Ao chegarmos no chalé, desço do carro e pego sua mala e sua mochila.
Ela demora um pouco pra descer. Está devastada e me sinto um lixo por não conseguir que ela fique bem. Tudo por minha culpa. Deveria ter a levado embora mas não imaginei que isso se tornaria um problema tão grande.
Ela abre a porta do carro e desce cabisbaixa. Eu a abraço pela cintura e juntos entramos.
Levo suas coisas para o meu quarto e logo em seguida me junto a ela.
- Meu amor .. - Ela me olha indiferente - não fica assim, aquilo foi só o calor do momento, ele vai voltar atrás.
- Pode voltar não me importo só não volto mais pra lá.
- Olha, eu posso conversar com ele se quiser.
- Obrigada, mas eu não quero.
- Tudo bem, o que você decidir eu estou com você tá bom?
- Posso ficar aqui hoje? Amanhã eu vejo o que faço.
- Pode ficar o tempo que quiser e precisar.
- Obrigada - ela volta a chorar.
Me aproximo dela e a abraço. Ela se aconchega em meu peito e me sinto aliviado por estar com ela agora.
- Você deveria se deitar um pouco - sugiro a ela.
- Deita comigo? - ela pede.
- Vem - me levanto e estendo a mão para que ela me siga.
A levo até meu quarto, ela se deita eu eu me deito ao seu lado. Ela apoia a cabeça em meu peito e passa sua perna por cima das minhas.
Fico mexendo em se cabelo e percebo que seu choro aos poucos vai cessando até sua cabeça pesar em meu ombro.
- Preciso arrumar um emprego e um lugar pra morar.
- Vou te ajudar com o emprego e sobre o lugar onde morar, pode ficar aqui.
- Claro que não - mesmo sem olhar pra ela sei que esta sorrindo - aqui é muito longe da faculdade, como eu iria?
- Eu venho te buscar todas as manhãs ou posso dormir aqui as segundas, quartas e sextas.
- E seus pais?
- O quê tem?
- Você mora com eles, então acredito que iria ter que dar satisfação.
- Sim, iria mas quem liga? Invento qualquer coisa e tá ótimo.
- Hmmm, melhor eu procurar um lugar pra morar mesmo - ele passa a mão por minha barriga.
- E o seu pai? Você deveria tentar falar com ele depois.
- Não, eu não quero!
- Ele é um cara bacana só estava chateado - beijo seus cabelos - obviamente nunca vou perdoa lo por ter feito o que fez, mas sei que ele ama muito você.
- Você fala como se o conhecesse.
- Alana - respiro fundo e a puxo para olhar pra mim - Eu conheço o seu pai.
- Conhece como?
- Ele trabalha em uma concessionária certo?
- Sim... - Seu olhar está carregado de dúvidas.
- A empresa pertence ao meu pai.
- O quê? - ela se afasta rapidamente - como assim? Por que só estou sabendo disso agora?
- Eu tive medo de te contar. Não tem muito tempo que descobri. Vi a semelhança no sobrenome e...
- Espera - ela faz um sinal de pare com as mãos - Então, o meu pai também conhece você e seus pais e vocês não me disseram nada?
- Eu pedi pra ele não dizer porque eu ia te contar.
- Por que ele disse que eu deveria me afastar de você? Por um acaso você é igual aqueles garotos de filme que ficam com a filha do funcionário só pra humilhar ela depois?
- Sério isso Alana? - a encaro.
- Então por que não me contou antes?
- Porque não achei que fosse importante.
- Você não achou importante? Mas era eu quem deveria decidir se era importante ou não. Você vai mandar meu pai embora? Quer dizer você bateu nele - ela leva as mãos a cabeça - meu Deus, você bateu nele!
- Ninguém vai ser mandado embora Alana, a não ser que ele queira ir..
- Não, por favor - ela implora - é a nossa única renda. Se ele perder o emprego até conseguir outro..
- Eu já entendi, ele não vai sair nem se1 quiser - abro um sorriso.
- Estou confusa. Isso - ela aponta pra nós- não parece certo.
- Por favor, não faz isso - eu a imploro.
