66 ~ A reunião desta tarde.

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Can

Demet estava estranha esta manhã. Nos falamos por telefone e ela disse que se atrasaria para as gravações. Fiz minhas cenas onde interagia com outros atores, e lembrei que nosso projeto estava chegando ao fim.
Fazer Erkenci Kus foi mais do que um trabalho. Graças a Samantha, eu tive o prazer de conhecer Demet e isso por sí só já faz com que eu seja eternamente grato à autora

- Você sabe que Demet e eu somos amigas ne? - Disse a autora.
- Sei sim...
- Pois bem, não precisa fingir todo esse profissionalismo entre você e ela na minha frente. O ódio virou amor.

Samantha suspirou, e eu sorri de sua constatação.

- Olhando toda nossa trajetória, posso dizer que talvez nunca tenha existido ódio. O ser humano tem medo do que não conhecer, e bater de frente com uma pessoa tão forte, de personalizade como Demet, pode ter me assustado no inicio. Aliás, me assusta um pouco até agora. Ela é demais.

Samantha estava sentada ao meu lado no camarim, o queixo apoiado na mão direita, que se apaiava no braço sa poltrona. Com um suspiro Samantha voltou a me encarar.

- É tão bom estar apaixonado... - Disse Samantha.

Fiquei um pouco sem jeito. Eu não era um cara que expressava seus sentimentos com frequência, mas havia algo em falar sobre Demet que me fazia querer continuar externando tudo que eu sentia.

- É bom mesmo.

Trocamos um olhar de cumplicidade, a autora tinha mesmo se tornado alguém especial tanto para Demet quanto para mim. Se não fosse por ela e Gülliz, talvez nós nunca nos cruzássemos pelos caminhos da vida.

- Mas e você? Como está a paixão na sua vida?
- Aí, Can... Eu acho que amor... Ele é como um sapato, sabe?

Fiquei confuso com a comparação.

- Um sapato? - Segurei o riso.
- É! Se bem que você é homem... Pode não entender. Veja bem, para mim o amor é como um sapato que eu me apaixono assim que o vejo. Ele é lindo e combina com várias coisas, mas ai... Quando eu vou tê-lo para mim... Não é meu número.

Ela fez um gesto com os ombros de desdém.

- O amor ainda não encontrou meu número.

Concordei, entendo o que ela quis dizer.

- Vale a pena esperar. Eu estava acostumados a usar sapatos pequenos demais para mim, e agora... Encontrei o número perfeito.

Pisquei para Samantha, que sorriu mais tranquila quanto o assunto.

- Você não tem uns primos iguais a você não?

Gargalhei da pergunta.

- Tenho um irmão recém solteiro. Ele gosta de literatura e cinema.
- Hm, Can. Talvez eu não tenha ido aos lugares certos, pode ser que seu irmão seja meu número.

Rimos e eu concordei em apresentá-los oficialmente, já que nas poucas vezes que se viram ele ainda estava com Sâmia e não tiveram a oportunidade de se conhecer.
Sâmia...
A atitude da irmã mais nova de Kara ainda era um misterio para nós. Nosso relacionamento entre cunhados sempre foi respeitoso e em nenhum momento achei que ela tivesse realmente algo contra mim, visto o fato de que a irmã foi a culpada pelo fim entre nós.
Demet chegou correndo no camarin, abraçou Samantha e beijou meu rosto carinhosamente.

- Desculpem o atraso. A manhã se enrolou um pouco.

Ela desviou os olhos dos meus. Aí tinha coisa.
Meu celular começa a tocar, é Aylan. Depois dos cumprimentos e brincadeiras de irmãos, ele me pede para ir a tarde na casa dos nossos pais. Eu concordo, mesmo sem ele querer dizer sobre o que se tratava o assunto.
Demet trocou de roupas na parte privada do camarim, e a equipe de maquiagem veio para ajudá-la a se aprontar.
Gravamos a cena onde Can volta para a cidade e encontra Sanem sem querer no cinema. A Cena foi emocionante, e eu pude sentir um clima incrível no set de filmagens.

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