Este capítulo contem relatos de violência sexual.
Se pra você é algum tipo de gatilho sugiro que não leia.Minha cabeça está rodando.
Abro os olhos mas não consigo mantê-los aberto.
Meu corpo está pesado, quero me levantar mas não consigo.
Sinto o vômito subindo rapidamente pela minha garganta mas consigo engolir de volta soltando o ar que prendi ao engolir o líquido. Me sinto mal mas não consigo reagir então decido me entregar ao sono novamente.
Algum tempo depois não sei quanto tempo ao certo, me sinto desorientada. O quarto está escuro e tento pegar meu celular passando a mão ao lado do meu corpo mas não o encontro.
Ouço um barulho de chaves, "estão abrindo a porta? Quem?"
- Kalel?
Minha voz saí fraca quase inaudível mas ninguém responde me viro de lado tentando descer da cama, mas sem sucesso.
- Jô?
Consigo firmar um pouco mais a voz mas ninguém responde. Ouço a porta se fechar e sinto o pânico tomar conta de mim. Tento me mover, ainda me sinto muito pesada mas consigo colocar as pernas pra fora da cama e me sento ficando encostada na cabeceira.
Ouço passos pesados e sei que estão vindo na direção do quarto, tento novamente pegar meu celular. O encontro na escrivaninha ao lado da cama.
Quando clico na tela afim de desbloquear alguém o toma da minha mão com violência e meu coração se acelera.
- Quem.. quem é você? Tá fazendo o que aqui? - não consigo enxergar.
- Shhh - se aproxima - se você for uma boa garota prometo ser gentil.
- Essa voz - meu corpo estremece - O que você está fazendo aqui?
- Sabe, eu estou te observando desde que se mudou pra cá. Você é linda de mais - ele se debruça sobre mim encostando seus lábios na minha têmpora e eu me arrepio.
- Por favor vai embora - eu imploro.
- Não sem antes provar esse seu corpo - ele cochicha em meu ouvido e passa a mão pela minha coxa subindo meu vestido.
- Não! - eu grito e tento retirar sua mão - por que tá fazendo isso Humberto?
- Cala a boca - ele grita e levanta meu vestido de uma só vez.
- Não - eu choramingo e tento novamente afasta-lo.
- Já mandei você calar a boca - ele diz de forma ríspida, leva a mão até minha calcinha e encosta seus lábios nos meus.
Eu seguro suas mãos com toda força que acho que tenho e mordo seus lábios fazendo com que ele se afaste de mim xingando algo que não consigo entender. Aproveito essa deicha e vou correndo em direção ao banheiro mas ele é mais rápido e me puxa pra trás pelos cabelos.
- Sua vadia - ele me joga no pequeno sofá próximo da cama e da um tapa em minha cara - você acha que não ouvi você e seu namoradinho? Eu sei que você gosta, não precisa se fazer de difícil, não pra mim.
Preciso correr, gritar mas estou paralisada, não consigo me mexer.
- Acha mesmo que deixei você se mudar pra cá sem dar uma entrada por pura solidariedade? - ele da uma gargalhada sinistra - foi só pra ter o prazer de poder fazer isso que pretendendo fazer agora - ele passa a mão por meus seios - só demorou por quê aquele seu namoradinho passava todas as noites aqui com você, mas hoje eu vi quando uma outra garota te trouxe e depois foi embora - ele beija meu pescoço - ali eu vi que era minha melhor oportunidade.
- Por favor me deixa em paz eu vou embora agora - as lágrimas escorrem descontroladamente por meu rosto - prometo que não conto isso a ninguém mas me deixa ir...
- Não sem antes fazer o que pretendo fazer - ele rasga meu vestido na altura dos seios deixando meu sutiã exposto.
- Não! - eu grito e enfim começo a me debater tentando empurrar ele pra longe.
- Você vai mesmo ficar esperniando feito criança? - ele segura meus ombros com força.
Analiso tudo ao meu redor me esforçando o máximo que posso para enxergar já que está tudo escuro e então me lembro que ao lado do sofá tem um abajur. Cuidadosamente estico o braço e consigo pegá-lo. O atiro contra a cabeça do meu agressor que leva a mão até o local do impacto e se afasta cambaleando.
Me levanto novamente e corro pra porta para tentar abri-la mas esta trancada, óbvio que estaria. Tento novamente correr para o banheiro mas antes que eu consiga entrar ele me empurra e bato forte com a cabeça contra a parede e em seguida deslizo pela mesma e vou direto ao chão. Passo a mão no local da batida e sinto que está molhado. Levo os dedos a altura dos meus olhos e percebo que estão cheios de sangue.
Ele se aproxima da porta da sala e ascende a luz - Eu vou matar você - ele ameaça e eu me arrasto para o banheiro tentando fechar a porta quando ele trava com o pé - não sei por que tá resistindo? Você meio que está sem saída - ele diz de forma sarcástica.
Pego tudo que encontro pela frente e atiro contra seu corpo na esperança de que ele me deixe em paz mas nada acontece. Me encolho no canto do box recolho os joelhos até a altura do peito e fecho os olhos pensando em Kalel e em todos os momentos que vivemos juntos. Não queria ter brigado com ele muito menos estar sem ele agora.
Queria poder dizer que o amo pela última vez e que foi ele quem me fez a mulher mais feliz desse mundo, mas ao que tudo indica não vou conseguir fazer isso.
As lágrimas descem por meu rosto molhando meus joelhos enquanto tento me tampar usando as mãos já que a toalha que estava ali ele arrancou com violência.
Novamente ele se aproxima e acaricia meu rosto de forma doentia, sinto o vômito subir pela minha garganta novamente e o solto sobre seu corpo.
- Puta que pariu - ele grita e se afasta.
Permaneço imóvel no meu canto toda suja e com a roupa rasgada enquanto ele se limpa. Ainda tenho esperança de que alguém vai ouvir e vai entrar aqui pra me salvar. Nunca me imaginei nessa situação, já li e ouvi relatos mas nunca imaginei que eu seria tão ingênua a ponto de cair numa armadilha como essa. Me sinto culpada, se não tivesse chegado tão bêbada ou se não tivesse brigado com o Kalel ... e por que ele não veio atrás de mim? Ele deveria ter vindo atrás de mim.
Meu choro se intensifica e o meu agressor se próxima novamente dessa vez me pegando pelo pescoço e me levantando de uma só vez.
- Eu não consigo respirar - minha voz quase não saí.
- Que bom, porque eu vou matar você agora e depois comer você sua vadia.
- Por favor - eu imploro já quase sem voz enquanto tento retirar suas mãos do meu pescoço.
- Chega a ser excitante a forma como você implora pra que eu pare - ela da uma gargalhada - mas você sabe que não vou parar - ele me encara.
Minhas visão está escurecendo e meu corpo está ficando mole novamente.
Não tenho mais forças pra lutar..

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MEU EU EM VOCÊ
RomanceAlana é uma menina do interior que acaba de se formar no ensino médio e logo vai começar a faculdade, pra isso ela e seu pai precisam se mudar para uma nova cidade com novos amigos e desafios. O que ela não imaginava é que nesse novo colégio ela enc...