- Kalel, somos de classes muito diferentes.
- Isso não importa pra mim Alana, importa pra você? - ela fica em silêncio - responde!
- Eu não sei - ela desvia o olhar.
Respiro fundo e solto o ar lentamente - Preciso sair, comprar algumas coisas de comer já que você vai ficar aqui.
- Talvez seja melhor eu não ficar.
- Para com isso Alana - me levanto - Você não vai a lugar nenhum.
- Vai me manter em cárcere privado é isso?
- Sim! - me aproximo - o fato do seu pai trabalhar pro meu ou a diferença social entre nós não altera absolutamente nada que eu sinto por você. Eu amo você e nada nem ninguém vai conseguir mudar isso - a beijo e me afasto.
Tenho que ir ao mercado comprar algo, não sei por quanto ela vai ficar e aqui não tem nada para que ela se alimente. Preciso também comprar pra ela um celular já que fui responsável pelo que aconteceu com o dela e preciso acima de tudo respirar. Essa conversa me deixou perturbado e por um momento pensei que ela pudesse querer se afastar de mim, não suportaria isso, não a essa altura.
Pego meu carro e vou para o centro da cidade. O chalé era afastado de praticamente tudo, não sei nem como lá podia pegar Internet já que parecia o fim do mundo.
Passo primeiro no shopping e compro o celular, ela vai odiar eu ter feito isso, mas precisamos manter contato quando estivermos longe.
Termino de pagar o aparelho e passo no mercado. Compro tudo que eu acho que ela gosta. Guardo tudo no carro e ouço meu celular chamar, desbloqueio a tela e vejo o nome da minha mãe.
"Oi mãe"
"Onde você está?"
"Comprando algumas coisas, por que?"
"Está com a Katarina? Você passou a noite fora"
"Ah, não. Na verdade não estou com ela."
"Hmm"
"Mãe, depois a gente se fala ok?"
"Não vai me dizer aonde você está?"
"Vou pra casa mais tarde, beijo"
Desligo o telefone antes mesmo que ela comece a me encher de perguntas. Agora com certeza não é o momento ideal para que ela apareça e mágoa ainda mais a minha menina.
Volto para o chalé, pego todas as sacolas do carro e entro com um pouco de dificuldade. Comprei muita coisa e me recuso a fazer duas viagens.
Entro, e coloco tudo em cima da mesa que fica na cozinha. Chamo por Alana mas não obtenho resposta. Meu coração começa a acelerar "Será que ela foi embora? Não, não teria como ela ir sem que alguém viesse buscar ela, ou teria?"
Ando por todos os cômodos e não a encontro, o único lugar que não fui, foi ao banheiro de cima, decido subir até lá já que a minha última opção.
Quando me aproximo ouço o barulho do chuveiro.
- Alana? - abro a porta lentamente.
- Oi? - ela se cobre assustada.
Ela está totalmente nua, seus cabelos molhados estão pra frente cobrindo seus seios. Ela é tão linda que até parece uma obra de arte.
Sinto minha calça ficar mais apertada e não me controlo quando passo a mão em meu pau e mordo meus lábios. Não consigo parar de olhar pra ela, é como se estivesse em outra dimensão onde a deusa suprema é essa mulher que está a minha frente.
- Você pode sair por favor - ela parece nervosa.
- Ah, ok. Desculpa - Eu volto do meu transe - mas eu já vi tudo aí você se lembra né?
- KALEL? - ela grita - privacidade, é o que eu preciso agora.
- Tá, Tá. Dá próxima vez, toma banho no banheiro do meu quarto - digo e saio do banheiro.
Desço as escadas ainda impactado com aquela imagem que acabei de ver. Como pode ser tão linda, delicada, grosseira e gostosa daquele jeito? Essa mulher com certeza tira todo o meu juízo.

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MEU EU EM VOCÊ
RomanceAlana é uma menina do interior que acaba de se formar no ensino médio e logo vai começar a faculdade, pra isso ela e seu pai precisam se mudar para uma nova cidade com novos amigos e desafios. O que ela não imaginava é que nesse novo colégio ela enc...