Alana é uma menina do interior que acaba de se formar no ensino médio e logo vai começar a faculdade, pra isso ela e seu pai precisam se mudar para uma nova cidade com novos amigos e desafios. O que ela não imaginava é que nesse novo colégio ela enc...
Ele se despede e vai embora, fico paralisada com o celular na mão. O que foi aquilo? Ele realmente anotou o número dele aqui. Pisco algumas vezes e volto a realidade tomando o caminho do ponto. Assim que chego o ônibus passa, fico aliviada por não ter que ficar muito tempo esperando nesse sol. O caminho não era muito longo, sento no banco ao lado da janela e tiro um livro para ler até chegar. Me perco na leitura e quando dou por mim o próximo ponto é o meu. Dou sinal, desço e caminho até a minha casa. Subo até o meu apartamento, coloco a mochila e meu celular ao meu lado, sento no sofá esticando as pernas sobre o chão e inclinando a cabeça para trás. Me sinto exausta, parece que as horas agora na parte da manhã foram inifinitas. Por um momento passou pela minha cabeça ligar pra Jessica mas logo em seguida esse pensamento se foi e comecei a pensar se realmente valia a pena já que ela preferiu dar ouvidos a Katarina do que a mim, sua amiga. Tinha também meu momento com Kalel que acabou me deixando confusa, sua preocupação, sua gentileza e jurava que ele fosse me beijar.- Meu Deus - passei as mãos pelo rosto - O que está acontecendo comigo ? Meus conflitos são interrompidos quando ouço meu celular tocar. Pego e desbloqueio a tela, são mensagens. Mensagens de Kalel? "E aí, chegou bem ?" "Não me lembro de ter te passado meu número 🤔" "Eu salvei meu número e dei um toque pra poder salvar o seu. Por precaução 🤭" "Claro que sim 😅" "As vezes eu sou bem esperto 😎" "Percebi 🙄 eu cheguei bem sim, obrigada por perguntar" "Já se alimentou?" "Ainda não, na verdade perdi a fome" "Mas ainda sim deveria comer algo" "Eu vou, mais tarde" "Ok girl 😅" Visualizo a última mensagem e decido não responder mais, aquilo estava ficando estranho de mais e talvez eu estivesse com medo de aonde aquela conversa poderia nos levar. Pego minha mochila e decido subir pro meu quarto, subo os três primeiros degraus e ouço a porta da sala se fechar, volto pra trás e vejo meu pai colocando as chaves sobre a mesinha de centro, ainda é cedo pra ele estar em casa. Sua cara não é das melhores, sinto meu sangue gelar quando penso que ele pode saber sobre o que houve na faculdade. - Sabe Alana - ele me encara - eu fui na faculdade buscar você pra almoçar, te esperei um bom tempo após o termino das aulas e você não apareceu, então decidi entrar e quando perguntei aquela moça da secretaria onde era sua sala sabe o que ela me disse? Que você estava fazendo trabalho extra por que estava matando aula. - Pai, calma não é bem assim. - MA-TAN-DO AU-LA ALANA. Eu não pago caro pra você matar aula. - Eu não estava matando aula - retruquei. - Não foi isso que eu ouvi. - O quê você ouviu? - Que a senhorita estava rodando pela escola com a sua mochila enquanto tinha aula como se não tivesse nenhuma responsabilidade - seu tom é calmo porém assustador. - Eu e a Jéssica meio que brigamos, ela saiu chorando e fui atrás dela pra tentar resolver as coisas. Quando voltei pra sala a professora me barrou, foi isso. - Você tem que analisar melhor as suas prioridades. Você não está mais no ensino médio. - Eu sei, não precisa me tratar feito criança. - Então para de agir como uma. - Não estou... - Pra encerrar - ele posiciona as mãos cruzadas sobre o peito - Você está de castigo - O quê? Pai pelo amor de Deus eu tenho dezoito anos! - Mas age como se não tivesse, então sim, você está de castigo. Reviro os olhos e subo as escadas correndo, entro em meu quarto e me jogo na cama. Eu sabia que ele não estava falando sério, foi só pra me irritar. Que tipo de castigo ele me daria? Proibir de sair de casa depois da faculdade? Sair pra onde se nem amigos eu tenho. Tomar meu celular ? Ele não faria isso, preciso dele para mantermos contato quando não estamos por perto, ele me manda mensagens o dia todo. Respiro fundo, tiro a roupa e vou para o banheiro afim de esfriar a cabeça. Ligo o chuveiro no frio e sinto a água escorrer pelo meu corpo levando com ela todo o meu estresse. Termino e volto pro quarto, pego meu celular passo o dedo pela tela o desbloqueando e penso em mandar mensagem pro Kalel, mas o que eu diria? Logo essa ideia se desfaz e entro no instagram para stalker a página de Kalel. Como ele é lindo fico admirando a última foto por um tempo e desço um pouco mais pra ver o restante e acabo vendo fotos dele com Katarina e meu estômago embrulha. Bloqueio o telefone e resolvo voltar pro único lugar onde esqueço absolutamente tudo, meus livros.
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