MEU EU EM VOCÊ

35. ALANA

Chego primeiro a cachoeira e logo Kalel passa por mim e da uma piscadela que me faz bambear as pernas. O observo passar por mim e caminho mais um pouco e me sento por ali. Olho pra água e vejo que Alex vem correndo até mim sem camisa, seu corpo e suas tatuagens agora estão expostos e respingado de água a luz do sol. Não tinha percebido que era tão definido devido a camisa larga. Ele está apenas de bermuda e seus cabelos agora estão soltos e molhado. Apesar de não ter interesse algum não posso negar a beleza desse homem. Olho de relance para Kalel que parece não gostar nenhum pouco dessa aproximação, mas ele precisa confiar em mim.
- Oi - o cumprimento.
- A água está incrível, por que não entra? - ele se senta ao meu lado.
- Acho que chega de água por hoje.
- Ah sim, entendo - ele sorri - Posso ficar aqui com você?
- Claro que pode. E aí já fez amigos ?
- Algo próximo disso - ele sorri.
- Piercing legal - olho para seu peito nu e logo sinto meu rosto queimar de vergonha.
- Tinha Dezesseis anos quando coloquei.
- Precoce ein.
- Um pouco - ele sorri.
- Podemos fazer companhia pra vocês? - Kalel e Katarina se aproxima.
- Kalel certo? - Alex pergunta.
- Sim.
- Por que vamos ficar aqui?
- Porque não conhecemos o novato e é uma oportunidade de conhecermos ele Katy.
- Arg, claro - ela revira os olhos.
Fico em choque enquanto tudo aquilo acontece mas decido não falar nada. Não sei qual é a intenção do Kalel ao fazer isso mas não me agrada nenhum pouco.
- Então, você é de onde ? - Kalel pergunta e senta conosco.
- Bom, eu morava em São Paulo, mas vim morar aqui com meu pai e entrei na faculdade, enfim..
- Entendo, de qualquer forma, seja bem vindo.
- Obrigado - seu celular vibra o que parece ser uma mensagem. Ele abre um sorriso, responde e o guarda - Hoje a noite tem uma festa, querem ir?
- Claro - Katarina responde - Nós vamos né Kalel?
- Não sei, estou um pouco cansado.
- Por favor?
- E o jantar Katy ?
- Jantamos e vamos pra lá depois.
- Não sei.
- Então vai pensando - ela o abraça.
Aquilo me enoja assim como o fato de ficar chamando ela de Katy. O ciúme me domina, não estou sabendo lidar sinto que vou explodir.
- E você Alana? Vai ? - Alex se vira pra mim apoiando a mão sobre a minha no chão.
- Ah, tenho algumas matérias pra adiantar. Quem sabe na próxima.
- Me avise se mudar de ideia, aliás eu não tenho seu contato.
- Ah, meu celular caiu na água junto comigo, então não tenho telefone por enquanto.
- Que chato.
- Sim - eu lamento.
Ficamos ali por mais um tempo conversando e tudo ocorreu melhor do que eu imaginava. Tirando a parte em que tinha que desviar o olhar de Kalel e Katarina quando ela se esfregava nele e contar até dez pro ciúme não me consumir, foi tudo bem.
- Bom, hora de irmos galerinha - O professor se manifesta com a voz alta e grossa - Juntem suas coisas e vão para o ônibus.
Começamos a nos organizar, pegar o lixo das coisas que comemos por lá. Algumas pessoas foram trocar de roupa, outras se enrolaram na toalha e todos foram para o ônibus. Me sentia muito exsusta, então pedi licença ao Alex coloquei meus fones e adormeci.
- Ei, bela adormecida, estamos chegando - Alex me acorda.
Resmungo e me aconchego mais em seu peito até que me dou conta da situação.
- Meu Deus - me afasto rapidamente.
- Não, tudo bem - ele abre um sorriso.
- Desculpa, não vi quando me escorei em você.
- Relaxa.
- Você deveria ter me acordado.
- Você estava linda de mais e cansada, não quis atrapalhar.
- De qualquer forma, desculpa.
O ônibus para pego minhas coisas e me levanto, quando olho na direção de Kalel ele me olha indiferente, eu conheço aquele olhar e significa que não está nada bem. Ele se levanta e segue atrás dos outros alunos em direção a porta do ônibus. Alex está na minha frente, sou praticamente a última a sair.
- Foi um prazer viajar ao seu lado - Alex se aproxima.
- Obrigada, eu acho - dou um sorriso tímido.
- Se mudar de ideia me manda uma mensagem no Instagram, @Alex.xd.
- Mando sim - digo procurando por Kalel discretamente - Até mais.
Me afasto assim que encontro Kalel encostado em seu carro, me aproximo mas ele não esboça nenhum reação a minha aproximação.
- Está bravo comigo?
- Deveria estar?
- Olha, eu adormeci não percebi que estava descansando sobre ele.
- Tudo bem.
- Ei, não fica bravo você também estava com a Katarina e vi muitas coisas que me chatearam.
- Não quero falar disso, não agora. Você tem carona pra ir embora?
- Na verdade não, mas vou de uber.
- Eu levo você.
- Não vou dividir o carro com você e Katarina - reviro os olhos.
- Ok.
- Então gatinho? Vamos? Estou pronta - Katarina se aproxima - Você de novo garota ?
- Deixa ela em paz Katy.
Ele dá a volta no carro e entra.
- Tchau querida.
Ela acena pra mim e entra logo em seguida. Fico paralisada quando os vejo sair. Uma dor me consome mas sei que a partir de amanhã tudo muda ao menos é nisso que quero me apegar nesse momento. Chamo um uber e em dois minutos ele aparece, abro a porta e me sento no banco de trás.