Capítulo 68

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Dulce Maria

- Annie, como assim não sabe o que fazer? Já contou para o Poncho?

- Ainda não, confesso que estou com medo, pensei em abortar já, não sei o que eu faço, Dul. - ela me olhou apreensiva e suspirei

- Está maluca? Você não tem motivos para abortar, Anahí, ainda mais com a relação linda que você e Poncho tem. - aquela conversa estava mexendo demais com meus sentimentos, eu não podia engravidar e ela, grávida, querendo abortar.

- O que eu faço, Maria?

- Vamos ao shopping rapidinho, você compra algumas coisinhas e conta para o Poncho!

- Eu nem sei se ele quer filhos...

- Eu acabei de conversar com ele, Annie, ele ama tanto você que eu tenho certeza que vai ser o pai mais babão de todos. - os olhos dela estavam cheios de lágrimas, eu sabia que Anahí estava numa batalha interna grande, ser mãe nunca esteve em seus planos.

- Tem certeza?

- Claro que sim! - levantei e estiquei minha mão a ela, Annie a segurou levantando e me abraçou.

- Obrigada por isso, sei que não deve estar sendo fácil dentro de você essa situação.

- Eu vou ficar bem, agora vamos dispensar esse povo que está aqui e ir ao shopping.

Fomos até a sala onde mamãe conversava com Poncho e Christopher, meu pai continuava na cozinha, enquanto a senhora de 60 anos dava ordens, mandava e desmandava em todos os homens presentes ali. Christopher ouvia atentamente às ordens de arrumação da sogra, mas Poncho, parecia estar em outro mundo.

- Nós vamos sair, rapidinho, já voltamos. - Eu disse indo em direção à saída do meu novo apartamento.

- Calma aí, Saviñon. - papai me parou no meio do caminho, me segurando pelo braço. Me virei e vi Christopher em pé, com uma expressão preocupada em seu rosto, meu coração se apertou na mesma hora, sabia que ele me respeitava e confiava em mim, portanto não questionaria nada, mas sei também que sua vontade era de ir junto para me proteger, ou me fazer ficar.

- Eu vou ficar bem, é só uma coisa entre nós duas, segredo por enquanto, mas necessário. - Me aproximei daquele homem enorme com uma expressão de dor e acariciei seu rosto, ele passou um braço pela minha cintura e roçou nossos narizes. - Nada vai acontecer, meu amor, vou tomar cuidado.

- Tudo bem, eles estão presos e você não pode passar a vida aqui...

- Sim, prometo te enviar mensagens avisando que estou bem, ok? Não se preocupe. - ele assentiu e abaixou o olhar até minha boca, onde depositou um beijo rápido.

- Eu te amo, tome cuidado!

- Eu também te amo, vou tomar, isso vai ser rápido, você vai ver. - dei mais um selinho em sua boca e me afastei deles. Olhei para trás e a expressão de Christopher havia se aliviado, o que me deixou mais relaxada e segura para sair.

Descemos até a garagem e entramos no carro. Anahí estava muito nervosa e isso era nítido, então me prontifiquei à dirigir. Durante o caminho, tentei distraí-la com algumas músicas que tocavam no rádio, ou algumas conversas banais do dia a dia, mas nada funcionava.

Assim que chegamos, Anahí pulou rapidamente do carro, sabia que ela estava ansiosa para isso, eu a conhecia bem demais. Fomos em até algumas lojas de bebês e ela resolveu comprar um sapatinho branco unissex, para compor a caixinha, que levaria também o teste de farmácia, o resultado do exame de sangue e um ursinho com uma cartinha para ele, tudo impecável.

Tudo Para Ficar Com ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora