Acordo com um barulho alto vindo da sala. Ameaço levantar mas logo descarto essa possibilidade. Talvez se eu ficar quieta aqui ninguém perceba minha presença e vá embora.
Ouço os passos vindo em direção ao quarto e meu coração acelera. Está escuro não enxergo nada.
Preciso pegar meu celular e tentar ligar pra polícia. Mas eu nem sei o endereço daqui.
Bato com a mão na testa ao me lembrar de que nem se quer sei onde estou. Me levanto com todo cuidado, apalpando as coisas cuidadosamente para evitar qualquer barulho que seja. Consigo pegar meu celular e ligo pra primeira pessoa que eu sei que viria correndo me ajudar.
O celular chama e ouço o toque de Kalel soar do lado de fora do quarto. Ele deixou seu celular aqui? Não! Eu o vi pegar.
Me aproximo da porta e percebo que o toque fica ainda mais alto e ele atende. Ouço sua voz do outro lado da porta e então a abro.
- Quer me matar do coração Kalel? - bato em seu peito.
- Oi linda - ele se desequilibra mas logo se recompõe.
- Que cheiro é esse? Você bebeu?
- Um pouquinho - ele demonstra a quantidade com os dedos.
- Ótimo - reviro os olhos.
- Tá escuro - ele passa por mim e entra no quarto ascendendo a luz - eu precisava ver você.
- Tá menos irritado agora?
- Não - seus olhos estão vermelhos e o corpo não consegue ficar parado - ainda tô puto, mas eu entendi.
- Entendeu o quê? - arqueio uma de minhas sobrancelhas.
- Que você quer sua independência e não quer depender de mim. Tudo bem, fico feliz, sinal de que não quer meu dinheiro - ele sorri.
- Nunca quis o seu dinheiro. Da onde você tirou isso?
- Meus pais e Katarina vivem dizendo que você só quer meu dinheiro.
- Um bando de imbecis.
- O que? - ele aproxima.
- Nada. Vem vamos tomar um banho gelado - o puxo pela mão.
- Não quero, estou bem olha - ela para no meio do quarto e tenta fazer um quatro com as pernas mas acaba caindo.
- Está ótimo - o ajudo a se levantar.
- Você vai tomar comigo?
- Não, claro que não.
- Ah qual é - ele abre um sorriso malicioso - posso te fazer gozar gostoso, você sabe disso né?
Suas palavras me fazem sentir uma pressão lá embaixo mas reprimo essa sensação e tento ignorar suas palavras.
- Que foi? Você não quer?
- Kalel, por favor vamos - eu o abraço e praticamente o carrego até o banheiro.
- Quero te foder no banheiro.
- Tudo bem, mas não hoje.
- Por que ?
- Porque você está bêbado.
- Eu não me importo - ele segura uma de minhas mãos e a coloca em seu membro - pode usar e abusar de mim. Já estou duro pra você.
- Kalel! - retiro minha mão rapidamente e o empurro pra dentro do chuveiro e ligo a água que caí fria sobre seu corpo quente.
- Entra comigo - ele tenta me puxar mas resisto - por favor - ele me envolve em seus braços e me puxa pra debaixo da água.
Não tento brigar ou gritar com ele. Já estou toda molhada mesmo então só permito que ele me abrace afim de sentir o calor do seu corpo. Retiro sua camisa e logo em seguida sua calça. Ele me puxa e me envolve em seus braços e ali me sinto em casa.
- Me desculpa por agir feito um idiota com você.
- Tudo bem, vamos esquecer isso.
A água caí sobre nós e rapidamente percebo que Kalel está prestes a dormir. Desligo o chuveiro e o envolvo em uma toalha. Tiro minhas roupas as torço e a coloco juntamente com as roupas de Kalel. Me enrolo na toalha o abraço e voltamos pro quarto. Ele está exausto e não tenho forças pra vestir um homem desse tamanho então o observo se deitar na cama e me deito ao seu lado finalmente caindo no sono.
Acordo no outro dia com o celular despertando. O desligo me levanto vou até o banheiro e me olho no espelho, meus cabelos estão horríveis dormir com eles molhados nunca deu um bom resultado. Lavo meu rosto e escovo os dentes. Junto todo o meu cabelo e faço um coque.
Quando volto ao quarto Kalel está sentado na cama com a mão apoiada na cabeça e parece estar muito confuso.
- Como eu vim parar aqui? Que horas são?
- Você chegou muito bêbado ontem e agora é exatamente 06:30h.
- Ah - ele passa a mão pelos cabelos - isso explica essa dor de cabeça infernal.
- Imagino que esteja doendo mesmo - abro um sorriso e abro minha mala para pegar algumas peças de roupa.
- Por que estou pelado? A gente transou? Eu não me lembro.
- Ah, na verdade não. Você até queria mas eu achei melhor não fazer no estado em que você se encontrava. Te coloquei no chuveiro de roupa e tudo, você estava muito assanhado pra eu tira-las sem que você me atacasse.
Ele abre um sorriso - Você tem alguma coisa pra dor de cabeça?
