70. ALANA

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Falta apenas um dia pra apresentação do trabalho de inglês e eu ainda não encontrei nenhuma música descente. Reviro novamente minha playlist e nada.
Me jogo no sofá e respiro fundo.
Confiro meu relógio e está quase na hora de ir pro serviço e já estou pronta. Tem apenas três dias que voltei e ainda estou me reacostumamdo com o lugar. Não é fácil voltar lá por ser perto de onde aconteceu toda aquela atrocidade mas minha psicóloga diz que preciso encarar meus medos e é isso que tenho feito, dia após dia.
Pego minha bolsa e desço para o terraço do meu prédio afim de ir pro ponto pegar o ônibus mas quando abro o portão sou surpreendida por Kalel.
Ele está lindo, de camisa social branca e calça social. Seus cabelos que sempre estão bagunçados hoje estão bem penteados.
Caminho em sua direção e quando ele me nota abre um sorriso que me faz estremecer.
- Oi linda - ele me encara ainda recostado na porta do passageiro.
- Oi gato - abro um sorriso - nossa, você está incrível - paro em sua frente.
- Você gostou? - ele se aproxima de mim.
- Eu amei. Não sabia que ficava tão lindo de social - passo a mão em volta de seu pescoço.
- Obrigado.
- Então, o que devo a honra de sua presença aqui?
- Primeiro vim te buscar pra levar você ao seu trabalho e te convidar pra jantar hoje a noite. Preciso conversar com você.
- Hum parece sério - faço careta.
- É um pouco sério mesmo - ele beija meus lábios.
- Fala agora então.
- Você não vai chegar atrasada? - ele olha no relógio.
- Kaleeeel.
- Alanaaaa - ele sorri.
- Tudo bem - ajeito minha mão em seu pescoço - e por que tá assim de social?
- Tenho reunião às 14:30h. Vou com meu pai ajudar na apresentação enfim, só coisa chata.
- Entendo, mas precisa ir tão lindo assim?
- Olha se você não quiser que eu vá eu posso ficar o dia todo na lanchonete esperando por você.
- Claro que não - reviro os olhos - agora que me lembrei, vamos sair pra jantar depois das 23h?
- Sim, a não ser que você consiga sair umas três horas antes.
- Você sabe que não consigo - faço beicinho - e amanhã temos o trabalho de inglês e eu nem escolhi a minha música.
- Sério que ainda não escolheu?
- Sério.
- Bom, quer deixar para amanhã a noite então?
- Melhor, mas se quiser me contar agora eu gostaria de ouvir.
- Aqui não - ele responde sério.
- Tá bom, não insisto mais. Agora vamos se não vou chegar atrasada.
- Ok linda.
Ele beija meus lábios e abre a porta do passageiro pra mim, logo em seguida da a volta, senta no banco do motorista e da a partida.
- Vou trocar meu carro semana que vem.
- O que? por que?
- Não te trás boas lembranças.
- Não precisa trocar seu carro por isso.
- Na verdade preciso sim.
O celular de Kalel toca, ele olha o nome na tela e logo desliga.
- Não vai atender?
- Não é ninguém importante - ele responde com desdém.
- Posso atender se quiser - levo a mão até seu aparelho mas ele é mais rápido e o pega.
- Não precisa meu amor. Quero desfrutar do nosso momento sem interrupções, até porque só vou ver você agora amanhã de manhã.
- Isso é verdade.
Seguimos o restante do caminho ouvindo música e conversando coisas do dia a dia. Sinto que cada vez mais a barreira que eu mesma criei contra ele vem se rompendo aos poucos e me sinto aliviada por isso.
Sigo o observando enquanto dirigi. Ele está tão sexy de social que sinto uma pressão dentre minhas pernas e as pressiono para reprimir minha excitação.
- O que foi? - ele me pergunta olhando de rabo de olho.
- An? - desvio o olhar.
- Você está aí me olhando - ele sorri.
- Ah, só que você está ...
- Estou...
- Muito gostoso nessa roupa - mordo os lábios e logo levo a mão a boca como se pudesse desfazer aquilo que acabei de dizer.
- Uau - ele cora imediatamente - não brinca comigo que eu paro esse carro e te pego agora garota.
- Você não faria isso - o desafio.
Ele me encara em silêncio por um breve instante e imediatamente entra em uma rua totalmente deserta - o que você está fazendo? - pergunto assustada.
Ele para o carro segura uma de minhas mãos e a coloca em seu pau - Olha como estou só de ouvir você.
Solto um gemido baixo e ele me encara com um olhar intenso me fazendo arrepiar - estamos na rua Kalel - retiro minha mão rapidamente.
- Não tem ninguém aqui e os vidros são escuros meu amor - ele solta o cinto e se aproxima de mim - você tem noção do quanto me deixa louco? - ele desliza o dedo indicador pelo meu rosto, passando por meus lábios e descendo até meus seios.
- Kalel ... - minha voz saí como um gemido.
- Alana.. - sua voz grossa está carregada de tesão - eu não quero forçar nada, mas se você estiver pronta podemos fazer isso agora.
- Eu não sei se consigo - abaixo a cabeça.
- Eu te amo Alana - ele apoia sua mão em meu queixo e levanta meu rosto me obrigando a encara-lo.
Trocamos olhares por um breve instante enquanto ele se aproxima lentamente e beija meus lábios.
Abro passagem para que sua língua explore minha boca e assim ele o faz.
Sinto meu corpo inteiro entrar em erupção.
