MEU EU EM VOCÊ

18. KALEL

Me sento novamente na mesa para poder juntar meu material. Alana saiu tão depressa que não pude fazer nada para leva lá em casa. Ela ficou estranha de uma hora pra outra.
Ela estava incrivelmente gostosa hoje, tive que tomar cuidado para que ela não percebesse o quão excitado me deixava toda vez que mexia em seu cabelo o enrolando em seus dedos enquanto fazia as atividades. Seu cabelo estava preso o que me fez ter vários pensamentos eróticos com ela daquela forma e sinto minha excitação vir novamente.
Sou arrancado dos meus pensamentos quando ouço meu celular tocar.
- Oi Jô - atendo no segundo toque.
- Vou sair hoje pra comprar as coisas pra nossa festa no sábado. Quer algo específico?
- Ainda bem que me lembrou. A festa vai ser amanhã!
- O quê? Você nem queria ir, agora tá falando que vai ser amanhã?
- Sim, é feriado e até melhor pra virar a noite.
- Sem chance! Já falei com todo mundo que é no sábado.
- Pois diga que mudou a data.
- Kalel - ela me chama em tom de alerta - por que isso agora?
- Eu falei com a Alana que era amanhã. Ela não queria ir, se deixasse pra sábado ela acabaria desistindo de vez.
- Então ela vem?
- Ainda não tenho certeza.
- Quê? como assim?
- Ela tá sem jeito de ir, porque não vai ter muitas pessoas que ela converse além de mim na festa.
- Eu faço companhia a ela caso ela se sinta sozinha.
- Faz mesmo? Não sei se ela vai querer ficar comigo lá e tem a Katy também. Não quero atrito entre elas.
- Tudo bem eu faço isso por você.
- Até te beijaria agora como forma de agradecimento.
- Eca, pra fazer isso tem que gostar mesmo dessa garota.
- É e eu acho que gosto - solto um suspiro.
- My little brother está apaixonado. que fofo - ela afina a voz.
- Já chega né Josephine.
- Tá bom. Vou mandar mensagem aqui no grupo avisando que a festa é amanhã.
- Obrigado.
- E vê se chega nessa garota amanhã ok?
- Você me dando conselhos sobre isso?
- Sim, porque você parece bobo por ainda não ter dito como se sente sobre ela.
- Só quero ter certeza de que é recíproco.
- Só não demora muito. Se ela é isso tudo que você sempre fala, deve haver outros caras na cola dela.
- Cala a boca - digo de forma séria.
- Não está mais aqui quem falou.
- Tchau.
Encerro a chamada e vou pro escritório adiantar o trabalho para que não precise voltar na amanhã.
Chego no escritório, passo pela recepção e subo até minha sala.
Ligo para a secretária do meu pai e peço para que chame o Marco.
- Oi - ele abre um pouco a porta.
- Ah, entra - eu peço.
- Mandou me chamar?
- Sim - aponto para a cadeira a minha frente - senta aí - ele se senta - Amanhã não vou vir a empresa e como você é um dos melhores funcionários que temos aqui, queria que me desse cobertura. Tudo bem?
- Ah, claro. Sem problemas.
- Vou deixar meu contato com você - lhe entrego um papel com meu número anotado - caso precise de mim com urgência pode me ligar tá bom?
- Tudo bem - ele pega o papel e guarda no bolso do paletó.
- Obrigado - abro um sorriso gentil.
- Eu que agradeço pela confiança.
Ele se levanta e saí da sala.
O dia passa arrastado e me sinto entediado. Confiro meu celular pela milésima vez procurando por uma mensagem ou ligação de Alana mas sem sucesso.
Coloco ele ao meu lado e logo em seguida ele vibra. Corro para ver quem é e solto o ar de decepção quando o nome de Katy aparece na tela.
"Oi bonitão. Sua irmã disse que a festa é amanhã. Sei que falei coisas horríveis pra você aquele dia, mas estava chateada com tudo que aconteceu. Espero que eu possa ir, sem ressentimento 🥰"
"Oi Katy. Você pode ir sim é claro, jamais iria barrar você de uma festa de aniversário minha e da minha irmã. Crescemos juntos lembra?"
"Fico feliz por isso 😁"
"Eu também"
"Te vejo amanhã ❤"
Penso em perguntar o por quê dela não aparecer nos últimos dias mas isso poderia causar uma impressão errada então decido não tocar nesse assunto.
Olho a hora e vejo que já está na hora de ir pra casa. Pego minhas coisas e vou embora.
Ao chegar em casa, passo pelo jardim e vejo que as caixas de som já foram devidamente instaladas. Mesas e cadeiras espalhadas pelo jardim e um espaço que acredito ser uma pista de dança, na sala tem várias por sacolas espalhadas. Passo por elas e subo afim de tomar um banho relaxante.
Após terminar de me secar visto uma bermuda preta e fico sem camisa.
Me sento na cama e meu violão está logo a frente. Tem um bom tempo que não toco e com certeza isso é uma das coisas que me fariam relaxar.
Me levanto, pego meu violão e começo a tocar e cantarolar. Por um segundo penso que poderia fazer isso via vídeo chamada pra Alana, não sei porque isso passou pela minha cabeça mas é isso que vou fazer.
Pego meu celular e faço uma vídeo chamada pelo Instagram. Ela não atende, então mando uma mensagem.

