9 ~ Eu teria um longo caminho pela frente

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Sanem

E lá estava eu, dando entrevistas e tirando fotos e mais fotos com o elenco da Série. Tudo estava acontecendo tão rapido, que eu sempre me pegava pensando se eu não estava sonhando. Depois de explicar algumas dezenas de vezes sobre minhas curtas experiências em series e outros trabalhos do meio, finalmente consegui encontrar Guliz. Ela estava no bar do salão, sentada em um dos bancos e conversando com o Bartender.
Ao me aproximar, o homem bonito e jovem me perguntou o que eu gostaria de beber, acompanhei Guliz no champanhe, eu já tinha tomado três taças, então essa seria a última. O álcool e eu não nos davamos muito bem. Eu costumava fazer coisas vergonhosas e depois esquecer. O Bartender me serviu e depois foi servir outras pessoas.

- Ora, ora, ora... Se não é minha nova atriz preferida? - Guliz brindou seu copo no meu.

Fiz um cumprimento de cabeça enquanto brindava com ela.

- O Can não pode sonhar que eu te apresentei para Samantha. Estou aqui hoje como convidada, então estou dando um perdido nele. Mas sei que amanhã não poderei escapar de sua irá. - Ela deu um sorrisinho cumplice para mim.
- Não sei como você consegue trabalhar para ele, Guliz. Você deve ser um ser muito iluminado mesmo. - Tomei um pequeno gole do champanhe.
- Bom, o senhor Can tem esse jeito todo sombrio, mas ele tem um coração muito bom. Eu sou atrapalhada e nem um pouco pontual, não sei porque ele ainda não me demitiu. - Rimos juntas.
- Bom, se ele te demitir, quem sabe você não pode trabalhar comigo? Afinal, vou precisar de alguém para me auxiliar.

Guliz arregalou os olhos para algo atrás de mim. Isso estava se tornando um hábito. Não me surpreendi quando me virei e encontrei órbitas escuras me fuzilando novamente. Can estava ao meu lado no balcão do Bar e sua cara era de poucos amigos.

- Vejo que agora também quer roubar minha assistente. Você joga pesado. - Ele estreitou os olhos e me encarou fixamente.

Tomei mais um gole. Dessa vez um pouco maior.

- Se você bobear, vai perder mesmo.
- Eu ainda estou tentando entender como você conseguiu o papel principal. E como isso tem a ver com a minha assistente.

Guliz se engasgou com a bebida, pigarreou e chamou o bartender.

- O que você tem ai de mais forte? - O bartender riu, e mostrou uma garrafa de tequila. - Pode servir 2 doses.

Me virei para o Bartender.

- Vou querer também. Desce mais duas. - Voltei a encarar o senhor todo poderoso Can Yaman. - Nos acompanhar na tequila, ou vai continuar enchendo o saco?

Com um meio sorriso, ele começou a se levantar do banco do bar, quando achei que iria nos dar paz, ele parou a alguns centímetros do meu ouvido e sussurrou para que somente eu escutasse, causando algo em minha espinha que eu não soube o que era.

- Espero que você seja tão boa atriz, como é marrenta. Mas não se empolgue demais, ja vi algumas carreiras acabarem antes mesmo de começar.

Não tive tempo de responder, ele foi embora tão rápido quanto chegou. Guliz virou uma dose de tequila e me empurrou o outro na hora em que Samantha se aproximou.

- Não acredito que vão beber tequila e não me chamaram! - Se sentou ao lado de Guliz.
- Diga isso para Guliz, ela também já começou sem mim.

Cada uma pegou uma dose e virou.

- Meninas, preciso ir. Minha familia está me esperando, deixei para contar as novidades pessoalmente.
- Mas nem começamos a ficar alegrinhas ainda! - Guliz piscou para o Bartender, que deu um sorrisinho em resposta.
- Acho que você já esta alegrinha, Guliz - Samantha disse.

Beijei o rosto das duas e me dirigi até a saída do salão. Ja passavam das 23:30, além de não poder pegar um onibus pelo horario, não sei se conseguiria entrar nele com essa roupa e com esse salto. Eu cairia na primeira freiada. Parei na entrada do hotel, peguei meu celular na bolsa. A bateria estava no fim. Talvez desse tempo de chamar algum taxi. Assim que entrei no aplicativo a tela apagou.

- Não acredito!

Já pensando que teria de pedir para a recepcionista do hotel para que chamasse um taxi para mim, me viro para entrar novamente no hotel e adivinhem quem estava na recepção? Sim, o insuperável Yaman. Ele se virou para me encarar ao me aproximar.

- Estou começando a pensar se de repente você não é uma fã maluca, que tenta me seguir em todos os lugares.
- Eu gosto de te encontrar tanto quanto você gosta de me ver. - abri um sorrisinho de deboche. - Olha para minha cara e veja se pareço uma dessas adolescentes malucas?

Ele me encarou e sorriu, com uma covinha na buchecha. Desviei meus olhos para os seus, me perguntando porque reparei no sorriso dele. Ele se aproximou de mim, e passou os dentes pelo labio inferior rapidamente.

- Com certeza você não parece uma adolescente. Mas uma maluca? Com certeza. - O idiota olhou para a recepcionista e agradeceu por algo, enquanto saia do hotel.

Ele achava que ia me chamar de maluca e ficar por isso mesmo. Aaah mas não iria mesmo. Caminhei atrás dele, enquanto um carro preto e elegante parava em sua frente.

- Engraçado, eu não me lembro de ter pedido sua análise sobre minha sanidade mental.

Can entrou no carro e com a porta ainda aberta disse:

- Acho melhor entrar no carro. Atras de você tem dezenas de jornalistas, se não entrar, além de maluca, será a nova manchete mentirosa deles.

Olhei para trás e vi saindo do hotel vários jornalistas, flash por todos os lados. Eles me cercaram a noite inteira, com a ajuda de Samantha respondi as perguntas relacionadas ao projeto, mas agora sem a ajuda dela, eu teria problemas em lidar com eles. Pensei o que seria pior: Suportar estar no mesmo carro que o Can ou ser bombardeada por jornalistas ferozes.
A contra gosto, entrei no carro ao lado de Can, enquanto o carro arrancava em velocidade.

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