32. ALANA

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Me despeço do meu pai e desço do carro. Quando caminho em direção ao ônibus todos me olham boquiabertos, um semblante de surpresa é o que todos tem ao me olharem.
- AMIGA DO CÉU - Jéssica se aproxima - VOCÊ ESTÁ INCRÍVEL.
Dou um sorriso sem jeito e a abraço - Obrigada.
- Então é isso? você some por dois dias e me volta com um piercing ?
- Você gostou ?
- Se eu gostei ? Eu amei. Tá mais gata ainda.
- Obrigada.
- Bom, estão todos aqui. Hora de irmos - o professor anuncia.
- Você se importa se eu me sentar com o Erick ?
- Claro que não amiga, tá tudo bem.
- Tem certeza?
- Claro.
- Obrigada - ela sussurra.
- Piercing maneiro.
- Valeu Erick.
Ele vai logo atrás de Jéssica e sentam nas primeiras poltronas. Eu caminho até o fundo e me ajeito por lá. Pego meu celular e coloco os fones. Quando olho pra cima meus olhos encontram os de Kalel, ele me encara, seu semblante é de surpresa e admiração quando abre um sorriso perfeito mas que logo se desfaz quando Katarina segura sua mão.
- Alana? O que é isso no seu nariz ?
- Um piercing - faço uma careta.
- Meio brega - ela torce o nariz - a roupa e o cabelo estão até legais, mas isso no nariz - ela faz cara de nojo - não ficou legal não.
- É mesmo? Bom, como a sua opinião é irrelevante pra mim, não me interessa.
Ela revira os olhos - Vem Kalel vamos nos sentar aqui.
Ela o puxa e nossos olhares por fim se desencontram. Tento não pensar nos dois juntos mas eles estão no meu campo de visão, ela se aninha em seu peito e aquilo me faz querer vomitar.
- Posso me sentar aqui?
- Hã.. pode, claro.
- Não nos conhecemos né ? Prazer eu sou o Alex.
- Prazer Alana.
- Que nome lindo - ele se ajeita ao meu lado.
- Obrigada.
Ele sorri de maneira charmosa eu diria. Os olhos azuis que brilham a luz do dia, seu cabelo é preto e está com um coque, me pergunto se é tão grande quanto parece. Em seus braços tem várias tatuagens. Não posso deixar de notar sua beleza e nem que está usando uma camisa do nirvana.

- Sério que você gosta de Nirvana?- De mais, você gosta?- Eu amo - abro um sorriso

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- Sério que você gosta de Nirvana?
- De mais, você gosta?
- Eu amo - abro um sorriso.
- Gostei do piercing, também tenho alguns.
- Sério? Aonde mais além desses aí no seu nariz? - digo procurando por mais.
- No mamilo - ele sorri.
- Uau, bem diferente você.
- É, você também.
Ele me analisa de cima em baixo e caímos na risada.
Conversamos durante todo o trajeto, ele é engraçado, gentil e temos muito em comum. Por todo esse tempo consegui manter Kalel longe dos meus pensamentos, o que foi ótimo.
- Chegamos!
O professor de história anuncia alegremente.
- Caramba, foi rápido - Olho a hora no celular - Quer dizer a hora passou rápido, já é quase meio dia.
- Acho que falamos tanto que nem percebemos a hora passar.
- Verdade.
- Bom, vamos descer, almoçar e ir visitar nosso primeiro ponto turístico o Parque municipal das andorinhas. O final de semana vai ser longo.
O professor bate Palmas mais animado que todos nós.
Descemos do ônibus e fomos a um restaurante perto do parque. Fiquei o tempo todo com Alex não queria ficar com Jéssica uma vez que agora ela parecia ter novas amizades devido a seu namoro recente.
- Agora que terminamos vamos ao parque, já adianto que tem cachoeira, grutas e uma longa caminhada. Quem precisar trocar de roupa o momento é agora.
- Acho que você vai ter que se trocar - Alex me alerta.
- Eu também acho.
- Te vejo daqui a pouco?
- Sim - abro um sorriso simpático.
Alex acena pra mim e entra no banheiro masculino. Então me dou conta que preciso pegar minhas coisas no ônibus. Corro pra lá e entro bem rápido. Está vazio, me abaixo para pegar a mochila quando sinto uma mão me pegar pela cintura. Eu sei quem é, reconheço esse toque pois uma eletricidade percorre meu corpo, me viro toda desajeitada caindo no banco e me recompondo.
- Então agora você é amiga do novato?
- Sim, algum problema?
- Você e essa sua mania de se jogar pra desconhecidos.
- Ah garoto me erra ok? - reviro os olhos.
- Por que você faz isso?
- Faço o que ?
- Fica aí toda fácil pra um cara que você acabou de conhecer.
- Eu não tenho nada com você eu fico fácil pra quem eu quiser.
Ele se aproxima me pressionando pra trás e me seguro para não cair novamente.
- Você gosta de me irritar né?
- Eu gosto quando você mantém distância de mim.
- Por quê? Por um acaso você quer me beijar?
Dou uma gargalhada e ajeito meu corpo ficando próxima dele - Eu não quero te beijar, mas, o Alex quem sabe - o desafio.
Ele me encara com raiva, sei que peguei pesado e que ele sentiu o golpe, mas ele não fez diferente comigo então tudo bem eu bater onde dói.
- Tudo bem - ele se afasta - Vocês se parecem mesmo. O casal emo da faculdade.
- Idiota!
O empurro e passo por ele pisando firme mas ele me puxa de novo me obrigando a encarar seus olhos verdes.
- Vocês podem até ter coisas em comum, mas é a mim que você quer. Sou eu quem faço seu coração bater mais forte.
Me desvencilho de suas mãos e saio correndo pro banheiro. Quando chego apoio minhas mãos na pia tentando respirar devagar e desacelerar meu coração. Ele não estava errado mas não podia dar a ele esse gostinho, ele não pode saber que me tem nas mãos, preciso mostrar que sou mais forte que esse sentimento idiota. Entro em uma das cabines agora mais calma e visto uma calça mais larga e meu allstar. Guardo minhas coisas e passo uma água no rosto retirando toda a maquiagem já borrada pelas lágrimas que deixei escorrer enquanto me trocava. Me juntei novamente com o grupo, Alex me olhava curioso parecia querer me perguntar algo mas não pergunta. Entramos no parque e fizemos uma pequena trilha até a gruta. O professor nos orienta sobre cada ponto daquele lugar, posso afirmar que ele esteve aqui mais vezes que qualquer pessoa dessa cidade. Entramos na gruta, um lugar silencioso e perfeito que emana uma beleza sobrenatural. Fico encantada com tudo ao meu redor.
- Vamos todos ficar juntos por favor, não quero perder ninguém.
O professor nos alerta.

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