47 ~ Milhares de pecaçinhos

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Demet

O carro caiu em um procundo silêncio.
Estavamos a 20 minutos da minha casa, ele não ligou o som do carro como sempre fazia ao entrar.
Eu tive medo de dizer mais alguma coisa, e tudo que vivemos nesses últimos dias sumir. Especificamente a última noite.
Era verdade, eu não me arrependi de me entregar a ele, e eu posso estar bem maluca, mas enquando estavamos perdidos um no outro, eu senti que estavamos na mesma sintonia.
Eu estava apaixonada... Por que negar?
O medo que me pegou ao pensar que tudo entre nós poderia acabar, me fez entender.
Eu estava irrevogavelmente apaixonada.
Can então fez um retorno diferente com o carro, íamos para outra direção.

- Eu acho que minha casa não é por aqui.

Falei, sentindo minha voz sair estranha. Será que o desespero estava tão obviu assim?

- Eu sei. Estamos indo para a minha.

Sorri sem realmente achar graça.

- Ou você vai me convidar para um chá, e conversaremos na frente da sua mãe?

Ele me olhou de lado, o sorriso brincalhão estava de volta. Talvez ficassemos bem no final das contas.

- Tenho certeza que ela e Derya iriam adorar.

Can sorriu, e então naqueles segundos eu me perdi no seu sorriso. Eu esqueci de como parar de encarar ele.

- O que foi? Tem algo no meu rosto? - O sorriso ficou ainda maior.

Tentei controlar o meu sorriso. Eu queria parecer brava. Eu estava brava, não estava? Mas que droga, Yaman... A raiva tinha passado.

- Tem sim: seu grande egocentrismo. - Desviei os olhos para a estrada, ao lado da minha janela.
- Vou fingir então que você não estava me comendo com os olhos, se isso te deixa mais a vontade.

Revirei os olhos, o sorriso escapando dos meus lábios.
Depois de entrarmos no enorme condominio, Can finalmente estacinou em frente a sua mansão. Por que aquilo jamais seria somente uma simples casa.
As lembranças do nosso primeiro beijo no corredor me pegou em cheio. Destravei o cinto e desci do carro, junto com ele.
A mansão estava exatamente como eu me lembrava, extremamente organizada, no estilo minimalista. Muito branco e marrom e quadros que pareciam caros eram distribuídos por ela.
Acompanhei Can até a área da piscina. Ele me pediu para sentar e perguntou se queria acompanhá-lo com a bebida.

- Preciso estar sobrea para o que vamos discutir.
- O que foi? Tem medo de não ser firme nas suas convicções? - Ele piscou para mim e se retirou para dentro da casa.

Alguns minutos depois, Can voltou com um copo de Whisky e outro com algo que parecia suco.

- Para minha convidada, algo totalmente desprovido de álcool. Não queremos ninguém me agarrando desta vez.

Ele segurou o riso, enquanto eu pegava o copo em suas mãos. Meus olhos se estreitaram.

- Com certeza não queremos.- Eu disse.

Can se sentou ao meu lado, como sempre próximo demais.

- Você me perguntou o estamos fazendo... Eu tenho alguns adjetivos para o que fizemos ontem e com certeza, não eram coisas que colegas fazem. - Disparou Can.

Tomei um pouco do suco de laranja e continuei encarando o copo. Eu precisa dizer, ou perderia a coragem. Talvez eu devesse aceitar o whisky agora.

- Não foi o que você disse à Gülliz.
- Demet... A Gülliz é minha assistente. O que você queria que eu dissesse? Ah sim, Gülliz, ela passou a noite na minha cama?

Soltei a respiração que eu prendia sem perceber.

- Eu posso ter comentado com ela a alguns dias atras, o que tem acontecido entre nós dois...

Can bebeu um pouco do whisky e continuou me encarando.

- Para você, o quê esta acontecendo entre nós dois?

Pensei sobre a pergunta, era agora. Eu precisava dizer que estava apaixonada. Que eu queria ele para mim, e que talvez... Só talvez ele pudesse me amar também.

- Eu vou te dizer o que eu penso que esta acontecendo: Dois adultos atraídos um pelo outro, disfrutando do momento.

Parei o caminho que o copo de suco fazia até minha boca. Eu era isso para ele: eu era somente isso para ele?

- Eu gosto de você Demet, e eu estaria mentindo se eu dissesse que eu não penso em você quando acordo e que você tem sido o ultimo pensamento do meu dia...

Meu pobre coração perdeu uma batida.

- ...Mas, eu já tive experiências o suficiente para saber que as coisas vão desandar.

Can deixou o copo em frente a mesa de centro e se virou de frente para mim. Eu nem saberia dizer como estava meu rosto. Eu queria rir de alegria por dominar seus pensamentos, e chorar de tristeza por ele pensar que esses pensamentos eram passageiros.

- Quando você foi até minha porta ontem, e decidiu que queria passar a noite comigo... Eu achei que seria uma oportunidade para entender essa atração entre nós dois. Antes de qualquer coisa, eu não quero te magoar. Me perdoe se eu dei a entender que seriamos algo a mais... Eu não estou aberto para um relacionamento.

Concordei com a cabeça, sabendo com total certeza que minha cara agora seria: A cara da derrota. Eu queria mudar o pensamento dele, mas até que ponto isso seria me humilhar? Eu jamais me humilharia.

- Eu entendi, Can e está tudo bem.

Me levantei, deixando o copo ainda cheio ao lado do seu copo de whisky.
Ele respirou fundo, parecendo cansado.
Fui saindo da aera da piscina indo em direção a saída da mansão, ele veio atrás.

- Onde você vai? Ei! Eu disse que te levaria para casa.
- Não se incomode. Eu vou passar em outro lugar antes, então não precisa me levar para casa.

Ele parou na minha frente, me fazendo encará-lo.

- Por que eu estou com a sensação de que não esta tudo bem?
- Imagina! Esta tudo ótimo. Aliás, obrigada pela noite de ontem, foi bem proveitosa.

Ele estreitou os olhos, confuso.

- Proceitosa? - Seus lábios fizeram um bico de desaprovação. - Que bom que gostou.
- Sim... Agora pode me dar licença?

Meio a contra gosto ele me deu passagem. Abri e fechei a porta o mais rápido que pude.
Enquanto eu pedia um taxi, próximo a saída do condominio as lágrimas ameaçavam cair.
Meu coração tinha escolhido alguém que o partiu em milhares de pedacinhos.

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