Capítulo 71

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Christopher Uckermann

Para falar a verdade, eu estava tão nervoso quando Dulce para ir à esse orfanato, mas me surpreendi assim que bati os olhos na minha mulher brincando com a garotinha mais encantadora que já havia visto na vida.

Conversando um pouco com Laura, ela me contou sobre o trabalho de assistência social, como eles recebem fundos do governo e como é o trabalho psicológico com as crianças, o que eu achei muito importante, já que o abandono parental, como acontece na maioria das vezes, pode ser traumático.

Dulce se aproximou de nós assim que voltou com um semblante um tanto estranho, conhecia ela com a palma da mão, sabia que algo estava errado. Ficamos mais um tempinho ali brincando com Sophie e tivemos que ir embora, meu coração se apertou ao ver lágrimas nos olhos da minha mulher enquanto abraçava a menina e prometia voltar para visitá-la. Sophie era extremamente carinhosa e foi muito receptiva com nós dois, parecia que já nos conhecíamos realmente.

Saímos do orfanato e passaríamos na casa de dona Blanca, mas Dulce não estava bem, então resolvi mandar uma mensagem para minha sogra avisando que a levaria em outro lugar, acho que ela precisava espairecer e dona Blanca entendeu perfeitamente. Após muitas perguntar de Dulce sobre onde iríamos, finalmente chegamos à casa de campo dos meus pais. Ela adorava aqui, mesmo só vindo uma vez. Pedi ao caseiro para comprar algumas coisas no mercado para fazer um almoço para ela e algumas coisas que sei que gosta de comer quando está triste.

Entramos em casa e a vi respirar fundo, seus olhos ainda estavam umedecidos de lágrimas e tudo que eu precisava era colocar um sorriso naquele rosto.

- Dul, vem cá, amor. - a puxei para perto de mim no sofá, assim que nos acomodamos melhor. - Me conta o que foi?

- Nada, amor, estou bem.

- Dulce Maria, não minta, eu te conheço muito bem, você sabe. - ela pareceu respirar fundo e fechou os olhos.

- Me apaixonei pela Sophie, Chris. Ela é tão doce, amorosa, carinhosa, merece toda atenção e amor do mundo. Eu sei que não deveria mas foi inevitável. Aqueles olhinhos azuis brilhantes me fisgaram e eu estou triste em ter que deixá-la naquele lugar. Sei que não é o momento, mas eu queria tirá-la de lá, levar para nossa casa e dar tudo que ela quer. Sabe o que é pior, Christopher? A cena mais bonita que eu já vi em toda minha vida foi vocês dois brincando e rindo juntos. Está doendo, amor. - Dulce chorava compulsivamente e eu entendia sua dor. Sophie era adorável, eu também havia me apaixonado por ela quase como se sentisse que era minha filha. É estranho pensar que podemos ter conexões com pessoas que nunca vimos na vida antes, mas quando estávamos nós dois com a menina, senti que éramos completos, parecia certo.

- Bom, e se entrassemos com o processo de adoção para adotá-la?

- Como? - Dulce estava com uma expressão confusa em seu rosto e eu entendia o motivo, parecia louco e precipitado, mas nada entre nós é muito normal.

- Bom, quando você saiu, Sophie e eu começamos a brincar juntos e conversar também. Sabe o que ela me disse?

- O que?

- Que você era a mulher mais bonita que ela já tinha visto, e que ela via um brilho muito especial em nós dois. - O choro de Dulce que tinha cessado, agora tinha voltado com tudo, a abracei e acariciei seu braço como pude. - Ela me disse ainda que nós éramos o anjinho dela, mas eu acredito que seja o contrário... Dul, ela é nossa filha, não tem outra no mundo, nós a encontramos.

- Chris, pelo amor de deus, você tem certeza que quer fazer isso? Eu não quero te pressionar de alguma forma e querendo ou não, isso é rápido demais.

- Não é rápido, meu amor, e eu quero muito fazer isso. Vai ser incrível para nós dois, só vai nos fortalecer.

- Eu te amo tanto, mi Chris.

- Eu te amo, mi Dul. Vou fazer o possível e o impossível para te deixar feliz sempre, principalmente para trazer nossa garotinha para casa.

- Nossa garotinha... - ela sorriu e me beijou entre lágrimas. Dulce parecia não conter sua felicidade e eu realmente me sentia realizado em vê-la assim.

Começamos a pesquisar sobre a burocracia do processo de adoção logo após o almoço. Dulce parecia animada com isso, e não estava se poupando de pesquisar tantas coisas.

No final da tarde, resolvemos ligar para Anahí por vídeo, Dulce queria saber detalhes do pedido de casamento e também tirar algumas dúvidas sobre esse processo.

- Ué, onde vocês estão? - Annie perguntou no instante que atendeu.

- Na casa de campo do Christopher, viemos para cá assim que saímos do orfanato. Me conta agora do pedido, Anahí, estou morrendo de curiosidade.

- Dul, foi tão lindo. Eu entrei no apartamento e a luz estava baixa, havia velas para todos os lados e pétalas de rosa, uma música romântica ao fundo, foi perfeito. Aí entreguei a ele a caixinha que fizemos e ele chorou, amiga, disse que eu estava realizando o maior sonho da vida dele, foi maravilhoso.

- Fico tão feliz por você, minha Barbie, vocês merecem a felicidade.

- Obrigada, meu amor. E agora me contem, como foi no orfanato?

- Foi ótimo, Annie. Conhecemos uma garotinha e queremos adotá-la. Dulce se apaixonou por ela assim que a viu, e confesso que eu também. - Anahí soltou um grito ensurdecedor na mesma hora, o que nos fez abaixar o volume da ligação.

- Meus bebês vão adotar uma menina, meu Deus, não posso crer.

- Nós queremos, mas temos algumas dúvidas legais sobre esse processo, pode nos ajudar?

- Claro! Por que não passam no meu escritório amanhã após o expediente? Assim posso tirar as dúvidas de vocês e aproveitamos e conversamos sobre o julgamento de Muriel, Chris. Está chegando. - suspirei fundo e assenti, não teria escapatória.

- Tudo bem, estaremos lá. Dulce tem consulta com a Dra Camila, então não vamos poder demorar.

- Sem problemas. Espero vocês, então. Agora preciso ir, meu noivo chegou com meus chocolates.

- Annie, já está abusando do Poncho?

- Claro que sim, ele que me engravidou. Beijinhos.

Desligamos o telefone e suspiramos na certeza que isso daria certo. Após isso, resolvemos namorar um pouco e aproveitar a natureza que nos cercava. Dulce sugeriu que voltassemos logo para casa, assim não estaríamos tão cansados no dia seguinte, e assim fizemos quando anoiteceu.

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