Capítulo 67

637 75 30
                                    

Dulce Maria

Três semanas depois

Hoje finalmente seria o dia de me mudar com Christopher e começarmos essa nova fase de nossas vidas juntos. Parecia apressado, mas para mim, aquele momento tinha demorado uma eternidade para chegar.

Nossas casas já estavam vendidas, demos uma sorte grande em conseguir vendê-las em tão pouco tempo. Christopher também preferiu que deixássemos todos os nossos móveis antigos para trás e comprassemos tudo novo, eu não reclamei até por que pensei na mesma coisa.

Por fim, compramos um apartamento no prédio de Anahí, seria incrível ter minha melhor amiga ainda mais perto de mim, eu me sentia aliviada. Estávamos todos desembalando algumas caixas para arrumar nossa casa, e quando eu digo todos, são todos. Meus pais tinham vindo para nos ajudar, assim como Annie e Poncho.

Mamãe e Papai estavam na cozinha ajeitando algumas coisas, e segundo ela, já iria preparar algo delicioso para almoçarmos. Nós quatro decidimos que arrumariamos a sala, já que era grande e espaçosa. Na realidade, Poncho e eu arrumavamos as coisas enquanto Christopher e Anahí discutiam sobre a música que ouviriamos, clássico e típico desses dois.

- Eles não se cansam? - Poncho se sentou ao meu lado no sofá e me abraçou de lado.

- Pelo jeito não. - dei uma risada fraca olhando em direção aos dois amores da minha vida.

- Estamos orgulhosos de você, Ardilla. Annie ficou preocupadíssima mas vimos que realmente foi em vão, fico feliz por você e Christopher terem tomado essa decisão, nasceram um para o outro.

- Obrigada, Ponchito. Eu o amo tanto, não sei nem descrever o que eu sinto, só sei que estou feliz e realizada em dar esse passo com ele.

- Pensam em ter filhos?

- Sim, queremos ter um de barriga de aluguel e um adotado. Estávamos lendo sobre essas burocracias esses tempos. Vamos esperar as turbulências passarem, o processo dele contra Muriel se encerrar e ver o que fazemos. Meu sonho é ser mãe e o dele, ser pai, acho que merecemos.

- Vocês realmente merecem, e eu fico muito feliz. Realmente acho que agora não seja hora, esse negócio da Muriel está deixando Christopher a flor da pele, sei que ele guarda essas coisas de você para não te preocupar ou aborrecer, mas a morte do filho ainda o afeta.

- Eu sei. - Eu disse em uma entonação triste e suspirei. - Não queria que ele se sentisse assim mais. Acha que vai passar quando tivermos um filho? Ou quando tivermos mais contato com crianças?

- Pode ser que sim, Dul. Christopher ama crianças, talvez sinta falta de uma.

- Me entristece tanto não poder engravidar, não faz ideia.

- Ei, mas não fique assim, há outros métodos. O que fizeram com você foi uma crueldade do maior nível mas isso não vai te impedir de ser mamãe, não pense assim, Ardilla.

- Você está certo, só queria tirar essa tristeza do coração de Christopher.

- Isso nunca vai passar, Dul, talvez amenizar, mas a perda de um filho leva tempo para ser superada, ainda mais agora que ele descobriu a verdade.

- Eu odeio tanto aquela mulher por ter feito ele sofrer, não imagina a raiva que eu sinto.

- Eu imagino sim, Dul, se fizessem isso com a minha Annie, eu surtaria.

- Minha Annie? Poncho, você está de quatro pela minha bebê!

- A muito tempo, eu a amo tanto, Ardilla. Pensava que nunca iria querer me amarrar a alguém ou me apaixonar, por quê eu fui tão tolo?

- Bom, você só não tinha encontrado a pessoa certa. Vocês nasceram um para o outro, eu juro que nunca vi a Barbie tão feliz quanto agora, ela te ama de verdade.

- É recíproco, acredite. Nunca pensei que dividir apartamento seria tão bom, Anahí sempre da um jeito de ver o melhor para nós dois.

- Aliás, isso aconteceu tão rápido... - olhei desconfiada para ele que riu pelo nariz.

- Sim, bom, quando você foi levada, Annie surtou, ela não conseguia ficar sozinha, tinha medo e chorava muito, eu jamais me perdoaria se não ficasse e cuidasse dela, então, já que a maior parte das minhas roupas estavam na casa dela, eu apenas me mudei oficialmente. Eu dormia muito lá, não conseguimos dormir longe um do outro, e como meu apartamento é muito longe, já ficávamos por aqui que é perto de nossos escritórios.

- De qualquer forma, eu fico feliz por vocês. Annie te ama muito, é tão nítido.

- Obrigado, Ardilla. - ele me apertou mais em seu abraço.

- Poncho, se você magoar minha Barbie, eu acabo com você, isso é uma promessa.

- Fique tranquila, eu jamais faria algo a ela.

- Mas o que é isso aqui? - Christopher se virou para nós dois com um semblante fechado, engoli seco esperando uma crise de ciúmes absurda. - Dulce, o Poncho é só meu, você está tentando roubá-lo de mim? Já não basta a Anahí? - ele se aproximou abraçando o amigo, soltei o ar preso em meus pulmões e dei uma gargalhada. Eu morria de medo do ciúmes doentio do Pablo na época, mesmo sabendo que Christopher não era nem um pouco como ele, as lembranças ainda ame aflingiam. Ele passou por cima do amigo e deu um selinho demorado em mim, sussurrando um 'eu te amo', me deixando com um sorriso bobo no rosto.

- Mas eu vou no banheiro e quando volto, Christopher já está pendurado no pescoço do meu homem?

- Perdemos, amiga, esses dois não têm jeito.

- Se amem aí, vem cá, ex ruiva. - Sim, ex ruiva. Naquela semana, resolvi deixar todo meu passado para trás, pintei meu cabelo de castanho claro com alguns pontos em loiro, estava lindo e eu tinha amado o resultado. Annie me puxou para a varanda onde nos sentamos juntas na rede que havia ali. - Como você está?

- Tão leve, Annie, é impressionante o efeito Christopher Uckermann em mim.

- Eu percebo, mas quero que saiba que nunca vamos mudar uma com a outra e eu sempre estarei aqui por você, ok?

- Lógico, Annie, por quê isso agora?

- Por nada, Dul, eu amo você, você é minha irmã e eu me preocupo. Já passou por tanta coisa com tão pouca idade, você não merece a dor.

- Eu te amo, minha loira, eu estou bem agora, não se preocupe, é impossível ficar mal com vocês ao meu lado. - sorri e a abracei como deu, já que estávamos numa rede. - Mas não era só isso, né? - ela negou com a cabeça. - Então me conta.

- São duas coisas na verdade. A primeira é que o julgamento do Chris será em 25 dias e eu estou sem coragem de contar a ele algumas coisas que descobri.

- Annie, você precisa ser forte, é tão ruim assim?

- Não faz ideia do quanto Muriel pode ser louca...

- Meu Deus! Eu vou prepará-lo, conversar com ele, acalma-lo, fique tranquila.

- Obrigada, meu amor.

- Imagina, loira. Qual era a outra coisa?

- Eu estou grávida, não sei o que fazer. - Arregalei os olhos e paralisei, Annie tinha falado com um certo receio na voz e eu já sabia exatamente o por que, mas mesmo pelo meu passado, fiquei tão feliz por minha melhor amiga que meu estado era de choque total, mas por outro lado, eu sabia que Anahí não queria ser mãe, então isso provavelmente estava a travando em uma batalha interna.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora