Capítulo 56

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Christopher Uckermann

Ouvir aquele pedido de Dulce tinha sido, talvez, a melhor coisa que já tivesse acontecido comigo nos últimos tempos, confesso que não achei que ela teria essa coragem, essa audácia de fazer algo assim, aquilo realmente tinha me pego de surpresa, tanto que eu estava estático já fazia um tempo.

- Christopher, está morto?

- Você está falando sério?

- Sim? Por que eu brincaria com algo assim? - apenas suspirei e fechei os olhos, tentando não pensar em quantas vezes ela fugiu e se isso seria um risco futuro. - Você não respondeu minha pergunta, eu sou ansiosa e me deixar assim não é legal, sabia?

- Dulce, na minha cabeça, já somos casados, com dois filhos lindos. - ela olhou em meus olhos e suspirou, eu sabia que ela não poderia ter filhos pelo seu passado, mas nada nos impediria de adotar, futuramente, claro, porque sim, eu penso num futuro com ela. - Eu te amo, Dul, claro que eu aceito ser seu namorado, pequena. - ela mudou de expressão com um lindo sorriso e me beijou, apenas para selar aquele momento.

Saímos daquele longo e intenso banho e nos deitamos na cama. Dulce vestia apenas minha camiseta e uma calcinha, e eu estava de cueca, já que tinha algumas limpas em sua casa. Ela se deitou em meu peito e percebi que sua expressão novamente havia mudado, sabia o que era, mas sabia também que ela precisava falar.

- Dul? Agora que estamos em um relacionamento, vamos sempre ser sinceros e contar tudo um ao outro, certo?

- Certo...

- Ficou assim por que eu falei de ter filhos? - ela suspirou e se encolheu contra meu corpo, a abracei mais forte e levei a mão em seu queixo, fazendo-a olhar em meus olhos. Enxuguei uma lágrima que caia em seu rosto e beijei sua testa carinhosamente. - Você não quer ter filhos?

- Eu não posso ter filhos, é diferente. Aquele monstro tirou isso de mim.

- Podemos adotar, amor. Não fique assim, me perdoa por ter dito aquilo sem pensar, foi espontâneo, eu vejo, de verdade, a gente construindo uma linda família. Ele te tirou o direito de gerar, mas não de realizar seu sonho. - Ela se soltou dos meus braços e se sentou na cama, abraçou as pernas buscando proteção e, assim que virei meu corpo em sua direção, ela fitou meus olhos.

- Chris, tem mais uma coisinha que eu não te contei sobre isso. Na verdade, não pensei que precisaria te contar tão cedo, estamos namorando a vinte minutos e você já está falando de filhos.

- Tá, talvez eu tenha me precipitado? Mas não quero que você fique mal por um comentário desses, você não tem culpa de nada e existem outras maneiras...

- Sim, eu sei. Vamos lá, por uma grande ironia do destino, ou não, não sei bem, minha mãe sempre teve problema de fertilidade. Ela conseguiu engravidar de mim com muito tratamento, ela perdeu dois bebês, para você ter uma ideia.

- Nossa, nem posso imaginar o que minha sogra passou.

- Pois é, mas enfim, ela sempre soube que meu sonho era ser mãe, ela sempre me ouvia falar sobre, ou me via brincar de bonecas, dizia que era a coisa mais fofa do mundo. Então, quando comecei a namorar com Pablo e perdi minha virgindade e contei a ela, dona Blanca me recomendou congelar meus óvulos, eu fiz todo o processo necessário, passei no ginecologista, e tenho eles lá guardadinhos no banco. Pablo nunca nem sonhou com isso, mas acredito eu que também era infértil, já que ele abusou de mim algumas vezes e a maioria sem camisinha...

- Meu Deus, Dul. - Eu estava em choque pelo que aquele cara fez ela passar, de novo, eu sentia um nojo absurdo de Pablo, mas o destino realmente toma as rédeas de vez em quando.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora