Um Amor de Best Seller

1~ O que mais poderia dar errado?

Demet

Certo, hoje eu faria um teste para uma serie em Istambul. Eu sei, eu sei... Nem eu acredito! Confesso que dormi por poucas horas, minha mente trabalhando em milhares de possibilidades. Mas não se empoluguem muito não, o teste era mais uma vez, como figurante. Ada era uma amiga da minha professora de cenografia, ela veio a algumas semanas solicitar os estudades com melhores desempenho para participar dos testes para figurantes da nova série jovem de Estevan Russell. Claro que eu pirei com a oportunidade. Foram passados alguns roteiros e tivemos a oportunidade de escolher o que gostariamos de atuar entre pessoas aleatorias que ficavam transitando pelos sets de filmagem e colegas das colegas da personagem principal. Claro que prefiri as colegas das colegas, pelo menos eu falaria algumas frases. Não tinhamos muitas informações sobre a nova serie, apenas que estava sendo dirigida pelo Diretor maravilhoso, Russell e que a roteirista era a autora de um best seller adolescente que fez muito sucesso em varios países, nada mais, para não correr o risco de vazar alguma informação importante.
E lá estava eu, as 6:00 da manhã com os olhos abertos, me programando para o dia, me levantei, fui tomar o banho das Deusas para tentar parecer um pouquinho melhor na frente das concorrentes. Não tomei café, pois quando estava ansiosa ou nervosa nada descia.
Enquanto eu revisava minhas 4 estrofes de fala, minha irmã Derya apareceu, toda descabelada com suas pantufas cor de rosa. Me deu um beijo estalado e se sentou a mesa, para tomar café da manhã.

- Será que vão ter muitos gatinho nesse teste? Me leva com você, Demet! Por favor! - Disse Derya, enquanto colocava açucar em seu chá.
- Você sabe que sou profissional, Derya. Não levaria minha irmã adolescente, recém saída das fraldas, para atazanar o juizo dos outros atores.

Derya me encarou carrancuda. Ela é uma adolescente de 15 anos, com os hormônio a todo vamor. Colecionava Posters e revistas de vários atores e cantores. A febre do momento era um tal de Can Yaman. Eu sabia algumas coisas sobre ele de tanto que Derya falava: Como ele era lindo, carismático, corpor atlético e essas coisas. Confesso que dei uma olhadinha, porque não sou de ferro, o homem era um armário de alto, tinha cabelos na altura do ombro e barba na maioria das fotos que Derya tinha dele e realmente era bonito e também sabia o que os tabloides vez ou outra publicavam dele. Que tinha abandonado sua noiva, sem maiores explicações no ano passado. Essa semana Derya não parava de falar sobre uma polemica que o tal ator parecia ter se metido. Segundo minha irmã ele era perseguido pela mídia, segundos os tabloides, o galã estaria enfrentando problemas com suas antigas colegas de trabalho. Diziam nas materias, que ele havia se revelado um lobo em pele de cordeiro, pois um ator discreto como ele parecia ser, logo se mostrou um cafageste mulherengo que não deixava passar uma atriz protagonista de fora.
Eu pessoalmente acredito que a química é importante entre os atores principais. Nunca tive a oportunidade de ter esse tipo de cena em que os atores realmente parecem estar se relacionando na vida real.
Sempre busquei a perfeição em meus pequeno e modestos trabalhos, e sei que meu profissionalismo não faltaria para essas situações em que os atores precisam estar interligados. Eu sentia uma leve tontura quando pensava que em algum momento eu precisaria fazer uma cena de beijo e algo do tipo.
Claro que no auge dos meu 21 anos eu já tinha beijado alguns rapazes enquanto estava no colégio e na faculdade.
Voltando a mesa do café da manhã, onde eu guardava o roteiro, Derya não parava de tagarelar.

- Demet, você é uma chata! Eu nunca te peço nada.

Eu olhei para aquela carinha ensaiada de inoscente dela e espreitei os olhos.

- Aham Derya, quem não te conheçe que te compre.

