Capítulo 54

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Christopher Uckermann

Ter lido o início daquela mensagem de Dulce havia me deixado aflito, mas quando ela disse que estava apenas com saudades, me senti mais aliviado. Tínhamos um grupo, apenas nós quatro, onde nos falávamos regularmente, era incrível o que uma conexão boa entre quatro pessoas pode fazer, e com toda certeza, Poncho tinha se tornado meu melhor amigo, éramos como irmãos, sempre lá um pelo outro, assim como as meninas.

Resolvi mandar uma mensagem avisando à Dulce que estaria na casa dela. As coisas avançaram de verdade entre nós, no fim de semana, resolvemos trocar as chaves de nossas casas, agora eu tenho a dela, e ela, a minha, e por menor que essa decisão tenha sido, já significava muito para nós dois.

- Dul, estarei te esperando na sua casa.

- Que droga, não deveria ter falando com Anahí e Poncho, não vou poder me aproveitar de você. - ela me respondeu incrivelmente rápido e preferi deduzir que estava em um semáforo parada do que digitando e dirigindo.

- É assim que você me vê, Dulce Maria?

- Sim? Achei que estava óbvio... 🥵

- Chega desse papo ou eu dispenso os dois que chegarem aqui agora mesmo. Vou fazer o jantar para nós, dirija com cuidado, até daqui a pouco, pequena ❤

- Tá bom, até, meu bem 🤍

Ok, eu não estava planejando fazer o jantar, mas o que eu podia fazer? Era mais forte do que eu. Resolvi que faria o que Dulce mais gostava de comer: macarronada com almôndegas, era simples, total, mas ela amava, e se ela estava feliz, isso só a deixaria melhor. Peguei tudo que precisava na minha casa e segui para a dela, Anahí e Poncho ainda não haviam chegado, então usei da minha chave para abrir.

Sem muita demora, comecei a preparar tudo, não demoraria muito, mas conhecendo Dulce como conheço, ela estaria morrendo de fome. Pouco tempo depois, Anahí e Poncho chegaram, trazendo alguns aperitivos e vinho para tomarmos, e após me cumprimentarem, se sentaram na banqueta da cozinha para conversarmos.

- Chris, não sabia que cozinharia hoje.

- Eu não ia, Dulce nem me pediu, mas quis fazer o prato favorito dela, ela está tão feliz, merece.

- Christopher Uckermann está adestrado! Amor, o que aconteceu com meu melhor amigo?

- Finalmente você e Dulce se resolveu, agora não preciso dividir o Poncho mais.

- Claro que não, Anahí. Eu e Poncho sempre seremos prioridades. - Eu disse firme e ela fingiu estar brava. Ficamos nesse clima descontraído por um bom tempo até Dulce chegar como um pequeno (literalmente) furacão.

- Nossa quanta gente nessa casa. - ela se aproximou de mim, que estava na beira do fogão, ficou na pontinha do pé e me deu um selinho. - Oi, meu bem.

- Como você está, pequena?

- Melhor agora com vocês e essa panela de macarronada, meu Deus, era tudo que eu precisava hoje.

- Sabia! Se quiser pode ir tomar um banho, a gente termina de se virar aqui.

- Já volto!

Dulce entrou para seu quarto e continuamos a conversar. Um tempo depois, nosso jantar ficou totalmente pronto, Anahí tinha arrumado a mesa e resolvi chamá-la para nos fazer companhia, estranhamente, sentia meu coração apertado, como se algo de ruim fosse acontecer. Logo tratei de entrar em seu quarto e vi Dulce sentada na ponta de sua cama, com o celular na mão e lágrimas no rosto.

- Dul, o que aconteceu? - Eu disse parando em sua frente e agachando no meio de suas pernas para que ela pudesse me ver. Dulce me entregou seu celular com uma mensagem em seu visor:

"Se eu fosse você, tomava mais cuidado, ruivinha. Nunca se sabe quem pode estar te observando"

- Eu só queria viver em paz, Chris. Não aguento mais.

