5. KALEL

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- Katarina? - abro a porta do meu quarto ainda sonolento - tá fazendo o que aqui?
- Oi meu amor - disse empurrando a porta e passando por mim - lindo são 20h você não deveria estar dormindo esse horário em pleno sábado.
- Eu estou cansado, eu te falei que precisava descansar.
Eu realmente precisava descansar mas mais dela do que do trabalho que tive no dia de hoje.
- Eu sei, mas é que estou com saudades - ela se aproxima e passa seus braços em volta do meu pescoço - saudades das coisas que você faz comigo - ela desce suas unhas pelo meu peito nu.
- Mas hoje não é um bom dia - eu retiro sua mão e me afasto.
- Por que não?
- Porque eu estou cansado?!
- Sabe o que eu tenho notado de um tempo pra cá?
- O quê Katy? - me sento na cama esticando as pernas e me encosto na cabeceira colocando as mãos atrás da cabeça.
- Que você tem me evitado.
- Não viaja.
- Então me diz por que tem estado tão distante de mim?
- Só estou ocupado trabalhando pro meu pai. Você sabe, ele viaja e me deixa responsável por praticamente tudo.
- Mas isso nunca foi problema antes. Sempre que estava afim eu ia até a sua sala - ela se deita sobre mim e beija meu pescoço - e bom, o resto você já sabe - ela beija meus lábios e leva a mão ao meu membro.
- É, mais acontece que eu tô muito estressado agora, só preciso de um tempo.
- Eu posso te ajudar com isso.
Ela suga a pele do meu pescoço e começa a beijar meu corpo, descendo da cama e se ajoelhando na minha frente.
- É melhor não Katy.. - Minha voz já está ofegante.
- Eu sei que você quer Kalel.
Ela crava suas unhas na minha coxa, desce meu shorts de uma só vez e logo em seguida abocanha meu membro. Não quero fazer isso, mas o meu tesão fala mais alto. Talvez seja isso que preciso pra tirar aquela garota da minha cabeça. Tenho dormido mais que o normal só pra poder encontra la em meus sonhos. Ela é linda, diferente e tem os lábios mais lindos que já vi. Quando ela sorri sinto uma onda de alívio percorrer todo o meu corpo como uma droga.
- Ah, Alana - sussurro em meios aos gemidos.
- Me chamou de quê? - ela grita.
- Katy, te chamei de Katy - digo tentando convencer mais à mim do que à ela.
- Eu não sou surda Kalel, eu ouvi do que você me chamou. Estava pensando nela enquanto eu...
- Não é nada disso Katarina - a Interrompo.
- Não? Então por que chamou por ela enquanto eu estava te chupando?
- Eu não sei, você fala tanto dela, o quanto ela é isso ou aquilo que sei lá.
- Ah qual é? Vamos começar com isso de novo? Você sabe que pertence à mim, que pode ter essas paixonites mas no final das contas, sempre volta pra mim.
Katarina não estava errada, de um jeito ou de outro sempre volto a estar com ela. Mesmo quando houve aquela vez em que me envolvi com a Gabriela e ela simplesmente desapareceu, Katy sempre esteve lá me esperando e como sempre eu acabei voltando pra ela.
- Acho melhor você ir embora - digo enquanto me visto , caminho até a porta e a abro.
- Eu também acho - ela se levanta e ajeita seu vestido vermelho - mas não se esqueça, você sempre volta pra mim, porque ninguém te ama mais do que eu e a maioria só se interessa pela droga do seu dinheiro.
Aquelas palavras me atingem como um soco no estômago mas mantenho a minha postura para que ela não perceba a dor que me causou.
- Desculpa, mas preciso que você vá embora.
Ela pega sua bolsa e saí do meu quarto pisando duro como se quisesse abrir um buraco no piso do meu quarto com sua sandália.
Me deito novamente na cama, pego meu celular e começo a stalker o Instagram da Alana, não sei por que mas sempre me pego olhando suas fotos. Não tive coragem de segui lá e dou graças a Deus por sua página não ser trancada. Um aperto toma conta do meu peito ao relembrar as palavras de Katarina " a maioria só se interessa pela droga do seu dinheiro". Alana não é assim, ao menos é nisso que quero acreditar.
- Posso entrar?
- O quê você quer Josephine?
Jô é minha irmã gêmea, tem quase o mesmo estilo de roupas que Alana, a diferença são os cabelos azuis e alguns piercings pelo rosto. Suas roupas são mais ousadas. Sempre a vejo com shorts ou saias curtas e a barriga de fora para mostrar a joia em seu umbigo é claro.
- Conversar com o meu irmão mais novo. Parece que as coisas não andam bem entre você e a barbie - ela se senta na beira da minha cama.
- Você ouviu?
- Como não ouvir, ela gritou pra casa toda. Ainda bem que nossos pais estão viajando. O que aconteceu?
- Ela estava.. enfim, estávamos em um momento íntimo e acabei chamando ela pelo nome de outra garota.
- Você o quê? - Ela caí na gargalhada.
- Se veio aqui tirar sarro da minha cara pode sair.
- Desculpa, é só que - ela tampa os lábios pra abafar a risada - não sei como ainda está vivo.
- Engraçadinha.
- Tá, mas e essa garota ? É da sua faculdade?
- Da minha sala. Ela gosta do mesmo estilo de música que você.
- E quando é que você passou a se interessa por rockeiras?
- Não é por rockeiras, é ela. Ela tem algo que mexe de mais comigo.
- É essa quem você está babando a tela do celular ? - ela aponta para o aparelho.
- Sim - viro o aparelho para que ela olhe.
- Caralho, que menina linda.
- Ela é - abro um sorriso bobo.
- Caramba, você tá apaixonado por essa garota.
- Não estou - guardo meu celular rapidamente - Bom, eu acho que não. E talvez a Katy esteja certa.
- Sobre?
- Sobre isso ser inútil, essa paixão. Eu sempre acabo voltando pra ela, as garotas só veem grana em mim.
- Não acho que seja dessa forma. Óbvio que algumas garotas pode até ser, mas nem todas são assim. Talvez essa Alana seja diferente.
- Como vou saber disso?
- Só tem uma única forma de saber, se aproximar dela, a conhecer melhor e deixar as coisas fluir.
- Mas e se for exatamente o que a Katy disse?
- Bom, vai doer, mas vai servir de aprendizado, inclusive pra você enxergar e analisar melhor o que você quer. Sabe, a Katy mudou muito, sei que ela gosta de você mas sei também que você não gosta dela da mesma forma e não da pra sustentar um relacionamento assim.
- Você está certa - solto um suspiro - Obrigado.
- Que nada, você me deve uma bebida - ela se levanta - vou sair com uns amigos, quer vir ?
- Não, melhor ficar por aqui mesmo.
- Tá bom, você quem sabe.
Ela beija meu rosto e saí do meu quarto. Levanto da cama, pego meu violão e começo a tocar algumas das músicas que mais gosto torcendo para que a semana comece logo para que eu possa ver a Alana novamente.

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