12 ~ Agora ela veria como as noticias eram criadas.

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Can

Acordei ao lado de Kristen, depois de uma noite bem agitada entre os lençois. Meu celular não parava de tocar, era Guliiz.

- Bom dia, Senhor Can. Como o senhor está essa manhã? Espero que bem... Não tenho boas noticias.

Me levantei da cama ao sons dos resmungos da bela modelo, fui em direção ao banheiro da suíte de Kristen. Olhei para meu reflexo no espelho, imaginando o que estaria por vir.

- Você sabe como é o meu humor pela manhã, Gulliz. O que houve? - Coloquei o celular no viva voz, enquanto lavava o rosto.
- Desde a madrugada, esta circulando notícias sobre o senhor... E, como sei que essas informações sobre sua vida pessoal o deixam fora de sí, achei melhor avisá-lo antes de ver as materias.
- O que inventaram dessa vez? - Suspirei pesadamente.
- Estão dizendo não somente nos jornais, como em todas as redes sociais, que o senhor está com a Demet.

A informação sobre com quem eu estava demorou um pouco pra entrar na minha mente. E então, lembrei dos paparazzis na entrada do hotel.

- O senhor quer que eu mande uma nota, esclarecendo esse mal entendido?

Enquanto Gulliz tagarelava, algo me veio a mente. Lembrei das palavras que Demet disse quando a encontrei em meu quarto de hotel, falando sobre mim. Demet acreditou que eu fosse todas aquelas coisas que ela estava dizendo... Bom, esta na hora dela aprender uma lição sobre os paparazzis.

- Não precisa dar nota alguma.
- Mas Senhor, se não desmentirmos isso agora, vão aumentar os rumores de uma possível relação.
- Deixem que falem. Quando as gravações começarem, esse boato iram retornar novamente. Não dê nenhuma declaração.
- Como desejar. Outra coisa, essa manhã temos uma reunião com os empresários de perfumes importados. Posso confirmar para o horário das 10:00 que já estava agendado?
- Sim. Pode ir direto para a reunião, te encontro lá.

Eu iria passar em um certo bairro antes...
Sorri internamente, pensando na cara de Demet ao ver as notícias.

- O senhor geralmente não fica contente com essas notícias, senhor. Mas hoje parece estar de bom humor. - A curiosidade de Gulliz as vezes me irritava, mas ela estava certa, noticias vinculadas a minha vida pessoal sempre me aborreciam. Se fossem verdade, tudo bem, mas algumas mídias sensacionalistas faziam de tudo para ter uma noticia bomba, até mesmo inventar a própria notícia, sem perceber como isso interferia na vida das pessoas.
- Minha noite de sono foi revigorante, Gulliz.
- Pelo menos hoje não vai atormentar minha manhã - Ela riu ao telefone, então percebeu que falou em voz alta. - Quer dizer... Nã-não que o senhor me atormente... Imagina? Eu só...
- Gulliz, esteja na reunião às 10:00.

Desliguei o telefone, e voltei para o quarto. Peguei minhas roupas espalhadas pelo chão,  e saí do apartamento ruma a minha casa. Não me preocupei em me despedir de Kristen, ela sabia que beijos de bom dia não era meu modos operandi as manhãs.
Depois de passar em casa, tomar um banho e me trocar, olhei no relógio. Eram 8:40, fui em direção a casa de Demet.
Quando parei em frente a casa modesta e bonita, sai do carro e apertei a campanhia. Alguns segundos depois uma senhora de aproximadamente 50 anos apareceu para abrir a porta. Primeiro ela ficou em choque, com olhos arregalados, parecendo que viu uma assombração. Tirei meus oculos de sol e estendi a mão para cumprimentá-la. Ela colocou a cabeça para fora, olhou para os dois lados da rua, e me puxou para dentro da casa.

- Entre, antes que algum vizinho te veja!

Ela fechou a porta desesperada. Eu ri, achando graça de como ela me encachotou para dentro. Demet apareceu no meu campo de visão, estava com uma pantufa azul nos pés e um roupão ao redor do corpo pequeno. Sua reação ao me ver, se assemelhou ao da mãe. Ela colocou as mãos na boca, para impedir um grito.