"Me atende no insta linda, quero mostrar algo pra você"
"Estou uma bagunça agora"
"Você é linda de qualquer jeito. Atende vai"
"Tá bom 🤦🏻‍♀️"
Ligo novamente e ela atende. Seus cabelos estão presos num coque e ela parece estar de pijama.
- Caralho - digo sem pensar.
- Viu, eu disse que estava desarrumada.
- Não, você está linda - ela parece tão ingênua usando um pijama azul claro com pandas desenhado por todo o tecido.
- Claro que estou - ela ri - Então, o que queria me mostrar?
- Espera - ajeito alguns travesseiros a minha frente e apoio o celular de maneira que pegue todo o meu corpo.
- Puta que pariu! - Ela quase grita e cospe o líquido de volta na garrafinha na qual estava bebendo.
- Tudo bem?
- Nossa, você malha? - ela seca os lábios.
- As vezes - abro um sorriso.
- Pois continue tá muito bom - ela fica vermelha - quero dizer faz muito bem a saúde.
- Faz - caio na gargalhada.
- Isso é um violão? Você toca?
- Ah, sim eu toco - mostro a ela meu violão.
- Que legal. Você nunca mencionou isso.
- Não fico me gabando por aí.
- Percebi - ela se deita na cama.
- Posso mostrar agora?
- Depende, o que pretende mostrar? Olha não tira a roupa porque eu não sou dessas meninas que fazem essas coisas pela Internet e...
- O quê? - caio na gargalhada.
- O quê? - ela questiona - não, nada.
- Só vou tocar uma música pra você.
- Ook.. - ela parece surpresa.
Me ajeito na cama e começo a dedilhar as notas e cantar pra ela uma das músicas que mais gosto.

- Caramba! - Ela parece surpresa.
- Gostou?
- Você canta e toca muito bem. Já pensou em investir na música?
- Claro que não, isso aqui é só hobby.
- Poderia ser profissional. E o seu inglês... é perfeito.
- Obrigado e que bom que gostou.
- Eu amei - ela sorri.
- Então, amanhã você vem né?
- Você não desisti mesmo né garoto?
- Não - abro meu sorriso mais carismático.
- Tá bom, eu vou mas não vou ficar até tarde.
- Tudo bem, contanto que venha.
- Que horas começa?
- As 21h. Posso buscar você se quiser.
- Não, eu vou de uber. Só preciso do seu endereço.
- Eu te mando por mensagem.
- Tá bom eu aguardo.
Ficamos conversando por um longo tempo. Já era quase uma da manhã. Ela se deitou e apoiou o celular ao lado para continuar falando comigo. Seus olhos já estavam pesados de sono quando a pedi pra esperar pois ia ao banheiro. Quando voltei ela havia caído no sono.
Parecia um anjo dormindo depois de tornar minha noite incrível.
Aquela garota era mais perfeita que eu imaginava.