Capítulo 24

828 92 41
                                    

Christopher Uckermann

Tinha me sentido mal pelo jeito que tratei Dulce na noite passada, e sei que ela havia ficado magoada comigo. Mesmo tendo dito que estava tudo e termos um momento entre nós, eu queria fazer algo a ela para me desculpar, afinal, ela era alguém especial em minha vida.

Apesar de não me abrir muito para as pessoas, inclusive para ela, Dulce me fazia muito bem, tirava alguns pensamentos ruins da minha cabeça e me fazia esquecer o mundo lá fora, quando estava com ela, era como se nada importasse.

Cheguei na academia e fui trabalhar tranquilamente, como era terça-feira de manhã, o movimento ainda estava baixo. De repente meu celular vibrou com algumas mensagens na tela, vi uma que me chamou mais atenção, Anahí estava me mandando mensagens?

- Christopher? Preciso falar urgentemente com você!

- Oi, Anahí. O que houve?

- Isso.

Anahí me encaminhou alguns prints de uma conversa entre ela e Dulce, onde alguém havia mandado ameaças a ela. Senti meu corpo gelar e meu instinto protetor se aguçar, quem poderia fazer algo assim com um ser humano tão bom como ela?

- Pelo amor de Deus, Anahi, quem mandou isso para ela?

- Acredito que tenha sido Pablo, o ex de Dulce. Mas não acho que ele esteja sozinho...

- Meu Deus, eu vou matar esse cara com minhas próprias mãos.

- Se acalma, Christopher. Não podemos agir no calor da emoção. Te mandei mensagem para saber se pode fazer companhia a Dulce a noite. Sei que ela diz estar bem, mas não está, eu queria muito ficar com minha melhor amiga, mas infelizmente eu estou atolada de processos hoje.

- Claro, Annie. Fique tranquila, eu já ia chamá-la para fazermos algo.

- Fico aliviada. Mais uma coisa que talvez você não saiba, Dulce tem problemas com ansiedade, talvez hoje ela esteja um pouco mais nervosa que o comum, não conte à ela que te disse isso, por favor.

- Por que não?

- Graças ao filho da puta do Pablo, Dulce adquiriu traumas, entre eles, confiar em homens. Posso te afirmar com toda certeza que ela realmente gosta de você, do contrário, não te daria nem bola naquela noite no bar.

- Eu também gosto dela, não vou machucá-la. Além de tudo, temos regras e um acordo, nada vai fazer nossa amizade estremecer.

- Assim eu espero. Não diga à ela que te contei todas essas coisas, eu só preciso que você dê apoio à ela.

- Pode deixar.

- Obrigada, Chris! 😗

- Imagina, Annie. 😉

Bloqueei meu celular novamente e várias coisas vieram à tona em minha cabeça. Dulce era uma mulher incrível, incapaz de fazer mal à ninguém, ela não merecia passar por nada disso.

Resolvi, algum tempo mais tarde, que cozinharia para ela. Dulce já tinha dito que adorava meu tempero uma vez, então ela teria o melhor jantar da vida dela hoje. Peguei meu celular para avisá-la que jantaríamos juntos. E sim, era um aviso.

- Maria? Jantar na minha casa, hoje às 19h. 😘

- Obrigada, Chris, mas quero ficar sozinha hoje.

- Nada disso, você vai lá em casa, eu cozinharei para você e quem sabe no fim da noite eu te dê alguns orgasmos.

- Parece tentador 😈

- Por isso um "não" não é aceitável. Às 19h, não se esqueça.

- Tá bom, intrometido.

Aquela conversa tinha me deixado com um sorriso bobo o resto do dia, gostava de ver como Dulce estava mais leve e brincalhona após termos feito nosso acordo, isso realmente me deixava feliz.

Saí da academia um pouco antes do meu horário, deixando Christian a frente de tudo, e fui até um supermercado comprar tudo para o jantar. Não tinha ideia do que fazer, mas tinha uma boa noção dos gostos de Dulce. Ela amava comida italiana, principalmente macarronada, que era a única coisa que ela cozinhava, mas achei muito simples. Comprei algumas massas e uma carne e logo fui para minha casa.

Duas horas mais tarde e com a comida quase pronta, ouvi minha campainha tocar, e de prontidão, abri a porta. Dulce estava com a cara abatida, de quem havia chorado, mas mesmo assim, estava linda como sempre. Ela veio até mim e me abraçou forte, sei que ela estava precisando de apoio hoje, mesmo que não fosse falar nada, eu iria demonstrar a ela que estava aqui.

- Você está linda, Dul.

- Não minta, Christopher. Estou...acabada. - a peguei de surpresa, dando um selinho demorado em seus lábios.

- Não diga besteiras, está linda. - Ela nada disse, apenas sorriu fraco.

- Trouxe um vinho já que você disse que ia cozinhar.

- Isso realmente vai combinar com a comida, obrigada. - Saímos da porta e entramos, logo sentamos no sofá, próximos um do outro.

- Por que você resolveu fazer isso hoje?

- Bom, eu fui meio grosseiro com você e me senti muito mal...

- Mas eu já disse que estava tudo bem hoje mais cedo.

- Eu sei, mesmo assim me sentia mal, então preparei nosso jantar. - Ela suspirou e desviou seu olhar do meu. - Está tudo bem, Dul?

- Tive um dia cheio, estou apenas cansada.

- Vem, vamos comer e eu faço uma massagem em você, está bem?

- Sim. - Ela sorriu maliciosa e me deu beijo. Entrelaçamos nossas mãos e sentamos na mesa de jantar.

Servi nossos pratos e começamos a comer silenciosamente, Dulce me parecia muito tensa ainda, e por mais que eu queria falar algumas coisas para ela, preferi me manter calado, não queria que ela e Anahí brigassem por minha causa, algo que era provável de acontecer.

Terminamos o jantar, pegamos nossas taças de vinho e fomos para o sofá. Assim que me sentei, ela se sentou ao meu lado e eu a puxei para meus braços. Dulce suspirou e senti ela me abraçar mais forte, me fazendo retribuir na mesma hora. Tirei a taça da mão dela e deixei a minha de lado também assim que vi uma lágrima escorrer em seu rosto, a enxuguei com o polegar e na mesma hora, ela caiu em um choro desesperado, como se estivesse segurando isso o dia inteiro.

Dulce estava nervosa, seu corpo tremia inteiro, e ela estava quase engasgando com o choro. A peguei no colo e fui com ela até meu quarto, a deitei na cama, tirei seus sapatos e deitei ao seu lado, à puxei para mais perto de mim e logo ela foi se acalmando, sua respiração foi voltando ao normal e seu corpo já não tremia mais.

- Tudo bem? Se sente melhor?

- Estou melhor, me desculpe por isso.

- Não precisa se desculpar, Dul. Só quero te ver bem. - Ela me olhou intensamente com aquele par de olhos grandes e castanhos, senti meu coração errar a batida naquele momento.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora