Alana é uma menina do interior que acaba de se formar no ensino médio e logo vai começar a faculdade, pra isso ela e seu pai precisam se mudar para uma nova cidade com novos amigos e desafios. O que ela não imaginava é que nesse novo colégio ela enc...
Abro a porta da sala delicadamente com medo de que meu pai esteja em casa. Não sei porque já que a esse horário ele está trabalhando mas a minha paranoia de que ele saiba que não fui as últimas aulas hoje falam mais forte. Subo pro meu quarto, coloco minha mochila ao lado da cama, tiro meu tênis e pego meu celular. Mando mensagem pra Jéssica mas não tenho resposta. Queria tanto dizer a ela tudo o que estava acontecendo, não tinha mais ninguém além dela e do Kalel. Resolvo então pegar o presente que Kalel me deu e fico admirando aquele pequeno bilhete de desculpas. Passar o dia com ele foi perfeito. O lugar, a vista, as conversas.. Me deito na cama abraçando o bilhete e o livro e acabo adormecendo. *** Algumas horas depois acordo com o barulho da porta se fechando e pego meu celular para conferir a hora. - Meu Deus já são quase oito da noite e eu não fiz nada - digo a mim mesma. Me levanto pego meu caderno e começo a colocar as atividades em dia. Poderia terminar aquele trabalho, mas agora falta tão pouco e quero ter a presença de Kalel comigo, não sei o que vem depois, então prefiro aproveitar nosso momento. - Alana ? - meu pai bate na porta - Posso entrar? - Pode sim. - Passei pra ver como você está - meu pai entra no quarto. - Estou bem. - Tem muito dever pra fazer hoje ? - Um pouco - faço uma careta. - Pensei que pudéssemos ir ao cinema ou jantar fora hoje. O que você acha? - Cadê o meu pai e o que você fez com ele? - o encaro. - Qual é, não fazemos isso desde os seus treze anos - ele se senta a beira de minha cama. - Exatamente e você nem gosta muito de cinema. - Eu amo ir ao cinema - ele sorri. - O quê dizer da última vez que fomos e você nos fez sair na metade do filme porque descobriu que ele tinha quase duas horas de duração ein? - Aquele filme era chato, não dava pra ver duas horas. - Claro que era - dou uma gargalhada. - Então, vamos ou não? - O jantar eu aceito. - Ótimo - ele se levanta e caminha em direção a porta - vou tomar um banho. - Vou logo depois de você. - Ah, eu chamei o Pedro. Você se importa? - Pensei que fosse só nós dois. - Se você quiser posso retirar o convite. - Não, tá tudo bem. - Certo. Ele saí do quarto e dou continuidade a minhas atividades. Meu celular vibra e o nome de Kalel aparece na tela. Meu coração acelera e dou um pulo da cama. - O..oi? - Começo a andar de um lado para o outro. - Pensei que não fosse me atender - o grave da sua voz fazia minha respiração ficar totalmente descompensada. - Por que eu não atenderia você? - Não sei, talvez não tenha me perdoado ainda. - Calma, estou trabalhando nisso - abro um sorriso. - Espero que sim. - Então.. por que me ligou? - Queria ouvir sua voz. - Ah - é só o que consigo responder. Meu cérebro não está funcionando direito. Ele disse mesmo que ligou pra ouvir minha voz? - Como foi o seu dia? - Bom eu acho. Dormi a tarde toda. - Então você é dorminhoca? - Não! - me apresso em responder - acho que nossa manhã foi cansativa de mais - quase sussurro. - Verdade. Também estou bem cansado. - Como foi no trabalho? - Cansativo. Tomei um banho dei uma relaxada me sinto melhor. - Que bom. - Queria poder ver você. - Vai ver, amanhã - me sento no chão. - Agora quero dizer. Permaneço em silêncio digerindo o que ele acabou de dizer. - Alana? Está por aí ainda? - Sim, estou!
- Alana minha filha, vá se arrumar logo se não vai ficar muito tarde - meu grita do corredor. - Tá bom pai, já vou!
- Desculpa, era meu pai me chamando. - Você vai sair com ele? - Ah sim, vamos jantar fora. - Programa de pai e filha. - Não exatamente - me arrependo de dizer aquilo. - Vai mais alguém com vocês? - Um amigo, nada de mais - bato com a palma da mão em minha testa. - Um amigo seu ou dele? - Você é bem curioso - dou uma leve risada. - Tá. Entendi. Vou desligar agora - ele responde de forma seca. - A gente pode conversar mais um pouco. - Não quero atrapalhar, também tenho algumas coisas pra fazer por aqui. - Tá bom. - Até amanhã.
Antes que eu possa responder ele já havia desligado. Solto um suspiro de decepção comigo mesma por ter a língua maior que a boca e me levanto para tomar banho. Quando volto, visto uma camisa branca mais coladinha e uma saia preta jeans cintura alta que deixa minhas pernas a mostra. Ajeito a blusa por dentro da saia, visto minha jaqueta de couro e calço meus coturnos. Jogo meus cabelos de lado e faço uma maquiagem mais leve. Me olho no espelho conferindo o look e gosto do que vejo. - Uau, você está linda - meu pai aparece na porta trajando uma calça jeans, uma camisa preta e sua jaqueta. - Você também não está nada mau - abro um sorriso. - Pronta? Pego meu celular em cima da cama - Sim. Eu o sigo até o carro e logo chegamos ao restaurante. Pedro está sentado em uma mesa ao lado de uma enorme janela. Ele está tão lindo, usando uma calça jeans preta e uma blusa jeans de manga comprida que deixa seus músculos mais evidentes, aliás, quando é que ele ficou tão forte assim?
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- Olá - ele se levanta para nos receber - Marco? - ele estende a mão e cumprimenta meu pai - Alana, você está linda. - Obrigada - abro um sorriso sem graça. Conversamos a noite toda. Pedro continuava a mesma pessoa agradável de tempos atrás. Meu pai e ele sempre se deram muito bem e eu gostava disso. - Bom, acho que já podemos ir - meu pai confere a hora no relógio. Pedro chama o garçom junto com meu pai eles racham a conta. Nos levantamos e saímos do restaurante. - Preciso ir ao banheiro - meu pai anuncia - volto já - ele se afasta. - Como você consegue ficar cada vez mais linda? - Pedro se aproxima. - Impressão sua - me afasto batendo o quadril no carro. - Sinto sua falta - ele apoia uma de suas mãos no carro me encurralando. - Pedro.. - Eu o alerto. - Só queria que você soubesse. Não sentiu a minha? - Por um tempo sim, mas depois me acostumei. - Então isso significa? - Significa que eu segui a minha vida e você a sua. - Mas agora estamos aqui - ele se aproxima. - Acho melhor não começarmos com isso - eu o encaro. - Tudo bem - ele se afasta e sinto toda tensão ir embora quando o vento bate em meu rosto e meu pai aparece. - Agora sim podemos ir - meu pai abre o carro - mande lembranças aos seus pais por mim Pedro - meu pai acena e entra no carro. Eu o acompanho e logo saímos.