27 ~ Eu não daria a ele o gostinho de me provocar.

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Demet

Sede... Minha garganta estava seca. Eu precisava beber água. Me remexi na cama, sentindo lençois macios e diferentes. Começei a abrir os olhos devagar, tentando acostumar meus olhos à meia luz do ambiente.
Então olhei para o teto. Eu não estava em casa.
Olhei rapidamente para o lado direito da cama, e então encontrei Can sem camisa deitado ao meu lado, em um sono pesado.
Arregalei os olhos.
Can.
Sem camisa.
Do meu lado.
Na cama dele.
Levantei rapidamente o cobertor para constatar se eu estava pelo menos vestida. Respirei mais aliviada por estar de vestido, e o mais importante: de calcinha.
Depois de um suspiro aliviado, descansei a cabeça novamente no travesseiro, tentando colocar em ordem os pensamento.
Tudo foi chegando aos poucos.
Eu bebedo vários drinks conversando com Yusuf, enquanto Can babava em cima da amiguinha.
Lembrei de Can e eu em um corredor... Lembrei dos meus dedos agarrando os cabelos dele da nuca.
Sentei na cama. Mortificava. Eu tinha falado pra ele parar de me deixar na vontade.
Fechei novamente os olhos, me xingando mentalmente.
Eu sabia que não podia beber, e mesmo assim eu enchi a cara.
Nossa pegação no corredor me veio a mente. E, caramba! A gente parecia dois esfomeados.
Lembrei de sentir a ereção dele e de como me senti ofendida pelo pedido de desculpas.
Virei lentamente o pescoço, para olhar para ele. Eu nunca mais teria coragem nem de dar bom dia.
Cobri minha cabeça com a coberta.
Tinha alguma chance dele ter bebido mais do eu, e não se lembrar do que rolou?
Allah, allah... As lembranças não paravam.
Choraminguei.
Eu realmente não tinha solução.
Lembrei de dançar até os pés doerem e de tomar um café feito por ele. Depois nada mais.
Eu estava de roupa.
Minha calcinha estava no lugar.
Não é possível que eu tenha perdido a virgindade e nem lembrasse.
Enquanto pensava em como me matar, Can se espreguiçava ao meu lado. Parei de respirar, e voltei e encarar ele.

- Que horas são? - Ele perguntou com a voz rouca de sono.

Permaneci calada.
Ele se levantou, então pude ver que estava de bermuda. Uffa. Mais um indice da minha virgindade intacta.
Ele pegou o celular e viu as horas.
Eu nem me mexia, ele só sabia que eu estava acordada pelos meus olhos abertos.

- Você esta bem? Vou pegar um remédio para ajudar na ressaca.

Ele saiu do quarto, e meus olhos foram direto para as costas definidas. Aquele homem era feito sob medida, não era possível! Allah tinha desenhado ele com as próprias mãos. Só podia ser.
Finalmente soltei a respiração que estava presa e dei um pulo da cama.
Como eu ia olhar para a cara dele depois de termos nos agarrado no corredor e como se já não fosse pouco meu abuso de provocar ele, ainda confessei que o achava gostoso. Não só gostoso. UM GRANDE GOSTOSO.
Merda! Mil vezes merda!

Então a luz apareceu na minha mente

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Então a luz apareceu na minha mente.
Não aquelas que dizem que a gente vê quando morre, não essa. A luz que apareceu, parecia mais como aquelas no fim do túnel, sabe?
Uma saída: Eu ia fingir que esqueci.
Simples assim... É aquele ditado: Se eu não lembro, eu não fiz.
Ele não precisava saber que eu lembrava...
Sorri satisfeita com minha idéia genial e voltei a me deitar na cama.
Can voltou, com um comprimido e um copo d'água. Minha boca seca implorando pela água.