- Acho que tenho na minha mochila - me abaixo pra conferir e por sorte encontro uma aspirina - Vou buscar água pra você.
Vou até a cozinha, encho o copo de água e volto para o quarto - Toma.
- Obrigado - ele toma a aspirina e bebe toda a água.
Enquanto ele se recupera aproveito pra trocar de roupa. Visto uma calça jeans justa e uma camisa preta larga que fica um pouco grande em mim mas não me importo. Calço meu tênis, pego minha mochila e termino de arrumar as coisas dentro dela.
- Vai aonde? - ele me olha confuso.
- Procurar um lugar pra eu ficar e você, não vai pra faculdade?
- Vou, mas preciso passar em casa - ele bate a mão na testa - droga! Meu carro ficou com a Josephine.
- Não quero brigar nem nada do tipo mas você me deixou aqui pra ir beber?
- Não exatamente. Estava puto de mais pra ficar aqui e minha irmã me convenceu de que você queria sua independência um monte de coisa e depois fui beber com ela.
- Ah - é só o que consigo responder.
- Vou me vestir e chamo um Uber pra minha casa de lá eu te levo onde quer ir e depois vou pra faculdade.
- Não, você vai se atrasar muito. Pode ir eu ainda não sei onde vou procurar.
Ele se levanta e vem até mim - só toma cuidado tá bom? - ele me abraça.
- Sabe isso não tá funcionando - meu corpo estremesse.
- An? o que?
- Você me abraçando totalmente nu - dou um suspiro - eu preciso sair.
Me desvencilho o mais rápido que posso, pego minhas coisas e saio do quarto. Kalel me chama de volta mas eu o ignoro. Ele era a perfeição em pessoa, me arrisco a dizer que era a oitava maravilha deste mundo e se eu não saísse daquele quarto certamente ficaríamos o dia todo fazendo sexo e hoje eu não posso me dar esse luxo.
Chamo um Uber e fico grata por ele chegar rápido.
Decido procurar por uma kitnet no centro mais próximo do meu possível trabalho. Estou confiante de que irei conseguir. Visito três kitnets diferente e além de custarem um absurdo não é tão bom como eu queria. Rodo mais um pouco e confiro as horas. Já é quase onze da manhã preciso me apressar. Passo em frente a um prédio grande e bonito onde vejo uma placa escrito Aluga-se Kitnet. Entro no prédio e ele é ainda mais bonito por dentro.
Converso com o proprietário que também mora lá e ele me leva até o quinto andar e me mostra o lugar.
- Olha, já vem com os móveis, água, luz e internet incluso.
Analiso cuidadosamente o local que tem uma janela enorme no quarto e uma cama logo abaixo.
Não tem sala apenas uma bancada dividi o quarto da cozinha.
logo ao lado da cozinha está o banheiro e tudo é devidamente mobiliado.
- Qual o valor?
- R$650,00
Respiro fundo e solto o ar lentamente. Se eu conseguir o emprego consigo pagar e nessa hora dou graças a Deus por ter uma bolsa boa na faculdade. Caso contrário teria que escolher.
- Ótimo, acho que vou ficar com ele, mas não consigo te pagar agora.
- Tudo bem, você pode começar a pagar mês que vem, mas preciso que assine um contrato e me passe o número do seu documento.
- Ah claro.
- Negócio fechado? - ele estica a mão para que eu aperte.
- Negócio fechado! - abro um sorriso - devo me mudar amanhã.
- Então tome aqui as chaves - ele me entrega o molho de chaves - Seja bem vinda senhorita Alana.
- Obrigada. Bom, agora preciso ir, tenho uma entrevista de emprego agora.
- Nesse caso espero que você consiga.
- Eu também.
Me despeço do dono da Kitnet e saio rumo a entrevista. Ele parece ser um cara gentil e agradável a kitnet apesar de ser no centro da cidade onde o barulho não para nunca me senti muito acolhida aqui, é o lugar ideal pra mim.
Confiro a hora no celular e percebo que cheguei vinte minutos adiantada. Uma garota baixinha de olhos castanhos e cabelos cacheados me recebece e me leva até o RH.
- Pode se sentar aqui. Daqui a pouco a Fernanda te chama.
- Obrigada.
Começo a ficar nervosa e a olhar minha roupa. Deveria ter vestido algo melhor, mas não consegui pegar todas as minhas roupas quando saí de casa.
- Alana?
- Ah, oi.
- Me acompanhe por favor.
Sigo a moça que julgo ser a mesma que ligou até a pequena sala no fundo do corredor.
- Pode se sentar - ela aponta pra cadeira a sua frente.
- Tudo bem? Sou Fernanda e sou eu quem vai entrevistar você ok?
- Prazer Fernanda, tudo bem. - digo de forma seria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MEU EU EM VOCÊ
RomanceAlana é uma menina do interior que acaba de se formar no ensino médio e logo vai começar a faculdade, pra isso ela e seu pai precisam se mudar para uma nova cidade com novos amigos e desafios. O que ela não imaginava é que nesse novo colégio ela enc...