- O que você esta fazendo na minha casa? Você ja viu os jornais? Meu pai quase me enforcou quando leu as noticias!

Mãe e filha me levaram para a sala de estar. A casa era uma mistura de conforto com tradição. Sentei no sofa de frente para Demet.

- Graças a Deus Omer já esta na loja. Ele teria um infarto se te visse na porta de nossa casa!
- Can, você precisa fazer alguma coisa. Minha carreira mal começou e eu já estou mal falada de varias formas diferentes.

Demet choramingava, num misto de raiva e desespero.

- Eu já expliquei para mamãe e papai que tudo foi um mal entendido. Que você me ajudou a fugir dos jornalistas quando eu saía do hotel.
- Bom, se seus pais já sabem, não tem porque se importar com outras pessoas.

Demet estreitou os olhos para mim, sua raiva dominava o desespero,  imagino que se a mãe não estivesse presente, ela teria voado no meu pescoço. Esse pensamento me fez rir.

- Olha só... Pelo visto, você esta achando graça dessa situação toda, não é mesmo?
- Nem tudo que se publica é real, Demet. Quando você me acusou de todas aquelas coisas no meu quarto de hotel, você não imaginou que se tratavam de materias falsas?

A mãe de Demet arregalou os olhos mais uma vez.

- Você, Demet e um quarto de hotel?

Demet me fuzilou com os olhos.

- Essa parte você não me contou ontem, filha.

O olhar de desaprovação, passava de mim para Demet, enquanto a senhora baixinha se sentava ao meu lado.

- Não estavamos sozinhos no quarto. A assistende dele, Gulliz, que te contei ontem que derramou café em mim, estava junto. - Ela olhou para mim - E eu não me arrependo de nada o que disse. Você continua um homem arrogante e prepotente. Aproveitou essa materia caluniosa para esfregar na minha cara uma lição?!

Ela se levantou e ficou bem perto de mim.

- Saiba que eu entendi o recado. E mesmo assim, continuo te achando a pessoa mais odiosa do planeta!
- Demet! Não fale assim, minha filha. Tenha modos! Me desculpe senhor Can.
- Apenas Can, senhora...? - Indaquei, querendo saber o nome dela.
- Yasemin. Yasemin Ozdemir.

Peguei sua mão e beijei.
- Foi um prazer conhece-la senhora Yasemin! Eu apenas queria saber como Demet estava com as noticias maldosas.
- Aham... Apenas para se deleitar com a minha desgraça. Ja viu com seus próprios olhos, pode ir embora agora.

A mãe lançou olhares de ameças a Demet, enquanto ainda segurava minha mão.

- Eu vejo que é um bom rapaz, Senhor... Quer dizer, Can. Obrigado por ter vindo. Não se preocupe, daqui a alguns dias eles iram esquecer, se Deus quiser. Só peço que evite que esses mal entendidos possam voltar a acontecer. Somos uma família conservadora, estar com uma de minhas filhas na boca do povo não nos deixa contentes.
- Farei o que estiver ao meu alcance Senhora Yasemin.

Me levantei para ir embora.

- Acompanhe o rapaz, Demet. E veja se nenhum vizinho esta na porta.

Achei graça mais uma vez de como ela se preocupava com a vizinhança. Pude perceber que Demet tinha isso também em comum com sua personagem Sanem.
A contra gosto, Demet me acompanhou até a porta. Abriu, olhou para os lados para ver se não havia ninguém, e abriu espaço para que eu pudesse sair.

- Se sua intensão era somente ver minha cara e dizer: Eu te avisei, eu já entendi. Desejo te ver agora, somente quando as gravações começarem. Mal entrei na sua vida e olha os problemas que já me trouxe!

Eu estava do lado de fora da casa, Demet do lado de dentro. Coloquei novamente meus oculos escuros e dei a volta para entrar no carro, parando ao abrir a porta. Mandei um beijo para Demet, e então fui embora. Só consegui ver de relance seu ataque de raiva.
Eu estava ansioso para o começo das gravações...

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