- Obrigada. - Peguei o remédio e o copo de água em suas mãos, tomando o cuidado para não tocar nele. - Eu acho melhor ir para casa... Isso é se eu ainda tiver casa.
- Sua irmã deu uma ajudinha, então acho que se você estiver em casa antes dos seus pais acordarem, vai ficar tudo bem.

Eu era realmente uma ótima atriz.
Escondi toda a vergonha que eu sentia, mesmo com os flash da noite de ontem surgindo um atrás do outro na minha cabeça. Eu o encarava, como se nada estivesse acontecido.

- Desculpe se te assustei, por estar dormindo ao seu lado. O sofá é muito pequeno, então acordei depois de cochilar alguns minutos, todo dolorido.
- Não tem problema não... A cama é sua. Imagina! Eu que devia estar dormingo no sofá.

Desviei meus olhos dos dele, levantei da cama e começei a calçar a sandália e procurar minha bolsa.
Can que já estava de pé, depois de buscar o remédio, pegou uma camiseta e vestiu.
Eu merecia um prêmio só pelo fato de não ter ficado hipnotizada pelos músculos daquele corpo incrível.

- Ainda é 4:20, vamos tomar um café e eu te levo para casa.
- Acho que você já fez muito por mim, Yaman.
- Eu já te disse que prometi a sua mãe te deixar em segurança. Não custa nada.

Novamente flash dos nossos amassos me abateram. Ele cuidou bem de mim mesmo... Com a lembrança dos amassos veio o pedido de desculpas também. Então meu rosto fechou, e eu fui saindo do quarto.

-Vou te esperar na sala de estar, enquanto você se troca. E não preciso do café da manhã, obrigada.

Desci as escada em direção a sala o mais rápido que pude. A dor de cabeça já dando sinais. Ainda teriamos as gravações mais tarde e eu pretendia dormir o bastante quando chegasse em casa, para repor as energias.
Enquanto esperava por ele, observei os porta-retratos espalhados pela sala.
Várias fotos de pessoas que pensei serem familiares. Duas crianças abraçadas, cobertos de lama. Deduzi ser Can e o irmão.
Eu admirei o sorriso lindo na foto de formatura do colegial. Será que ele nunca foi menos encantador?
Can desceu alguns minutos depois, com a chave do carro em mãos e uma camisa jeans de mangas longas, me acompanhou porta à fora e entregou a blusa.

- É melhor vestir, está frio aqui fora.

Eu agradeci, sentindo o vento da manhã arrepiar minhas pernas.
O dia ainda não havia clareado, o céu escuro com algumas nuvens, já avisava que o sol estava por vir. Entrei no carro, nós dois em silêncio. Can ligou o som, e deu partida do carro. A música tocava baixo. Estava em uma rádio local, eu não conhecia a música, mas me concentrei nela para evitar Can. Ele suspirou baixo e me olhou rapidamente, enquanto saiamos do seu condominio.

- A gente vai fingir que nada aconteceu?

Agora ele olhava para a rua a nossa frente. Claro que eu ia me fazer de louca.

- Bom, eu primeiramente queria agradecer por tudo e me desculpar também. Eu bebi demais e não me lembro bem de muita coisa...

Ele riu, sem achar graça. Uma mão estava no volante, e a outra precionando a têmpora com o dedo indicador, com o braço escorado na porta.

- Está me dizendo que não lembra de ontem?

Olhei para ele com a cara mais fingida desse planeta terra e dei de ombros.

-Espero não ter dado muito trabalho.- Sorri inocente para um Can aparentemente irritado, que me olhava desconfiado.

- Sorri inocente para um Can aparentemente irritado, que me olhava desconfiado

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Eu jamais confessaria lembrar. Não daria a ele o gostinho de me provocar.

Notas da autora: Vixe meninas... A Demet esta se fazendo de doida. Será que o Can vai refrescar a memoria dela, ou vai entrar no jogo? Hahaha bjnhos. Volto amanhã!

 Um Amor de Best SellerOnde histórias criam vida. Descubra agora