Minha mãe apareceu descendo as escadas da sala, indo em direção a cozinha correndo como se tivesse perdido o último onibus da noite.

- DEMET, NÃO ESQUEÇA DE NOS DAR NOTÍCIAS ASSIM QUE ACABAR O TESTE! - Gritou enquanto chegava a mesa e me enchia de beijos. - Seu pai já foi para a loja, mas esta colado ao celular aguardando a mensagem de que nossa filha sera a proxima atriz de Hollywood!

Eu ri da brincadeira e a abracei. Eles sabiam e apoiavam meu sonho em hollywood. Pedi sua bênção e sai de casa para o ponto de ônibus que para o meu azar estava entupido de gente, e para o meu desespero parei atrás de um jovem que fedia a gambá. Serio, tinha gente que já acordava fedendo, não é possível. Não conhecem um desodorante... Um perfuminho... E quando eu finalmente encontrei um lugar para sentar, o onibus para. Todos olhamos para a frente do onibus, ao que parece, um carro tinha batido nele. Que ótimo, todos teriamos que descer e aguardar um proximo ónibus. Que maravilha. O sol começava a despontar e algumas gotas de suor apareceram na minha testa. Ainda bem que eu estava bem adiantada. Era típico aquelas coisas acontecerem comigo.
O proximo ónibus finalmente chegou e consegui entrar entalada.
Aos trancos e barrancos parei em frente ao hotel em que seriam feitos os testes. A fila estava gigante, eu imaginava que estaria cheio, mas não imaginava o quanto. Os testes estavam marcados para as 11:00 como desesperada e atrasada que eu era, sabia que o risco de me atrasar era grande, então cheguei as 10:30, assim eu não me atrasaria nem ficaria no final da fila.
Enquanto eu me encaminhava para o fim da fila, uma garota passou apressada pelas pessoas e em um súbito de desequilíbrio derramou seu cafe expresso em cima de mim. Eu olhei para a minhas roupas, olhei para a garota que tinha me encharcado de cafeína e não sabia se chorava, se arrancava os cabelos dela, ou se corria pro próximo onibus de volta pra casa.
A garota ficou chocada e começou a passar os guardanapos que tinha nas mãos, em minhas roupas.

- MEU DEUS! ME PERDOA! EU NÃO ACREDITO QUE DERRAMEU O CAFÉ DELE EM VOCÊ!

Eu arranquei os guardanapos das mãos tremulas e tentei me limpar. Obviu que ficou uma grande merda. As pessoas na fila me olhavam com cara de dó, outras riam e cochicavam. Idiotas.

- COMO EU VOU FAZER O TESTE TODA CAGADA DE CAFÉ?!
- VEM COMIGO!

Ela começou a me puxar pelas mãos para dentro do hotel. Eu sem entender nada, sendo carregada pelo pequeno trator que era a garota.

- Vem, aqui no camarim pode ser que tenha algo que te sirva.

Eu olhei para a garota, um dos meus olhos tremendo de ódio, suspirei. Não acredito que foi acontecer logo comigo! Tinha dezenas de pessoas na fila, e a garota tinha que derramar o café em mim?
Eu começei a gemer em desespero, e me sentei na poltrona, imaginando se alguma dequelas camisetas masculinas serviriam para mim.
A garota alta e magra se virou com uma camiseta enorme, mas com alguns adereços bem estilosos.
Eu olhei pra ela, no ápice do meu ódio e disse:

- Nossa, acho que vai servir certinho! Olha, nem sei como agradecer. Vai ficar ótimo!

Ela deu um sorriso maroto, e me entregou a camisa.

- Eu sei, meu chefe sempre fala que eu sou ótima no meu trabalho.

Acho que ela não entendeu meu tom irônico.

Notas da autora: Gente, sou escritora iniciante. Ja escrevi algumas coisas mas nunca tive coragem de publicar. Vocês iram encontrar algum erro de digitação, pois os textos não estão revisados ainda. Agradeço quem embarcar nessa aventura e peço que tenham paciência comigo rsrsrs. Boa leitura!