40 ~ Espero que ela durma bem.

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Can

Foi uma tortura sentir o toque suave dos dedos pequenos tocando meu rosto, minha respiração ficou pesada, e todo meu corpo sofreu arrepios. Enquanto a cena se desenrolava eu só conseguia pensar em quando ficariamos sozinhos novamente.
Eu não era nenhum adolescente. Ela gostava de me provocar e depois fugir. Mas desta vez, eu dificultaria ao máximo sua fuga.
Quando ela perguntou a Russel sobre passar a noite no Resort, por alguns segundos achei que perderia a oportunidade.
Quando fui para o quarto, tomei um banho gelado, para me ajudar a clarear a mente.
Hoje eu saberia se ela me queria tanto quanto eu a queria.
Nos meses que suscederam nosso encontro em meu quarto onde a encontrei suja de café falando mal de mim, eu tinha sonhado apenas uma vez com Demet, e esse sonho sempre vinha em minha mente e me deixava excitado, mas nada tinha me preparado para a danada Demet da noite passada.
Depois do banho, escovei os dentes e me troquei calmamente.
E se ela não quisesse abrir a porta? E se estivesse com alguém? Gulliz e Samantha haviam se tornado unha e carne da menina, poderiam estar lá.
Resolvi arriscar, e descidi ir até o quarto dela e convida-la para beber algo, mas o restaurante estaria cheio aquele horario.
Liguei para o serviço de quarto e pedi uma garrafa de vinho Tugra Bogazkere e duas taças. Assim que a bebida chegou em um balde de gelo, fui até o quarto de Demet.
Bati uma vez à porta.
Eu estava parecendo um adolescente, ansisoso para vê-la novamente.
Após alguns segundos não obtive respostas.
Bati novamente.

- Um momento. - Ela gritou de dentro do quarto.

Aguardei. Cerca de 1 minuto depois ela abriu a porta, ou melhor, abriu uma frestinha da porta e me encarou.
Olhei para os dois lados, para ver se tinha alguém por perto e estreitei os olhos para Demet.

- Posso entrar? - Sussurei para ela.

Ela pareceu em dúvida.

- É alguma coisa séria? Não pode esperar até amanhã?
- É urgente.
- Eu ia pedir o jantar.
- Ótimo, já trouxe o vinho e eu estou morrendo de fome. - Falei encarando seus labios, naturalmente avermelhados e reparando nos cabelos umidos. Mostrei a garrafa que estava na mão direita, dentro do balde de gelo e as duas taças.

Ela respirou fundo e abriu um pouco mais a porta para que eu pudesse entrar e fechou a porta.
Assim que entrei no quarto percebi que ela estava em um roupão branco, com um nó prendendo as laterais, o roupão ia um pouco abaixo dos joelhos.
Ela se sentou primeiro no sofá, ao lado da cama, logo em seguido me sentei ao seu lado, deixando o balde de gelo com o vinho e as taças na mesa de frente. Estavamos bem perto um do outro. Ela cheirava a baunilha. Baunilha era meu novo sabor preferido.

- E então...? Qual o assunto urgente?

Virei meu corpo um pouco, para ficar de frente para ela.

- Posso abrir o vinho?

Demet olhou de mim para a garrafa.

- Somente um copo. Você sabe que eu e o álcool...

Ela deixou a frase no ar. Sorri para ela, lembrando dos amassos no corredor da minha casa.

- Eu acho que você fica adorável quando bebi.

Ela sorriu e eu me estiquei um pouco para abrir a garrafa e colocar um pouco para cada. Entreguei a taça para Demet, ela provou o vinho, bebericando. Meu olhos novamente foram para sua boca, que deveria ficar uma delícia com o sabor do vinho.
Ela percebeu meu olhar, então pegou meu queixo com a mão livre e ergueu um pouco minha cabeça.

- Meus olhos, estão aqui. - E sorriu. Um sorriso caloroso e despreocupado.
- É difícil prestar atenção em qualquer outra coisa, tendo sua boca por perto.

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