19 ~ Eu, o Can e novamente o conversível da discórdia

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Sanem

"Em 20 minutos tô aí, quero ver você falar isso na minha cara. Vamos ver de quem é que o gato vai comer a língua."

Eu li a ultima mensagem de Can umas 15 vezes, em um minuto. Ele não estava falando sério, estava?
Olhei no relógio, já passavam das 23:30. Meus pais já deveriam estar no quinto sono, mas saber que Can poderia aparecer aqui na porta de casa, com seu conversível nem um pouco modesto e brilhoso, fez meu coração acelerar. É claro que eu fiquei nervosa pelo medo de ser flagrada com aquele cafageste durante a noite e a sós. As borboletas em meu estômago nada tinham a ver com a ansiedade de vê-lo, claro que não...
Eu não sabia o que responder, e se ele não estivesse brincando e realmente estivesse vindo até aqui? Decidi pagar para ver. Fechei a tela de mensagem e voltei a deitar na cama. Os lençois até o pescoço e os pés contorcendo os dedos, se ele queria me deixar ansiosa ele conseguiu. Ao mesmo tempo que eu queria mandar uma mensagem dizendo para que não viesse, pois além do horário eu não tinha a menor vontade de ver a cara dele, eu pensei que se mandasse, ele acharia que eu estava intimidada, e isso eu não estava. Ou talvez estivesse um pouquinho... Mas jamais ele saberia. Enquanto ficava em um looping eterno de duvidas, ouvi outra mensagem chegar em exatos 20 minutos.
Com os olhos estreitos, visualizei a mensagem do travesso Yaman.

"Estou na esquina da sua rua. Prefere vir até aqui, ou quer que eu pare e buzine ai na frente?"

Suspirei em derrota. O afronte subiu um nível elevado desta vez, levantei na ponta dos pés e fui até a janela, não vi o carro dele. Lhe enviei outra mensagem.

"Muito engraçado, Senhor Yaman. Agora já pode ir dormir. Sua brincadeira não deu certo."

Alguns segundos depois ele enviou uma foto de dentro do carro, bem no final da rua.

Eu quis esganá-lo. Eu estava de pijama e panturas. Como saíria na rua assim?!

"Você é louco! Se algum vizinho me ver entrando no seu carro, meus pais me matam! Ah, então esse é seu plano de se livrar de mim?"

"Rsrs até que não seria uma má ideia. Em 5 minutos irei buzinar na frente da sua casa."

Li a mensagem dele com um misto de raiva e incredulidade. Como ele era abusado, bem capaz que ele fosse me fazer passar esse vexame. Saí de perto da janela, me troquei rapidamente, colocando um casaco, para cortar o vento da noite fria, me olhei rapidamente no espelho. Não que eu quisesse estar bonita para ele, mas feia eu também não precisava estar. Passei um rímel sobre meus pequenos cílios e arrumei o cabelo jogando em cima dos ombros. Ainda na ponta dos dedos desci as escadas e fui em direção a porta de casa. Tirei as pantufas e coloquei uma botinha. Olhando sempre sobre meus ombros, se minha irmão vulgo: teamCan me visse, seria meu fim.
Antes de sair, olhei os dois lados da rua e as janelas dos vizinhos fofoqueiros. Can me pagaría por isso.
Ao constatar que a rua estava vazia e silenciosa, fechei a porta de casa e corri até o fim da rua, encontrando o carro ridiculamente caro para uma vila como a minha. Fuzilei ele com os olhos, parando ao lado da janela do seu carro.

- Espero que seja algo bem importante, para ter que vir pessoalmente me irritar. - Estretei os olhos para ele.
- Entra. - Disse, destravando a porta do passageiro.

Eu ri, debochada.

- A primeira e única vez que entrei em seu carro, saí com fama sem nem ao menos deitar na cama. - Comentei com o ditado popular, mas em seguida me arrependi do que disse - Não que eu quisesse deitar na cama... É que... Você entendeu o que eu quis... - Ele desviou os olhos dos meus, com um sorrisinho debochado.
- É bem melhor carregar a fama, quando se faz por merecer, né?

Fechei a cara novamente. Aquele homem estava zombando mais uma vez de mim.

- Demet, Preciso falar com você. Pode entrar no carro, por favor?

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