Ele escorrega a mão por meu corpo parando ao lado e destravando o cinto de segurança.
Levo minhas mãos até seu cabelo e o puxo pra mais perto. Suas mãos passeiam por todo o meu corpo e novamente os pensamentos daquele dia maldito invadem minha mente.
"Agora não" digo a mim mesma em pensamento e vou pra cima dele com tudo. Me ajeito em seu colo e ele aperta minha bunda me fazendo gemer.
- Não podemos fazer isso agora - digo entre os beijos.
- Podemos sim, ninguém vai ver a gente meu amor - ele beija meu pescoço e em seguida levanta minha blusa de uma só vez e sinto o medo percorrer todo o meu corpo e é
nesse exato momento que eu paro e me cubro imediatamente. Kalel me encara totalmente sem ação e posso ver o sentimento de culpa em seus olhos.
- Desculpa, eu... - ele passa as mãos pelos cabelos e evita me tocar - eu não deveria ter feito isso - ele evita me olhar.
O silêncio paira entre nós deixando o clima pesado. Me sinto invadida mais ao mesmo tempo sei que quero fazer isso e que preciso fazer isso. É o Kalel o homem da minha vida.
Retiro minhas mãos deixando o sutiã totalmente a mostra e ainda sim ele não me olha. Respiro fundo e retiro a blusa.
- O que você ...
Não permito que ele termine e beijo seus lábios. Ele se recusa a me tocar e meu corpo implora por ele. Levo as mãos ao fecho do sutiã e o abro. As alças escorregam por meus ombros deixando meus seios a mostra.
- Alana, não precisa fazer isso por mim. Você não está pronta e eu entendo - ele tenta recolar meu sutiã.
- Eu preciso disso Kalel - quase sussuro - eu preciso de você - volto a tirar o sutiã mas dessa vez por completo.
Percebo que ele encara algo além dos meus seios e me permito olhar pra onde seus olhos estão fixados.
- Isso nunca esteve aqui - ele passa o dedo indicador em cima da cicatriz que adquiri naquela noite na costela - Foi ele não foi?
- Por favor Kalel, não quero falar dele ou dessa cicatriz horrível, eu só quero você - retiro sua mão delicadamente da cicatriz e levo até meu seio.
Kalel me encara, retira sua mão de meu seio e a leva até a minha nuca envolvendo meus cabelos por seus dedos os puxando levemente pra trás deixando meu pescoço a mostra. Ele o beija com delicadeza e em seguida me segura pela cintura levando os lábios até a minha cicatriz. Ele a beija com tanto amor e ternura como se isso pudesse curar toda a mágoa e rancor que guardo daquele dia e parece funcionar pois só consigo pensar no quanto o amo e na necessidade de ter ele dentro de mim.
- Por favor - quase imploro - preciso de você.
- Alana... - ele me encara.
- Você não me quer mais é isso? - o encaro.
- É claro que eu quero - ele se apressa em dizer e segura meu rosto - Mas agora, você merece mais que uma rapidinha no carro. Quero poder fazer da forma que você merece.
- Eu não me importo em fazer uma rapidinha agora - abro um sorriso safado.
- Eu também não, mas você merece mais e eu prometo que vai ser inesquecível.
- Ok - é só o que consigo responder e volto para o banco do passageiro vestindo meu sutiã.
- Espera - ele me impede e logo coloca a mão dentro da minha calça me fazendo saltar do banco.
- O que você está fazendo?
- Enquanto não temos uma noite de sexo eu não vou te deixar na mão.
- Kalel - Gemo seu nome e seguro sua mão.
- Você gosta quando eu faço assim? - ele pressiona meu clitóris e o esfrega enquanto me encara e morde os lábios.
Envolvo minhas mãos em seus cabelos e os puxo com um pouco mais de força. Ele se abaixa até a altura dos meus seios e suga um deles me fazendo gemer mais alto do que eu imaginava que faria. Ele retira sua mão de dentro da minha calça e leva o dedo a boca o chupando.
- Você é tão gostosa - sua voz soa como um sussurro - quer que eu continue? - ele chupa um de meus seios.
- Uhum - é só o que consigo responder.
Ja estou extremamente molhada e pronta pra chegar ao orgasmo.
Ele abre minha calça e volta a massagear meu clitóris com o dedão enquanto me penetra com os dedos medio e indicador.
Ele me encara enquanto eu me derreto em suas mãos. Seguro firme o banco do passageiro enquanto ele me toca, me aproximo para beijar seus lábios mas ele me afasta.
- Quero te ver gozando.
Faço que sim com a cabeça e ele acelera os movimentos sinto aquela sensação vir rapidamente até que chego ao êxtase. Meus gemidos agora estão bem altos e ele se delicia com cada momento.
- Goza pra mim linda - ele sussurra enquanto me observa.
Chego ao orgasmo e logo meu corpo fica mole. Ele retira sua mão e me encara.
- Caralho, eu daria tudo pra que isso  fosse na minha boca - ele passa a mão pelos lábios e depois me beija - agora podemos ir? - ele me encara.
- Acho que sim - abro um sorriso e me visto - eu consegui - digo mais pra mim que pra ele mas ainda sim ele acaba escutando.
- Nós conseguimos - ele acaricia meu rosto - prometo que vou te recompensar por todo esse tempo que ficamos afastados.
Ele da a partida e voltamos a estrada rumo ao meu trabalho.
Ele me deixa na porta, nós despedimos e ele segue pra sua reunião de negócios enquanto eu encaro de muito bom humor meu dia cheio na lanchonete.

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