49 - Eu quase segui meu coração.

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Demet

Quando eu saí da casa de Can, recolhendo os caquinhos do meu despadaçado coração, eu pensei que nada faria com que ele doesse mais... Porém eu estava enganada. Ver o Can dia após dia, e segurar a onda a cada toque entre Can e Sanem, isso sim acabava comigo.
Ele tinha deixado claro que não queria um relacionamento, mas meu pobre coração acelerava a cada som da sua voz, a cada sorrido despretensioso que ele dava ao meu redor e a cada vez que seus intensos olhos pareciam me absorver.
As semanas foram se arrastando, eu tinha dito a ele que estava tudo bem, e ficaria tudo bem, certo?
Em algum momento essa paixão iria acabar.
Ao mesmo tempo em que minha vida amorosa estava uma tragédia, eu não poderia estar mais contente sobre a profissional. Erkenci kus alcançou fama internacional, e seria vendida para vários países. Minhas redes sociais já passavam dos 8 milhões, e os convites para propaganda e publicidade não paravam. Inclusive, propagandas pedindo minha participação e a de Can, comona que fizemos a semanas atrás.
Claro que para Can, o sucesso da série não foi tão impressionante quanto para mim. Ele já é um ator renomado, o sucesso de Erkenci kus só o deixou ainda mais reconhecido internacionalmente.
A cada semana que a série ia ao ar, um rompante de pessoas curiosas sobre mim e minha vida pessoal. Precisamos nos mudar de bairro, e eu não tive tempo para processar a mudança brusca que estava minha vida. Graças a Yusuf, consegui me organizar. Ele estava se provando mais uma vez um amigo inestimável. Faltavam somente dois meses para a conclusão da minha faculdade. Eu estava grata pelo pouco tempo que tinha entre as gravações, publicidade, faculdade e coisas básicas como comer e dormir, pois me dava pouco tempo para pensar em Can.
Não que ele não aparecesse em meus pensamentos sempre que eu bobeava ou que eu não tivesse sonhado com ele várias e várias vezes.

- Demet, faz tempo que não vemos o Can...

Disse Derya, no café da manhã.

- Você o vê todos os dias no seu quarto. - Sorri, lembrando do poster dele no quarto de Derya.

- Engraçadinha... Você entendeu!
- Estamos trabalhando muito, e não é como se fossemos melhores amigos, para você vê-lo aqui em casa.
- Melhores amigos não... Mas...
- Mas...? Qual o assunto desta manhã? - Papai chegou a mesa no momento em que a minha irmã boca de sacola falaria alguma besteira.
- Bom dia, Papai. Nada de mais. Sua filha Derya que adora me atormentar.

Beijei seu rosto e recebendo um abraço carinhoso. Papai era um homem incrível.
Dizem que o relacionamento que as mulheres procuram nos homens, é baseado em sua relação paterna. De certo, eu demoraria para encontrar alguém a altura do meu pai. Ele era bondoso, carinhoso, protetor. Eu nunca havia presenciando uma briga se quer entre meus pais. Claro que eles brigavam, como todo casal, mas jamais na frente das meninas dos seus olhos, que eramos Derya e eu.

- Bom dia, meninas. Eu ainda estou me acostumando com a vizinhança. Aqui eles são tão diferentes. Quase não se vê ninguém nas ruas.

Papai ainda ficava impressionado, por não conhecer os vizinhos das casas ao lado.
Yusuf encontrou uma casa incrível em um dos condomínios de um bairro classe alta de Istambul.
Claro que meus pais relutaram um pouco, mas quando uma fã apareceu no meio da madrugada tentando entrar pela janela da cozinha, eles perceberam que precisavamos de segurança, e aqui estavamos... A apenas alguns quarteirões da casa de Can.
O café da manhã correu bem, mamãe ainda preferia cozinhar, e depois de muita insistência, convenci que algumas pessoas seriam melhor do que ela limpar aquela casa imensa sozinha. Papai continuou trabalhando na loja do nosso antigo bairro, disso ele disse que jamais abriria mão. Derya também precisou trocar de colégio, por conta de sua segurança mas suas antigas colegas vinham sempre que podiam.
O dia foi tranquilo, eu teria poucas cenas com Can, e depois iria beber algo com as meninas, Gülliz e Samantha, que estavam a par de toda minha situação com Can.
Depois de algumas taças de vinho e muitas risadas ao saber das investidas de Gülliz em Yusuf, fui para casa.
Acordei com o som do celular tocando. Com um dos olhos, vi que era Can.
Dei um pulo da cama ao ver seu nome na tela, e o horário que ele estava ligando. Pensei em não atender, mas a preocupação e a saudade falou mais alto e eu atendi.

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