15. KALEL

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15. KALEL
O dia amanheceu e hoje nem precisei de despertador para acordar já que quase não preguei o olho essa noite.
Aquele mensagem ainda está bem viva em minha mente "Que pena vocês faziam um belo casal." Ela estava falando sério? Seria melhor eu deixar tudo isso pra lá? Não, eu não posso. Preciso saber o que sinto por ela e o que ela sente por mim. Sei que sente algo, pois sempre que me aproximo sua respiração muda e seu rosto cora. Isso não pode ser coisa da minha imaginação.
Me levanto da cama, visto um conjunto de moletom preto, calço meu tênis e desço.
- Não vai tomar café hoje? - Josephina questiona quando passo por ela.
- Não!
- Bom dia pra você também - ela revira os olhos.
Saio as pressas rumo a faculdade, não estava atrasado, mas estava ansioso de mais pra ficar em casa. Ficar conversando com minha irmã não ajudaria em absolutamente nada.
Estaciono meu carro e permaneço lá dentro, aos poucos outros carros estacionam enchendo o local.
Pego meu celular, já são quase 07h da manhã, preciso ir e ela ainda nem se quer apareceu, queria poder entregar essa caixa agora, mas acho que vai ter que esperar.
Hoje só teríamos o terceiro horário juntos o que me deixava ainda mais agoniado pois teria que esperar horas pra conseguir um tempo com ela.
Guardo a caixa em minha mochila e vou pra sala.
Antes que eu entre meu celular toca. É minha mãe, ignoro a ligação e entro pra sala.
Olho ao redor e não vejo Katarina o que indica que ela não veio hoje, penso em mandar mensagem pra saber como ela está mas me lembro que isso pode acabar passando uma impressão que não quero. Olho pro outro lado da sala e lá está Erick rodeado de garotas, não sei o que elas veem nele.
- Ei brô - me aproximo e o cumprimento com um toque de mãos.
- E aí - ele olha ao redor - cadê sua gata?
- Katy?
- Sim.
- Ah, não estamos mais juntos - todos me olham assustados.
- Como assim cara ? - ele dá um tapa de leve e meu peito.
- Eu só não gosto dela como deveria.
- Mas ela é obsecada por você. Você sabe disso né?
- A gente só tem muita história juntos, sei que é difícil abrir mão disso.
- Mas você está abrindo. Por que ?
Olho pras garotas que estão atentas a nossa conversa - Não acho que agora seja apropriado eu falar sobre isso.
- Entendo - ele sorri.
- E a Jéssica, você saiu com ela?
- Então, ela está na casa da avó deve voltar hoje a noite.
- Chama ela pra minha festa no sábado.
- Festa? - uma das garotas se anima.
- Sim, meu aniversário.
- Desde quando você curte festas de aniversário? - Erick questiona curioso.
- Acontece que minha irmã gêmea quer dar uma festa, então lá estarei.
- Tudo bem vou chamar ela.
O professor de economia entra na sala e logo começa a aula.
Algum tempo depois a primeira aula termina, encaro a segunda já com a cabeça no terceiro tempo afim de encontrar Alana.
Olho impaciente para o relógio até que o segundo tempo termina. Antes que Erick diga qualquer coisa eu ajeito minhas coisas na mochila e corro para a próxima a aula. Quando chego perto da sala a vejo na porta e a puxo para trás pela cintura.
- O quê? - ela quase grita.
A viro pra mim e levo os dedos aos seus lábios - Shhh, não grita sou eu.
- Você está ficando louco? Não pode chegar me puxando dessa forma. Eu poderia te bater sabia?
- Acho que você não tem altura o suficiente pra isso - ele nos compara.
- Idiota - ela cruza os braços - o que você quer?
- Vamos dar uma volta?
- O quê? Não! Temos aula agora - ela olha pra trás.
- Já estamos fazendo o trabalho extra mesmo, a gente sei lá inventa alguma coisa caso ela pergunte.
- Não acho que seja uma boa ideia Kalel.
- Por que ?
- Porque não e eu ainda não superei você só falar comigo agora que terminou com a Katarina.
- Só não queria que ela causasse problemas a você.
- Eu sei me defender.
- Eu sei que sabe, mas quis evitar o conflito - pareço desesperado mas não me importo - Bom já que não quer ir - abro a mochila - Toma - retiro a caixa preta com algumas borboletas como decoração e a entrego.
- O que é isso?
- Abre - me afasto e vou rumo a sala de aula.
Sem olhar sei que ela já abriu pois ouço a madeira se chocando quando ela abre e quase a deixa cair de sua mão.
- KALEL? - ela grita e eu me viro pra olha la.
- O que significa isso? - ela balança o livro no ar.
- Um pedido de desculpas por ser um idiota - volto a me aproximar.
- Você não precisava fazer isso.
- Eu não precisava mas queria. Palavras não seriam suficientes.
Ela abre um sorriso - Aonde você queria ir?
- Podemos ir a qualquer lugar que você quiser.
- Podemos ir a um parque?
- Claro - estendo minha mão pra ela que a pega de imediato.

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