70 ~ Nada podia dar errado.

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Can

Meu carro estava saindo do estacionamento do estúdio de gravações quando vi Kara e Demet próximas demais uma da outra, os gritos de Kara podendo ser ouvidos. Saí do carro e fui até lá, temendo que a descontrolada fizesse algo a Demet.

- EU SABIA QUE ELE SÓ QUERIA TE USAR, GAROTA! DAQUI A POUCO ELE VAI VOLTAR PARA MEUS BRAÇOS!

Parei no meio das duas, e olhei para Demet por uma fração de segundos, o suficiente para saber que ela estava perdendo a paciência. Nós dois sabiamos que defendê-la iria deixar minha ex desconfiada, pois já estavam circulando os rumores de que nosso romance escondido teve um fim.
Iriamos nos encontrar na casa dos meus pais, para discutirmos como eu iria tentar uma reaproximação com Kara. Parece que a opotunidade caiu no meu colo. Com um olhar de desculpas para minha menina, interrompi a discussão.

- Kara, o que você acha que esta fazendo?
- Oi, querido.

Kara se aproximou e beijou meu rosto. Precisei me controlar ao máximo para não deixar transparecer a repulsa que sua aproximação me causou. Demet trocou o peso do corpo para a outra perna e cruzou os braços, eu sabia que o ciúmes era real.

- Que bom que você chegou, Can... Assim você pode levar essa mulher pra longe dos meus olhos! Eu não acredito que você confia nas coisas que ela diz!
- Demet, tudo que tinhamos para conversar já foi falado. Ela é a mãe do meu filho.

Kara observava nosso pequeno desentendimento, com olhos estreitos e um sorriso de vitória no rosto.

- Eu tinha te dito... Se Emin não couber em sua vida, você também não cabe na minha.

Demet me olhou, com a feição triste. Eu não pude deixar de pensar na possibilidade de realmente não ser o pai de Emin. Ela sabia o quanto eu tinha me apegado ao menino.

- Pois bem! Desejo felicidades para a família feliz!

Sem dizer mais nada, a morena entrou furiosa dentro do táxi, me deixando com o coração apertado. Eu queria enchê-la de beijos.
Kara, ao meu lado, não perdeu tempo.

- Can... Eu soube por aí que vocês terminaram.
- E por isso você não perdeu tempo de vir atormentá-la?
- Imagina, bobinho... Eu? Querer alguma coisa com essa menina? - Kara suspirou e acariciou meu ombro, chegando mais perto. - Eu sabia que uma hora você iria cair em sí, meu amor.

Meu controle estava a um fio. Ter essa mulher me tocando com tanta intimidade e domínio, me tirava do sério. Ela notou meu olhar escurecido, mas o sorriso que escapou de sua boca mentirosa deixava explicito que ela imaginava que a raiva que pairava em meu olhar, era de desejo.

- Demet não entende que você e eu temos que ter uma boa relação, pelo bem de Emin.

Ela concordou, toma carinhosa.

- Aproveitando que está aqui... Queria saber se podemos jantar juntos. Queria falar com você sobre Emin. Eu sei que tenho agido mal com você... E pelo bem dele, precisamos nos entender.

Kara tirou os óculos escuros da bolsa de marca e colocou no rosto.

- Me pegue amanhã às 19:00. - Disse ela, enquanto pedia por um taxi que parou ao lado dela. - Te envio o endereço do hotel por mensagem.

Kara mandou um beijo no ar e foi embora.
A aproximação dela me confirmou o que eu já sabia: Eu a odiava com todo o meu ser. Deus, eu não poderia ser pai do filho dessa mulher... Eu sei que muito pequei nessa vida, mas o castigo de ter que viver perto dela pelo resto da vida, eu não merecia. Esse pensamento me acompanhou pelo tempo que cheguei na casa dos meus pais.
Demet ja estava lá, sentada ao lado de minha mãe. O semblante atordoado, ela se levantou e nos abraços apertado.

- Me desculpe pelas coisas que falei, amor.
- Nunca mais diga essas coisas! Mesmo que tudo seja uma mentira, te entregar de bandeja para essa mulher está acabando com a minha sanidade.

Beijei o alto de sua cabeça, beijei meus pais, e cumprimentei Kaan e Aylan.
Contei o que foi dito entre mim e Kara e no convite de jantar aceito pela mulher.

- Tudo precisa ser muito bem planejado. Um erro e tudo vai por água a baixo.
- Não se preocupe, o investigador já esta a par e pronto para forografá-los juntos.

Comentamos por mais algum tempo sobre o plano e ficamos todos para jantar.
O aniversário de Demet era daqui a uma semana e eu desejei a Deus que tudo fosse resolvido para que eu pudesse por em prática a surpresa que venho pensando fazer para ela. No ano passado não comemoramos juntos pois o aniversario dela foi no começo das gravações e naquele tempo não nos suportavamos e no meu... Bom, eu estava viajando a negócios e Demet e eu estavamos naquele limbo de nos querer e precisar manter a distância.
Após o jantar, levei a morena embora. A música no rádio em volume baixo, permitia que conversássemos tranquilamente. Parei o carro duas ruas antes do condominio dela, eu precisava de alguns minutinhos com ela.
Ao desligar o carro, ela me olhou confusa. Soltei o cinto do carro e me inclinei para beijar os lábios macios. Soltei seu cinto também, e quando o beijo começou a ficar intenso demais, Demet saiu de seu banco e se sentou no meu colo, me trazendo lembranças de nós dois nesse mesmo carro e me fazendo lembrar da vontade que eu tinha de tomá-la aqui mesmo.
As pernas da minha menina estavam de cada lado do meu quadril, os braços ao redor do meu pescoço. Segurei-a pela nuca, ditando o ritmo intenso e sensual do nosso beijo. A danada gemeu entre um beijo e outro, quando minha outra mão apertou a bunda gostosa com força.

- Yaman... - Disse toda manhosa no meu colo.

Demet estava de calça jeans, infelizmente dificuldade meu acesso a sua intimidade.
Ela interrompeu o beijo, me olhando com aqueles olhos escuros e intensos.

- Eu preciso entrar...
- Na proxima a senhorita não me escapa. Venha de saia amanhã.

Com um sorriso malicioso ela se ajeitou no banco do carona, arrumou os cabelos e checou no espelho os labios avermelhados dos nossos beijos.

- Você não presta, Yaman.
- Não mesmo... E você adora.

Ela sorriu, enquanto eu ligava o carro e a deixava na esquina de sua casa. Nos despedimos, dessa vez com um beijo meu no pescoço cheiroso. Ela saiu do carro rebolando aquele rabo, me provocando. Eu iria fazer a morena gritar nesse carro amanhã, pensei ainda excitado pelo beijo de antes.
Cheguei em casa, tomei um banho rápido e deitei na cama. Após algumas mensagena com Demet, uma nova notificação chegou. Era Kara, mandando seu endereço.
Isso me lembrou o jantar que teriamos amanhã. Nada podia dar errado.

Notas da autora: Eu também fiquei com vontade de dar na cara da Kara meninas, mas o tombo dela vem a galope.A cobra não perde por esperar. 😌

 Um Amor de Best SellerOnde histórias criam vida. Descubra agora