68 ~ A habilidade de me enlouquecer.

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Can

Eu não sei dizer ao certo o que senti ao ver os dois juntos novamente. Não era ciúmes, isso eu tinha certeza.
Logo depois de abandoná-la no altar, eu sofri como um condenado, pensando quando ela tinha sido devorada pela ganância. No momento em que bati meus olhos em Kara, quando soube que atuariamos juntos, eu tive um presságio estranho... Mas conforme passavamos mais tempo juntos, o que era atração se tranformou em paixão.
Esses anos todos eu pude entender a diferença entre paixão e amor. A paixão é um estado de desejo insano, onde a aflição e a possibilidade de perda nos tira a paz, nos tira da razão.
O amor? O amor era o que eu sentia ao olhar os pequenos e brilhantes olhos de Demet.
Era calmaria, era certeza.
Eu soube no instante que ela se entregou para mim, que eu jamais voltaria a ter com outra mulher o que tivemos. Teve paixão e eu sabia que iria ser apaixonado por ela a minha vida inteira... Mas o amor foi construído em etapas. Foi no respeito que passamos a ter um com o outro. O carinho, independente do sexo. O cuidado.
Ela era meu primeiro pensamento do dia, ao abrir o olhos, e o último, ao fechá-los.
Cheguei em casa, depois de deixá-la com a promessa de que contaria tudo aos pais. Eu queria estar junto, pedir a permissão deles, mas com tudo que estava acontecendo e sendo noticiado todos os dias na tv e jornais, Demet achou melhor ela contar sozinha.
Os minutos se transformam em horas. Eu tive medo de como eles reagiriam.
No tempo em que passamos de desejo absoluto para amizade (ainda que o desejo continuasse a espreita), eu tive o enorme prazer de conhecer sua família a fundo e passei a considerá-los minha família.
Me sentei na area na piscina, em uma mesa proxima ao jardim e tomei uma dose de whisky. Era engraçado o misto de sentimentos que eu senti ao descobrir a possivel armação com o texte de DNA.
Eu senti alívio, mas também um sentimento de falta. Eu tinha me acostumado com o fato de ser pai, e já tinha planos de construir um quarto para Emin com seus gostos e preferências.
Na semana que descobri o teste positivo, passei uma tarde incrivel com Emin. Ele é um garoto inteligente e educado. Pelo menos na criação dele, Kara parece não ter pecado.
Eu me afeiçoei rápido ao menino, e saber que talvez nenhum grau de sangue podesse existir entre nós, me deixou sem saber como proceder.
Se Kara realmente tivesse sido capaz de colocar a criança em mais uma de suas mentiras, ela realmente não era digna de ser mãe de uma criança como Emin.
Olhei a foto do meu celular, que tiramos juntos, Emin e eu. Nesse exato momento Demet ligou.

- Você quer a noticia boa ou a ruim?

Meu coração deu um solavanco.

- Demet, eu já não tenho idade para notícias ruins.

Brinquei, torcendo para que a voz brincalhona estivesse me pregando uma peça.

- Vou começar pela má então: Papai quer arrancar seus olhos.

A danada riu ao telefone. Ela RIU.

- Você deve ter gostado da idéia.
- Claro que gostei... Assim você não olhará para mais ninguém.
- Você sabe que a algum tempo só tenho olhos para você.

Demet suspirou ao telefone.

- Você é um maldito galanteador, Yaman.

Sorrimos nós dois.

- A boa noticia é que você os conquistou tanto que não puderam dizer não.

Soltei o ar que eu não sabia que prendia nos pulmões.

- Esta falando sério?
- Sim. Primeiro papai arranca seus olhos, depois ele lhe entrega minha mão.
- Sua diabinha. Queria que estivesse aqui para lhe dar uns belos tapas nessa bunda gostosa!
- CAN! - Disse ela, envergonhada.

Meu membro se animou, lembrando da bunda redonda e macia da morena.

- Só de pensar, já fiquei duro.
- Yaman... Que maldade me falar isso por telefone.
- Maldade é você me provocar, sabendo que não posso te agarrar.
- Amanhã teremos a tarde toda juntos.
- Estou contando as horas.

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