29 ~ Um sentimento que eu ainda não sabia o que era.

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Demet

As lágrimas ensoparam meu travesseiro. O sono tinha sumido, e depois do que Can falou, eu queria também sumir. Eu estava brava, magoada e envergonhada. Não necessariamente nessa ordem.
Eu sei que não devia ter mentido. Eu também sabia que não deveria me envolver com ele. O conquistador barato não pensou duas vezes em me beijar ontem, e hoje tinha me tratado como uma qualquer.
E era isso que seriamos uma para o outro: uma pessoa qualquer.
Chorei mais um pouco depois fui tomar um banho, desejando que a humilhação fosse embora junto com a água e peguei no sono por volta das 6:00 da manhã.
Mamãe não quis me acordar, mas Derya, como a adolescente irritante que era, foi até meu quarto lá pelas 9:00 querendo saber da festa. Meus olhos estavam vermelhos de chorar, mas eu não falaria sobre isso com Derya, que pensou que eu só tinha ressaca.

- Aí irmã, eu quase cai da cama quando ouvi a voz do Can! Aquela voz maravilhosa... - Disse Derya se deitando ao meu lado. - Aquele homem é perfeito! E já saiba que ele me deu carta branca para ir ao estúdio quando eu quisesse.

Ela sorria feito boba. Eu não teria como contar a ela que eu fui do paraíso ao inferno em tão poucas horas. Contei por cima sobre a festa e agradeci por me encobrir.
Logo depois mamãe entrou.

- A festa foi boa hein! Nem te vi chegar em casa. - Mamãe me beijou na cabeça e me abraçou. - Como foi a festa?

Desviei os olhos das duas e respondi enquanto me levantava e arrumava os lençóis da cama.

- Foi ótima! Toda a equipe estava lá. - Forcei um sorriso. - Bom, vou me arrumar para ir para o estúdio.
- Eu vou com você!
- Ah mais não vai mesmo!
- Tem certeza irmãnzinha? - Derya me olhou com uma falsa inocência.
- Tudo bem, sua chata! Se não estiver pronta em 30 minutos te deixo na porta.

Ela agradeceu, me enchendo de beijos e saiu correndo para se trocar. Mamãe achou graça da alegria exagerada de Derya.
Enquanto me arrumava para o segundo dia de gravação, pensei em como ficaria o clima entre Can e eu. Suspirei derrotada. Eu era uma idiota! Porque me deixei envolver por aquele cretino?
Uma hora depois, estavamos chegando ao estúdio. Derya ficava maravilhada a cada passo que dava. Apresentei alguns atores que já estavam no set, e a levei até o camarim central. Onde todos se maquiavam e davam os últimos retoques.
Assim que entramos no camarim, Derya já correu para os braços de Can. Ele ficou um pouco surpreso pelo abraço de supetão, mas devolveu o carinho na mesma intensidade.

- Mashallaaaaaaaah! Eu não acredito que você esta mesmo na minha frente! Nossa e como você é cheiroso.

Eu estava morta de vergonha. Não ousei sair de perto da porta.

- Você deve ser a Derya, certo?
- Allah, Allah! E você lembrou meu nome! Agora posso morrer feliz.

Can riu, se divertindo com minha irmã. Eles tiraram varias fotos, e Can autografou um poster que ela trouxe de casa.

- Obrigado mais uma vez por me ajudar ontem, viu? - Ele bateu a ponta do dedo delicadamente no nariz de Derya e piscou um dos olhos.

Ela se derreteu é claro. Eramos todas fracas. Que ódio.

- Imagina, sempre que quiser levar a Demet pra sair, pode contar com minha cobertura!

Eu tossi, me engasgando com a saliva. A equipe que estava ali por perto, fingiu normalizade e sorriram do comentário da minha futura falecida irmã.

- Vamos, Derya. O taxi já esta chegando para te deixar em casa.
- Nada de ir pra casa. Vou esfregar na cara das minhas amigas minhas fotos e o autógrafo!

Can foi muito carinhoso e atencioso com Derya. Nem parecia o homem grosseiro que me deixou enfurecida essa manhã.
Ela se despediu dele e da equipe.
Assim que deixei ela no taxi, voltei ao camarim. Repassei minhas falas, troquei de roupa e fui para a maquiagem.
Can estava lá, sentado em uma das poltronas, esperando a tatuagem de mentira do Albatroz ficar pronta pois ele faria algumas cenas individuais também.
Ele estava de olhos fechado e com a cabeça descansando, inclinada para trás.
Os bíceps bem trabalhados a mostra, já que a tatuagem do personagem era nessa parte do corpo.
Me sentei a contragosto ao seu lado. Eu já tinha cumprimentado a equipe, então só me sentei e aguardei a maquiagem ficar pronta.
Uma das maquiadoras comentou como minha irmã era engraçada então os olhos de Can se abriram apressadamente. Ele se ajeitou, e me olhou pelo espelho na nossa frente.
Seu olhar era igual ao de cachorro quando caí da mudança, sabe? Mas eu desviei o olhar e me concentrei na maquiadora.

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