- Se acalma, Dul, eu estou aqui e não vou deixar absolutamente nada de ruim acontecer, eu te prometi, se lembra? Eu sempre estarei aqui.

- Não dá mais, Christopher, por que comigo? Por que eu tenho que passar por isso?

- Olha, eu não sei bem. - levantei e me sentei na cama, puxando-a para meu colo. - Mas, você é a mulher mais forte que eu conheço, sei que não vai deixar nada te abalar, porque nada pode te deter. E se você estiver se sentindo fraca, estarei aqui para lutar para você, está bem?

- Obrigada, Chris. De verdade.... - senti uma vontade imensa de falar que a amava, inclusive achei que poderia ouvir de volta, mas ainda era cedo demais, então resolvi guardar para mim.

- Não me agradeça, faria qualquer coisa por você... Agora vamos comer, você está feliz, nada aconteceu e eu fiz seu prato favorito, o que faz de mim excelente como sempre. - Eu disse em tom de brincadeira, fazendo ela rir espontaneamente. - Arranquei um sorriso seu, agora sim posso ficar em paz. Vamos, pequena. - passei meu braço por seu ombro e fomos em direção à sala de jantar.

Após esse evento desagradável, nossa noite transcorreu tranquilamente, com muitas risadas e um clima descontraído, Dulce já parecia ter esquecido do que tinha acontecido e Anahí nem perguntou, mas aquilo martelava em minha cabeça a todo momento, alguém queria fazer mal à minha mulher e eu não permitiria isso, mais uma vez, todos os meus instintos primatas criavam vida quando o assunto era Dulce, afinal, eu só queria vê-la realmente bem, feliz e em paz.

Um bom tempo depois, Anahí e Poncho foram embora, deixando Dulce e eu a sós, ainda tinha algo em minha cabeça martelando, algo sobre aquelas mensagens. Ela havia me pedido para dormir aqui com ela, e claro que não recusaria um pedido desses, ainda mais se tratando dela. Deitamos em sua cama abraçados enquanto um programa de TV qualquer se passava a nossa frente, sem que me prendesse à atenção.

- Chris, o que você tem?

- Não tenho nada, Dul, por quê?

- Está calado, você não é assim, sempre tem uma piada, um flerte ou um comentário para fazer de tudo. - ela levantou a cabeça, que estava encostada em meu peito, e olhou em meus olhos, me senti preso ali como todas as outras vezes, seus dedos pequenos faziam carícias leves em meu rosto, e eu apenas conseguia observa-la. - me diz o que você tem? Por favor? Quero te ajudar...

- Estou preocupado, Dul. Essas mensagens que você tem recebido, isso não é normal, precisamos agir, descobrir quem é, eu tenho meus palpites mas precisamos de confirmações antes de agir. Não quero que nada de mal te aconteça, eu prefiro morrer do que te ver machucada, ruiva.

- Credo, Chris, não diz isso... Mas confesso que isso me assusta também, não sei o que fazer. Tenho certeza que é Pablo fazendo isso, ele jamais iria querer minha felicidade.

- Eu também acho, vou descobrir quem é, Dulce, e juro por tudo, que vou dar um basta nisso.

- Christopher, não. Ele é perigoso, não quero que se machuque por minha causa ou por causa daquele filho da puta.

- E eu vou ficar aqui de braços cruzados, Maria? Nem morto.

- Vamos agir juntos, ok? Juntos! Amanhã pensaremos com calma, agora eu quero uns beijinhos antes de dormir.

- Sai Dulce preocupada, entra Dulce que quer se aproveitar de mim. - Eu disse fingindo um drama e ela caiu na gargalhada, esse era um dos meus sons favoritos do mundo, passaria horas ouvindo.

- Exatamente isso, agora vem aqui...- a noite seria longa...

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora