Capítulo 65

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Christopher Uckermann

Após a chegada dos meus amigos e dos meus sogros, tudo parece que se tornou mais real. Dulce estava aqui, o pesadelo havia terminado, minha ficha estava caindo agora e, por algum motivo, eu sentia vontade de chorar de alívio. Talvez eu tenha cuidado tanto dela e pensado no que ela estava sentindo, que não olhei para dentro de mim, mas eu não me importava com isso, só queria ver aquele sorriso lindo estampado naquele rosto outra vez.

Estávamos comendo e bebendo todos em um clima agradável. Fernando tinha praticamente adotado a Poncho e a mim, e eu me sentia muito grato, já que ele realmente me lembrava muito do meu pai. Anahí e Blanca pareciam ainda muito preocupadas com a minha mulher, mas eu entendia a preocupação, e sabia que era principalmente com o emocional, eu também estava, mas precisava confiar nela, e entender que se ela dizia algo, eu tinha que acreditar.

Terminamos de comer e sentamos juntos no sofá. Dulce estava ao meu lado e podia sentir seu nervosismo de longe, então, a fim de acalmá-la, entrelacei nossos dedos e fiz um leve carinho nas costas de sua mão, fazendo a olhar em minha direção e sorrir.

- Bom, temos algumas coisas para falar a vocês. - Eu comecei a falar já que Dulce estava ansiosa demais. - Nós decidimos que vamos morar juntos.

- Meu filho, que notícia boa. - Dona Blanca se levantou para me abraçar e todos repetiram a ação. - Sei que você é um bom homem e que cuidará muito bem da minha menina.

- Com toda certeza, dona Blanca. Dulce é o amor da minha vida. - olhei para minha mulher que sorria ainda mais com os olhos marejados e dei um selinho demorado nela, jamais me cansaria de dizer isso e de demonstrar o quanto a amo.

- Tem mais uma coisa, vamos nos mudar daqui. Sei que mudei para cá tem pouco tempo mas só de pensar que Muriel sabe onde moramos e, consequentemente Pablo também, me dá nos nervos, não posso viver aqui mais, me perdoem pelo esforço de vocês a alguns meses atrás e...

- Dulce, você não tem que pedir perdão, você faz o que achar confortável. - Anahí a interrompeu e sentou do lado dela, a abraçando de lado. - Só queremos sua felicidade, minha bebita. Se você não se sente protegida aqui, deve se mudar mesmo.

- Obrigada, minha Barbie. - elas se abraçaram de verdade, desta vez e todos sorrimos.

- Mas e então, cara, quando vão começar a procurar outro lugar? - Poncho perguntou enquanto abria outra lata de cerveja.

- Amanhã mesmo, iremos visitar algumas casas mas também apartamentos, já irei passar em uma imobiliária e colocar nossas casas à venda.

- Uau, vocês dois já planejaram tudo, muito bem, meu rapaz. - agora foi a vez de Fernando falar.

O clima seguiu leve durante toda noite, todos ali presente estavam muito felizes por nós, por esse passo tão importante. Dulce ainda estava um pouco aérea, mas eu compreendia totalmente, ela precisava de um pouco de espaço. Logo, Anahí e Blanca me chamaram em um canto para conversar, enquanto Dulce estava distraída em uma história que Fernando contava, acompanhada de Poncho.

- Chris, estamos achando que Dulce não está bem...

- Também acho, Annie, mas ela me pediu para que confiasse nela quando dizia que estava bem, não sei o que fazer.

- Meu filho, apenas não a deixe sozinha, Dulce já tentou suicídio uma vez, não quero nem pensar se ela tentar outra.

- Fique tranquila, dona Blanca, eu irei cuidar dela como minha própria vida.

- Você realmente à ama, né?

- Como você ama o Poncho... Talvez até mais, não sei, temos uma conexão imbatível, nunca senti isso por ninguém. - olhei em direção à ela e sorri de lado, ela era minha própria vida, não achei que era possível sentir tanta coisa por alguém.

- Olha, Anahí, um bobo apaixonado. - Dona Blanca debochou olhando para Annie, o que me fez sair do meu transe. - posso dizer que só esse olhar e essa suspirada me deixaram aliviada, amamos tê-lo em nossa família, Christopher. - ela me abraçou forte e meus olhos marejaram, já que graças a Muriel, eu não tinha família mais.

- Eu te disse, tia, ele beija o chão que minha amiga passa.

- E com prazer.

- Do que vocês estão falando? - Dulce disse se aproximando e abraçando meu corpo, dei um beijo no topo de sua cabeça e a apertei em meus braços.

- Nada demais, Annie estava me perguntando como eu estava.

- Isso, o que me fez lembrar, preciso que vá até o escritório essa semana, Chris. - suspirei longamente e assenti devagar. - Sei que é doloroso mas estamos quase lá, ainda mais agora. Vou marcar uma audiência o mais rápido possível e tentar adiantar o julgamento dela.

- Tudo bem, eu irei.

Alguns minutos depois, todos foram embora, deixando a mim e Dulce sozinhos. Lavamos e guardamos toda a louça que havia sujado, tomamos um banho e deitamos, totalmente relaxados.

- Chris? - A observei se aconchegar melhor em meus braços e suspirar. - O que estava falando com minha mãe e Anahí?

- Elas estão preocupadas com você. - falei sincero, não poderia mentir para Dulce, eu não seria capaz. - Com a sua saúde mental.

- Mas eu estou bem...

- Dul, meu amor, sabemos que não é só falar, elas têm medo que você tenha uma recaída, e eu também. Confio em você e no que você diz, mas não vou deixar de me preocupar.

- Tudo bem, eu entendo.

- Sério? Achei que surtaria com isso...

- Sério. Querendo ou não, eu ainda sou um pouco emocionalmente instável, se vocês estão preocupados é porque se importam, por mais que a Dra. Camila tenha diminuído minha medicação, ainda preciso toma-lá as vezes e não estou liberada da terapia.

- Fico mais tranquilo em saber que você pensa assim, pequena. Só queremos o seu melhor, você sabe, né?

- Sim, eu sei.

- O que foi? - sua voz saiu embargada com uma pontada de tristeza, não pude deixar de notar.

- Não queria isso para vocês, poxa não é justo que vocês se preocupem tanto comigo. Só queria estar bem, ser normal.

- Dulce, você é normal, você é um ser humano, passamos por mudanças de humor, de emoções, de sensações, conforme vamos vivendo, torno a repetir, não se culpe por algo que alguém ruim te fez no passado, você não merece isso. Além disso, não tem nada de errado fazer tratamento, meu amor, se nos sentimos assim, é por que te amamos demais e não queremos te perder, ou que você se perca.

- Me parece tão injusto.

- Mas não é, Dul. E tudo bem! Você é uma pessoa maravilhosa, o passado não te define, ainda mais por que você não tem culpa dele, isso, infelizmente, é uma consequência, mas eu e todos estaremos aqui até você estar 100%.

- Obrigada...

- Pelo que?

- Por sempre saber o que dizer, sempre cuidar de mim, sempre me amar mesmo quando eu sou uma tonta, por ser assim... Eu te amo, Christopher Uckermann.

- Eu te amo, Dulce Maria. - ela se virou para mim e me beijou de forma intensa, Dulce parecia estar sedenta e totalmente confortável, e eu estava disposto a dar tudo que ela queria nesta noite, e quando ela montou em mim, eu já soube que a noite seria bem aproveitada.

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