Capítulo 58

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Christopher Uckermann

Hoje seria o dia em que finalmente Christian e eu visitaríamos alguns pontos para abrir nossa segunda academia, nossos planos sempre foi expandi-la, e agora parecia um sonho ainda mais próximo, minha vida não poderia estar melhor. Meu relacionamento com Dulce, cada dia que passa, se mostra mais forte, eu a amo e faço questão de demonstrar de todas as maneiras possíveis. O processo contra Muriel está encaminhando tudo a meu favor, graças a Anahí, que era uma advogada incrível, e tinha conseguido reunir algumas provas nas quais mostravam que Muri não era a pessoa mais confiável e correta do mundo, onde uma parte de mim se decepcionou, já que ela foi muito importante em minha vida, por muito tempo, mas por outro lado, foi um alívio provar à todos que eu não estava errado, sempre andei conforme a lei e o máximo de infração que eu tinha, eram multas por velocidade, o que qualquer um tem.

Com Dulce e Anahí estavam juntas, Poncho não quis ficar sozinho em pleno sábado e veio com a gente, ele podia não fazer parte da nossa sociedade, mas tinha boas opiniões e agregava muito para nós. Visitamos alguns pontos que estavam para locação, mas logo paramos para almoçar em uma churrascaria, que ficava em nosso caminho, fazia muito calor e estávamos todos com muita fome.

- Eu acho que todas as opções são boas, vocês só precisam definir o público do local para escolher melhor o bairro. - Poncho comentou assim que nos sentamos em uma mesa para comer, ele e Christian estavam numa longa conversa sobre o local, eu já tinha escolhido meu ponto favorito, e sei que será o favorito de Christian também, mas era bom ouvir o lado do meu melhor amigo, afinal ele era engenheiro, entendia bem de certos pontos que talvez Christian e eu fôssemos leigos demais para tal.

- Bom, eu já tenho meu local favorito. Ele é perto de muitos centros comerciais, não é em bairro nobre mas também não é em bairro carente, são boas condições. Nosso local atual é em um bairro de classe média alta, seria bom expandir esse público, já que nossos preços não são exorbitantes. Por estarmos em um bairro mais "chique", muito se é julgado pela aparência, mesmo não sendo nossa realidade...

- Christopher tem razão... - Christian engatou em prós e contras de todos os lugares, e mesmo que faltasse dois ainda, ele não parava de falar, estava realmente empolgado.

Terminamos nosso almoço com outras conversas banais em nossos assuntos. Poncho nos contava como estava feliz com Anahí, e que já até pensava em casamento com ela. Christian não estava diferente com Justin, eles tinham se conectado de uma forma intensa e verdadeira, o cuidado e o amor que um tinha pelo outro era muito bonito de se ver, e mesmo quando ele precisava viajar para alguma conferência gastronômica, nunca deixava Christian desamparado ou sem notícias. Já eu, nem tinha o que falar, Dulce era o amor da minha vida, e se estávamos indo com calma, era por ela, já que por mim, morariamos juntos desde que encaramos nosso namoro, eu era maluco por ela, e sei que esse sentimento era recíproco.

Fomos em direção à mais um lugar que estava para alugar, mas confesso que esse eu já estava desanimado. Era em um lugar afastado, sem tanta circulação de pessoas, um bairro mais residencial, assim como o que eu morava, mas um pouco mais quieto. Poncho estava explicando algumas coisas à Christian quando meu celular tocou, vi que era Anahí no visor, sorri e atendi no segundo toque.

- Christopher! - Anahí estava com a voz embargada, como se estivesse chorando, senti meu coração apertar instantaneamente.

- Annie, o que aconteceu? Está tudo bem? Cadê a Dulce? - assim que perguntei, Poncho e Christian se aproximaram de mim com olhares preocupados.

- Christopher, eu juro, eu saí por cinco minutos e eu estou desesperada.

- Anahí, o que aconteceu? - estava perdendo a paciência, meu coração estava disparado e meus olhos já lacrimejavam, aquilo não era bom.

- Levaram ela, Chris. Sequestraram a minha ruiva! - Anahí chorava desesperadamente e eu acabei deixando meu celular cair no chão, pude observar Poncho pegando e falando com ela. Senti meu sangue esvair do corpo, minha vista ficou turva com as lágrimas escorrendo pelos meus olhos. Alguém tinha levado a mulher da minha vida, como poderiam fazer mal à ela? Christian tentou me acalmar mas eu não pude processar nada mais, apenas reagi quando Poncho disse para encontrarmos com Anahí no shopping, e assim fomos.

Entramos no carro e o caminho todo foi como uma eternidade. Um filme se passava pela minha cabeça, tudo que havíamos vivido, superado, todas as vezes que brigamos e depois nos amamos intensamente, nossas promessas e juras de amor. Eu iria até o fim do mundo resgatar minha mulher.

Finalmente, após minutos intermináveis dentro daquele carro, chegamos onde Anahí estava. Assim que Poncho desligou o carro, eu saltei e saí praticamente correndo até ela, precisava saber o que tinha acontecido, como ela tinha visto, tudo. Cheguei até Anahí, que estava conversando com uns policiais, e me aproximei, assim que seus olhos bateram em mim, ela correu para me abraçar.

- Chris, me ajuda a achar nossa menina, eu não aguento viver sem ela.

- Annie, vamos acha-lá, por bem ou por mal, e quem encostou um dedo nela vai se ver comigo. - Eu disse abraçado à ela, enquanto chorávamos muito. Anahí e Dulce eram muito apegadas, sabia que ela estava realmente sofrendo. - Me conta o que aconteceu, por favor... - Eu reuni forças para dizer enquanto nos afastavamos do abraço e Poncho a segurava.

- Estávamos sentadas tomando um sorvete e algo me chamou atenção em uma loja, Dulce estava cansada e preferiu ficar sentada, quando eu me virei para avistá-la, vi um cara de capuz preto carregando ela, eu corri e comecei a gritar, mas eles já estavam praticamente fora daqui. - ela respirou fundo e fitou o chão. - Me sinto tão culpada, não deveria ter deixado ela sozinha.

- Calma, meu amor. Vamos achar a ardilla, ela é forte, tenho certeza que está bem.

- Assim espero... - Eu sussurei para mim mesmo, enquanto jurava mentalmente acabar com a raça de quem quer que fosse que estivesse envolvido nisso, e eu iria cumprir. Anahí conversou mais com um policial que prometeu entrar em contato com nós assim que avistassem algo. Contei à ele sobre o histórico de Dulce com o ex, que com certeza, seria o primeiro suspeito nessa situação, e também não deixei de falar sobre as mensagens anônimas em seu celular, que já estava em posse para investigação. Agora, só me faltava rezar, mas eu não poderia descansar enquanto ela estava por aí, e nem iria.

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