32 ~ Minhas reações controversas.

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Can

Eu agi sem pensar.
Em um instante Demet me provocava insinuando uma relação com o acessor, e no segundo seguinte estavamos juntos atrás da porta.
A necessidade que eu vinha sentindo dela, nada parecia suprir.
Era egoísmo meu ter transado com Kristen ontem e estar puto de ciúmes de Demet hoje.
Eu sabia que me envolver com Demet me traria problemas e corações partidos, mas a razão parecia desaparecer quando ficávamos tão perto um do outro.
Só quem tinha voz era meu desejo... Por que era isso que eu sentia por ela, e somente isso. Desejo. Talvez, depois que eu finalmente a tivesse por inteira essa vontade finalmente fosse me deixar em paz.
Minha mão, que estava agarrada a sua cintura, agora a apertava com gana. A boca dela estava a centímetros de distância, o cheio de Demet dominou minha mente, e então eu a beijei. Sem pedir permissão, sem avisar.
Mas dessa vez, o beijo foi diferente. Havia ali a mesma necessidade da outra vez, mas o beijo foi devagar. Eu saboreei com cadência, puxei o lábio inferior com os dentes, suavemente. Um gemido baixo escapou dela e novamente ela estava entregue. Totalmente entregue. Suas pequenas e delicadas mãos se agarravam a minha camiseta, parecia que estava se segurando ali, para se manter de pé.
Tomei o cuidado de não a pressionar dessa vez, por mais absorto que eu estivesse, eu sabia que a qualquer momento alguém poderia bater a porta, mas isso não me impediu de causar mais arrepios na pele exposta entre o pescoço e o ombro. Desci os lábios para esse ponto delicado, e dei um chupão que eu sabia que deixaria marca. Um suspiro saiu de sua boca, quando ela pronunciou meu nome.

- Can... - Jogou a cabeça para trás, e suas mãos desceram pelas laterias dos meus braços. Suas unhas cracadas ali.
- Eu sei que ele não te deixou assim... - tracei um caminho de beijos de volta a sua boca, subindo do ombro ao pescoço. - Aposto que você está toda molhadinha...

E então alguém tentou abrir a porta. Como estavamos encostados nela, a pessoa bateu.

- Demet? É a Lali, desculpe a demora.

Era a maquiadora. Demet estava de olhos arregalados, as mãos ainda em meus braços. Congelamos, parados no mesmo lugar. Ela se segurando a mim, eu agarrado em sua cintura. Nossa respiração irregular.

- É... Só um momento Lali. Eu... Eu... - Sussurrei para ela dizer que estava trocando de roupa. - Eu estou trocando de roupa.
- Ah sim. Desculpe querida. Eu aguardo.

Nos separamos, devagar. Eu querendo ainda estar colado nela.

- Pede pra ela buscar alguma coisa, pra eu poder sair. - falei no ouvido dela.

Ela pensou por alguns instantes, com a cara de quem foi pega na traquinagem.

- Lali! É... Acontenceu uma emergência feminina. - Ela me olhou, segurando o sorriso. - E...e eu preciso de uma ajudinha... Você poderia buscar um absorvente?
- Ah minha querida, claro que sim. Espere um pouco que eu já volto.

Lali saiu, e suspiramos aliviados. Demet agora parecia envergonhada. Sorri para ela, pensando em como a danada era bonita. Saí com cuidado do camarim para que ninguém me visse.
Assim que virei o corredor, Lali e eu nos trombamos. A maquiadora, ficou surpresa em me ver. Me desculpei pelo esbarrão.

- Can, o diretor Russel esta a um tempo te procurando.
- Ah sim, eu estou indo agora, eu tentei entrar no camarim mas a Demet disse algo sobre emergência e sei lá o que. - Sorri, fingindo normalidade.
- É mesmo. Estou indo socorre-la. Assim que você puder entrar para fazermos a tatuagem eu te aviso.
- Esta bem.

Ela foi socorrer a "emergência" de Demet. Esses códigos femininos sempre me deixavam confuso.
Gülliz me encontrou, quando estava chegando a sala de reuniões, onde falavamos sobre as cenas, troca de idéias sobre como aprimorar a série e essas coisas.

- Chefe, eu estava te procurando. Seu acessor e o Senhor Aylan, seu irmão, marcaram um jantar, para falar sobre as próximas campanhas das agências comerciais.
- Eu estava... Por aqui mesmo. Acho que nos desencontrados. Pode confirmar o jantar. Assim que as gravações de hoje terminarem, iremos.
- Irei confirmar. O senhor Yusuf e Demet também estaram lá. - Ela comentou.
- Por que? - Todo meu bom humor tinha descido pelo ralo.
- Bom, a empresa quer contratar vocês dois para um comercial de tv.

Revirei os olhos, não conseguindo disfarçar minha irritação, então reparei quando Yusuf chegou ao set.

- Bom dia, eu gostaria de falar com a Demet, sabe se ela esta no camarim?
- Ela não pode falar com você agora. - Me adiantei em responder.

Gülliz e Yusuf  me olharam confusos.

- Ela está ocupada.

Yusuf estreitou os olhos, ainda sem entender.

- Bom, vou aguardar por aqui então.
- Nossas cenas seram longas, acho melhor não esperar. - Meu tom era sério.

O ciúmes falava mais alto. Imaginar Demet beijando aquele otário, me deixava fora da razão.

- É realmente urgente. Vou esperar.

Ele cruzou os braços. Estava com suas roupas habituais. Terno, gravata, sem graça.

- Se é sobre a reunião no jantar para falar sobre a propaganda, Gülliz me passou agora. Eu posso avisar para ele.
- Esse é o meu trabalho, Can. Não se preocupe, eu falo com ela.

Nos encaramos, nos desafiando silenciosamente. Nesse curto espaço de tempo, Demet chegou e parou entre nós. Observei os dois a minha frente.

 Observei os dois a minha frente

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- Oi, Yusuf. O que faz aqui?
- Oi. É... surgiu uma oportunidade de trabalho. Como é urgente, decidi vir te avisar o mais rápido possível.
- Ah... Ok.

Os dois saíram corredor à fora. Estariam sozinhos em algum lugar. Porra!

- Ora, ora, ora. Alguém aqui está nervoso.

Meu olhar de poucos amigos agora era direcionado a Gülliz.

- Tem mais alguma coisa na agenda de hoje?
- Não, chefe.

Entrei na sala de reunião do set, ainda com a cara fechada.
Samantha me olhou rapidamente e abaixou a cabeça, do outro lado da mesa.
Russel perguntou por Demet.

- Está com o acessor dela. - Eu respondi.
- Está? - Perguntou Samantha, curiosa. - Ah mais com certeza é sobre trabalho. É claro.

Coloquei os óculos escuro e me encostei na cadeira, esperando Demet voltar para que começássemos.
Pouco menos de 10 minutos ela voltou. Estava séria e se desculpou pelo atraso.
Como eu estava de óculos escuros, ninguém percebeu que eu a observava disfarçadamente através das lentes escuras.
Será que eles estavam juntos?
Ela não teria permitido que eu a beijasse se estivessem...
Eu estava ainda mais confuso sobre tudo. Desde minhas reações controversas com Demet, até minha necessidade de afastá-la do acessor.
Eu precisava descobrir como resolver essa situação.

Notas da Autora: Bom, meninas... Será que Demet vai esclarecer o mal entendido com Can sobre Yusuf? Ou ela vai deixar ele acreditar que eles estão juntos? Nossa moçinha é teimosa... Tudo pode acontecer. 😉 Nos vemos na segunda! Bom final de semana ☺❤.

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