, agora mais do que nunca, me sentia livre e segura.

- Obrigada por sempre dizer a coisa certa.

- Eu sou perfeito, eu sei.

- Estava demorando esse seu ego inflado dar as caras. - ignorando totalmente minha brincadeira, Christopher selou nossos lábios mais uma vez, em um beijo intenso mas muito calmo e sensual.

- Eu só sou perfeito porque tenho você ao meu lado. Eu te amo tanto, mi Dul. - meus olhos se encheram de lágrimas com aquela declaração inesperada. Fato é que Christopher e eu estamos constantemente falando que nos amamos, não por necessidade, mas muitas vezes, é apenas a espontâneo.

- Eu te amo, mi Chris, obrigada por ser quem você é para mim. - nos beijamos mais uma vez e fomos bruscamente interrompidos por um toque de celular, dessa vez, o meu. O alcancei e permaneci sentada no colo de Christopher.

- Oi, Dulce, é a Laura, do orfanato, tudo bem?

- Oi, Laura! Tudo bem e você? - olhei para Christopher que parecia confuso e até meio preocupado. Coloquei o telefone no viva-voz e continuei a falar. - aconteceu alguma coisa?

- Sim, na verdade, vocês dois foram autorizados a terem a guarda provisória de Sophie, podem vir buscá-la hoje mesmo para morar com vocês. - eu não podia acreditar, minha menina finalmente não estaria longe de mim, eu rezei tanto por esse dia.

- Está falando sério? Laura, o que aconteceu? Nos disse que talvez demoraria esse processo.

- Sophie passa o dia deprimida esperando vocês chegarem aqui, seu rosto se ilumina a cada vez que ela os vêem, isso tem muita influência para as assistentes sociais e para o juiz. Vocês terão o direito à guarda provisória, ainda não é a definitiva, então receberão algumas visitas da assistente social ainda, até que isso chegue ao fim.

- Certo, eu só quero minha filha comigo, estamos indo buscá-la.

- Vou pedir para ajudarem Sophie a arrumar suas coisas.

- Obrigada, Laura. - desliguei a ligação e fiquei travada apenas olhando para meu telefone, não podia acreditar que teria meu bebê em minhas mãos finalmente.

- Chris, nossa filha vem para casa, eu não estou acreditando.

- Finalmente, amor, tudo valeu a pena. - estávamos com lágrimas nos olhos, já chorando de emoção, aquele processo estava nos deixando apreensivos e ansiosos, ter uma notícia dessa tirava um peso das costas.

Rapidamente, fomos apenas trocar de roupas e logo já estávamos dentro do carro à caminho do orfanato. Minhas mãos estavam suadas de ansiedade e eu não conseguia parar de mexer as pernas, Christopher parecia ter percebido já que em certo momento, entrelaçou nossas mãos, me passando todo seu conforto. Assim que chegamos, Laura nos direcionou a sua sala, onde assinariamos mais alguns documentos e alguns termos e fomos em direção à Sophie, que já nos esperava animadamente.

- Oi, meu amor! - eu disse a ela assim que a abracei forte em meus braços. - vamos para casa?

- Vamos!

- A partir de hoje, ela é sua casa também, e você é nossa filha. - Christopher disse enquanto a pegava no colo.

- Eu quero muito ser filha de vocês, eu amo meus novos papais! - não pude deixar de evitar uma lágrima cair por meu rosto, finalmente minha pequena estaria comigo.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora