Alana é uma menina do interior que acaba de se formar no ensino médio e logo vai começar a faculdade, pra isso ela e seu pai precisam se mudar para uma nova cidade com novos amigos e desafios. O que ela não imaginava é que nesse novo colégio ela enc...
Chego em casa e me jogo no sofá branco de couro enorme que ocupa um bom espaço na sala de estar. Pego meu celular e pesquiso alguns bares dos quais sei que Alana gostaria de ir. Encontro um, Taberna Music club bar que tem toda uma pegada rock n'roll e sei que ela vai amar. Olho no mapa onde fica exatamente traço o caminho e guardo meu celular. Hoje decidi trabalhar de casa, ainda não sei quando meus pais voltam mas odeio toda essa responsabilidade em minhas costas. Subo pro meu quarto, pego meu notebook e faço o login por lá mesmo. Para assinaturas e coisas que necessitam de presença física deixo para Marco resolver. Marco, eu estou ficando com a filha dele e pretendo levar ela pra sair hoje a noite. Como vou explicar isso a ele e pedir para que não conte a sua filha que trabalha pro meu pai? Fico atormentado ao pensar sobre isso, não queria esconder isso dela mas não sei o quanto isso pode nos afetar agora. Talvez é melhor que ele não saiba de nada e nem ela, ao menos por enquanto. Fico tão concentrado no trabalho que não vejo as horas passar, sou arrancado da minha concentração quando ouço um barulho vindo do quarto da minha irmã. Coloco o notebook na cama e vou até lá ver o que está acontecendo. A porta está fechada, bato uma vez mas não obtenho resposta, me aproximo da porta e ouço alguns soluços e algo se quebrando. - Jô? - bato novamente mas agora com mais força. - VAI EMBORA! - Ela grita em meio ao choro. - Abre a porta. - Não! - ouço seus passos apressados através da porta de madeira. - Se você não abrir eu vou arrombar. - QUERO FICAR SOZINHA! - Me diz o que está acontecendo agora - exijo e algo se quebra. pressiono a maçaneta da porta mas nada acontece. - JOSEPHINE ABRE ESSA PORTA AGORA! - Não, não - ela choraminga. Pressiono a porta novamente colocando mais força e consigo abrir. Quando entro, ela está sentada ao lado da porta chorando sem parar e com dificuldades de respirar. Me aproximo e me ajoelho em sua frente. - Fala comigo por favor. - Eu... - Ela não consegue terminar, está inquieta e sua respiração irregular. - Olha pra mim e respira devagar. Ela abraça os joelhos e começa a se mover - Eu.. - Ela tenta falar novamente mas não consegue. Ela me olha, seus olhos estão arregalados e vermelhos. Ela abana as mãos próximo ao rosto como se buscasse o ar que não vem e eu entro em desespero. - Jô, por favor, respira devagar - coloco minhas mãos em seu rosto. Ela olha em meus olhos, e começa puxar o ar e a soltar lentamente em meio aos soluços. - Eu estou aqui irmã - Eu a abraço e ela volta a desabar, mas dessa vez eu meus braços. Eu a seguro firme enquanto ela coloca tudo pra fora. - Vai ficar tudo bem, só preciso que você mantenha a calma. Sua respiração se suaviza e percebo que ela está desacelerando. - Quer me contar o que houve? - O Christian... - O quê aquele merda fez? - Ele me traiu - ela me encara. - Quando foi isso? - No dia da festa, ele disse que não iria poder vir e hoje eu descobri que na verdade ele estava com outra. - Eu vou matar esse cara - me levanto e começo a andar de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos. - Não, por favor. - Que não Josephine, olha o que esse cara fez com você? - aponto para ela ainda sentada ao lado da porta - onde ele está agora? Você estava com ele? - Sim, estava na casa dele quando vi as mensagens - ela se encolhe. - Onde ele mora? Vou lá agora quebrar a cara desse filho da puta. - Você não vai a lugar nenhum Kalel. - Você estava aí tendo uma puta crise de ansiedade por causa daquele otario. Isso não vai ficar assim - sinto minha paciência indo embora - fala logo onde ele mora caralho! - exijo mas ela faz que não com a cabeça. - Eu não preciso que faça isso, só preciso que fique comigo - ela volta chorar - promete que vai deixar isso pra lá? - Não posso prometer o que não posso cumprir - volto a me ajoelhar em sua frente. - Por favor? - ela implora. Respiro fundo e solto o ar frustrado - Tudo bem - minto - Vem aqui a pego pela mão e a levo até sua cama. Ajudo a tirar seus sapatos e ela se deita. Olho a hora em seu celular em cima da mesinha e percebo que já são quase oito horas da noite. - Preciso ligar pra Alana. - Vocês se acertaram? - ela parece mais calma. - Sim - abro um sorriso me lembrando dessa manhã - íamos sair hoje a noite. - E eu estou atrapalhando tudo. - Não, claro que não. - Pode ir, eu vou ficar bem - ela acaricia meu braço - só preciso dormir um pouco. - Não vou deixar você sozinha. - Eu liguei pra Kelly enquanto vinha pra casa, ela está vindo ficar comigo. - Mesmo assim, acho melhor eu ficar. - Você se acertou com a garota, não quero estragar esse momento. - Ela vai entender. - Eu sei que vai, mas você não tem que tomar minhas dores. Tá doendo pra caramba, mas vai passar. - Aquele cara nunca mereceu você. - Eu sei - ela abaixa a cabeça. - Me promete que nunca mais vai vê lo? - Nem pintado de ouro - ela garante. Ouço o celular de minha irmã tocar e ela atende respondendo apenas, "tá bom, já estou indo" e em seguida desliga. - Ela chegou - ela limpa as lágrimas de seu rosto e se levanta - vou receber ela. - Jô, tem certeza? - Tá tudo bem, eu vou ficar bem. Só queria ser suficiente pra ele. - Você é - seguro sua mão antes que ela saia - Você é incrível, linda, um pouco chata - tento descontrair - mas é amorosa, inteligente e determinada. Não digo isso por ser minha irmã, mas porque é o que você é. Tenho muita admiração por você e acredite não tem que ser suficiente pra ninguém além de si mesma. Se ele não conseguiu enxergar a pessoa sensacional que você é, ele é quem perde ok? Ela abre um sorriso e me abraça forte. Eu amo a minha irmã, ela faz parte de mim e odeio vê la desse jeito. A última vez que teve uma crise foi quando brigou com nossa mãe e eu tive que acalma la assim como fiz hoje. Pensei que nunca mais a veria dessa forma, até aquele imbecil trair a confiança dela. Ah como eu quero quebrar todos os dentes da boca dele. Isso não vai ficar assim. - Bom, preciso tomar um banho - a afasto delicadamente - qualquer coisa, qualquer mesmo não êxite em me ligar. Não fica sozinha por favor. - Acha que posso tentar algo contra mim mesma? - Você está muito fragilizada Jô e ficar sozinha é o primeiro passo pra pensar em fazer merda. - Tudo bem - ela abaixa a cabeça. - E não ouse falar com aquele cara de novo. - Não vou!
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Beijo sua testa e vou para o banheiro. Já são oito da noite. Penso em ligar para avisar que irei me atrasar mas isso só vai tomar ainda mais meu tempo. Tomo um banho rápido, visto uma blusa preta de manga comprida e uma calça jeans escuro. Calço meu tênis, passo um perfume, ajeito os cabelos para trás e sei que preciso cortar urgente quando eles insistem em cair sobre meus olhos. Pego a chave do carro e vou pra cada da minha gata.