35 ~ Perdida de desejo

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Demet

O clima no carro com Yusuf estava um pouco tenso. Acho que ele percebeu meu desconforto com a "amiguinha" de Can.
Como eu pude ser tão idiota? Eu sabia que ele conquista e ilude corações por onde passa e mesmo assim me deixei levar. Hoje mesmo ele tinha me beijado tão apaixonadamente, e ontem, pelo que entendi, estava com ela.
Enquanto Yusuf me levava para casa, eu encarava a janela do carro. Os olhos embaçados, com lágrimas querendo cair.

- Quer que eu desligue o ar-condicionado? - Perguntou Yusuf, ao me ver esfregar os braços junto ao corpo.
- Não, esta ótimo assim.
- Você quer conversar?

Desviei os olhos da janela e o olhei de lado.

- Esta tudo bem. Só estou cansada.
- Você parece estar um pouco mais do que chateada.

Fiquei calada, com receio de falar sobre Can. Alguns minutos depois, Yusuf estacionou na porta de casa. Eu soltei o cinto, e estava prestes a agradecer.

- Ei! Não fique tão chateada. Todos sabemos como o Can Yaman é. Não é a toa que as notícias sobre ele e seu arsenal de mulheres circulam no jornal.
- Yusuf, eu já disse que estou bem. E não me importo com a vida pessoal do Yaman. Obrigada pela carona e pelo jantar. Assim que ler os documentos te aviso. Boa noite.

Não dei tempo para que ele respondesse.
Ele estava errado. Eu não estava chateada... Eu estava furiosa. Muito furiosa.
Quem Can Yaman pensava que era para brincar comigo?
Entrei em casa pisando duro, meus pais ainda estavam assistindo tv na sala de estar.

- Como foi o jantar, filha?
- Foi esclarecedor Papai.

Meu pai me olhou confuso.

- Então vai fazer a propaganda mesmo? Leu tudo direito antes de assinar?

Então lembrei que eles queriam saber sobre o trabalho. Mamãe me olhou, esperando também a resposta.

- Sim, sim. Foi esclarecedora a oferta, mas ainda não assinei. Yusuf me entregou os documentos. - Mostrei as folhas em minhas mãos rapidamente - Vou verificar direitinho. Bom... Agora eu vou dormir.

Dei um beijo nos dois, desejei boa noite e fui para meu quarto. Quando coloquei a bolsa na mesinha de descanso meu celular apitou, era Can. Eu não abri a mensagem. Não queria mais ser enganada. E não seria enganada.
Enquanto a água escorria pelo meu corpo, eu tentava me lembrar em que momento eu deixei que meus sentimentos por Can turvassem a visão que eu já tinha sobre ele. Eu não chorei. Não havia reais motivos, haviam? Não é como se ele tivesse me jurado amor eterno nem nada do tipo... Mesmo assim eu queria desesperadamente que Can não visse a tal italiana.
Me lembrei de como era bonita, articulada e o tom que usou quando disse que eu era muito jovem e Can muito experimente. Claro que não passou batido a indireta que ela mandou. Por sinal, muito direta.
Escovei os dentes, coloquei meu pijama de verão, já que estava uma noite um pouco abafada, e fui me deixar.
Olhei para o celular, morrendo de curiosidade, e no segundo que me virei para dormir o celular apitou novamente. E mais uma, e mais outras vezes.
Me sentei na cama, e decidi desligar o celular. Mas assim que meus olhos bateram na tela e as várias mensagens de Can apareceram ali, tive que olhar.

"Precisamos conversar"

Foi a primeira que ele mandou, seguida alguns minutos das outras.

"Vai agir como uma adulta e me atender?"

"Que droga, Demet! Eu preciso te ver!"

"Eu tô aqui no começo da rua da sua casa."

Meu coração acelerou. O que diabos ele estava fazendo ali novamente? Ele queria a minha desonra, não é possivel.

"Se você não vier, vou até ai."

 Um Amor de Best SellerOnde histórias criam vida. Descubra agora